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CANOAS DO TEJO

CARLOS DO CARMO
COMPOSITOR: FREDERICO DE BRITO
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: CARLOS DO CARMO
GRAVADORA: PLANET BLUE RECORDS USA
GÊNERO: FADO
ANO: 1970
 
       Carlos do Carmo, nome artístico de Carlos do Carmo da Ascensão de Almeida (Lisboa, 21 de Dezembro de 1939 – Lisboa, 1 de Janeiro de 2021), foi um cantor e intérprete de Fado Português.
     Filho de Alfredo de Almeida, comerciante de livros e, posteriormente, proprietário da casa de fados O Faia, e de sua mulher, a fadista Lucília do Carmo, Carlos do Carmo nasceu na Maternidade Magalhães Coutinho, e passou a infância no bairro da Bica.
         Estudou no Liceu Passos Manuel, antes de partir, com 15 anos de idade, para a Suíça. Neste país frequentou o Institut auf dem Rosenberg, um colégio alemão situado em São Galo, durante três anos, tendo oportunidade de estudar línguas estrangeiras, tornando-se fluente em francês, inglês, alemão, italiano e espanhol. Depois, já em Genebra, obteve um diploma em Gestão Hoteleira. Embora independente, foi sempre apoiante do Partido Comunista Português
Canoa de vela erguida
Que vens do Cais da Ribeira
Gaivota, que andas perdida
Sem encontrar companheira
 
O vento sopra nas fragas
O Sol parece um morango
E o Tejo baila com as vagas
A ensaiar um fandango
 
Canoa
Conheces bem
Quando há norte pela proa
Quantas docas tem Lisboa
E as muralhas que ela tem
 
Canoa
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa
Nunca mais voltas ao cais
Nunca, nunca, nunca mais
 
Canoa de vela panda
Que vens da boca da barra
E trazes na aragem branda
Gemidos de uma guitarra
Teu arrais prendeu a vela
E se adormeceu, deixa-lo
Agora muita cautela
Não vá o mar acordá-lo
 
Canoa
Conheces bem
Quando há norte pela proa
Quantas docas tem Lisboa
E as muralhas que ela tem
 
Canoa
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa
Nunca mais voltas ao cais
Nunca, nunca, nunca mais
 
Canoa
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa
Nunca mais voltas ao cais
Nunca, nunca, nunca mais.

FADO REFÚGIO

HELDER MOUTINHO
COMPOSITORES: HELDER MOUTINHO & ALFREDO MARCENEIRO
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: LUZ DE LISBOA
GRAVADORA: OCARINA RECORDS
GÊNERO: FADO
ANO: 2011
 
    Hélder António Moutinho Paiva dos Santos, artisticamente conhecido por Hélder Moutinho(Oeiras, 21 de Fevereiro de 1969) é um fadista e poeta português.
        Hélder Moutinho nasceu em 21 de Fevereiro de 1969 em Oeiras. Filho de Manuel Paiva, Hélder é o irmão do meio dos também fadistas Camané e Pedro Moutinho.
          Desde muito novo visitava com a família as casas de fado tendo enveredado, já na sua juventude, pela exploração de outros géneros musicais. No entanto, só em 1993, aos 24 anos, começou a cantar fado.
     Participa no ciclo "Fados na Mãe d'Água" da Lisboa'94: Capital Europeia da Cultura. Na Expo'98 participa no espetáculo "Novas Vozes do Fado Antigo".
     Em 1997 funda a empresa de agenciamento HM Música que representa artistas de fado e músicas do mundo.
       Antes ainda de lançar o seu primeiro disco, Hélder Moutinho veria duas das letras de sua autoria serem gravadas por Mísia. Primeiro "Trago A Saudade Esquecida - Fado Carriche", para uma música de Raúl Ferrão, fez parte da banda sonora do filme Fátima (1997) de Fabrizio Costa. Depois "Não Guardo Saudade à Vida", seria gravada para o álbum de Mísia Garras dos Sentidos de 1998.
          De resto, é possível encontrar letras de Hélder Moutinho em álbuns de Maria Dilar (Fados de Saudade, 1997), Joana Amendoeira (À Flor da Pele, 2006), Ana Laíns(Sentidos, 2006), Marco Oliveira (Retrato, 2008), Chico Madureira (Regresso, 2006), Marco Rodrigues(Fados da Tristeza Alegre, 2006) ou Raquel Tavares(Bairro, 2008).
Se o fado é canto da alma
Refúgio da noite calma
Engano do sofrimento
 
Eu trago na voz a vida
Que me tem sido oferecida
Eu trago na voz o vento
 
Se um amor se perdeu
Que se afastou ou esqueceu
Deixoo de ser meu lamento
 
Eu trago na voz a vida
De uma breve despedida
Eu trago na voz o vento
 
São meus sonhos uma saudade
Minha voz uma verdade
E o meu canto uma oração
 
Eu trago na voz o vento
Para afastar o lamento
Que trago no coração.

TRISTE SORTE

CAMANÉ
COMPOSITOR: ALFREDO MARCENEIRO
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: COMO SEMPRE... COMO DANTES
GRAVADORA: PARLOPHONE PORTUGAL
GÊNERO: FADO
ANO: 2003
 
   Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos, conhecido por Camané(Oeiras, 20 de Dezembro de 1966), é um fadista português. É irmão mais velho dos fadistas Hélder Moutinho e Pedro Moutinho.
         Como Sempre... Como Dantes é um álbum ao vivo do fadista português Camané. O CD1 foi gravado em vários espectáculos o segundo é um registo de um espectáculo na casa de fados de Lisboa, "O Embuçado".
       Divide-se entre um repErtório mais tradicional, gravado numa casa de fados, e outro mais em sintonia com aquele que tem sido o seu trabalho supervisionado por José Mário Branco, aí está uma homenagem às delicadezas e subtis nuances do que é uma grande voz, com toda a contenção e explosão implicadas.
Ando na vida à procura
De uma noite menos escura
Que traga luar do céu
 
De uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
De um dia a mais que morreu
 
De uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
De um dia a mais que morreu
 
Vou cantando amargurado
Vou de um fado a outro fado
Que fale de um fado meu
 
Meu destino assim cantado
Jamais pode ser mudado
Porque do fado sou eu
 
Meu destino assim cantado
Jamais pode ser mudado
Porque do fado sou eu
 
Ser fadista é triste sorte
Que nos faz pensar na morte
E em tudo o que em nós, morreu
 
Andar na vida à procura
De uma noite menos escura
Que traga luar do céu
 
Andar na vida à procura
De uma noite menos escura
Que traga luar do céu.

AMÉLIA DOS OLHOS DOCES

PEDRO MOUTINHO
COMPOSITORES: CARLOS MENDES & JOAQUIM PESSOA
PAIS: PORTUGAL
ÁLBUM: PRIMEIRO FADO
GRAVADORA: SOM LIVRE
GÊNERO: FADO
ANO: 2003
 
    Pedro Miguel Moutinho Paiva dos Santos mais conhecido por Pedro Moutinho (Oeiras, 11 de Novembro de 1976) é um fadista português. É irmão dos fadistas Camané e Hélder Moutinho.
     Nasceu no seio de uma família ligada ao Fado desde longa data. Cresceu a ouvir e a conviver com alguns dos mais importantes intérpretes da canção de Lisboa, que o iniciaram na arte de bem cantar. Com 11 anos de idade já cantava em encontros informais e inevitavelmente acabou por se fixar nessa sublime expressão musical de Lisboa que é o Fado.
       Passou pelo Coro de Santo Amaro de Oeiras e fez parte de uma das várias formações do grupo infanto-juvenil Ministars.
      Em 1995 integra o elenco do Clube de Fado e mais tarde o elenco do Café Luso.
       Em 2000 participa na criação do Quinteto de Fados de Lisboa, ao tempo constituído por Filipe Lucas (Guitarra Portuguesa), Rodrigo Serrão (Contrabaixo), João Courinha (Saxofone) e José António Mendes (Viola Clássica), com quem actuou em diversas salas da capital, entre as quais no CCB e no Festival Música de Cidades com Portos.
      A partir de 2001 é convidado para cantar nas "Quartas de Fado" do Casino Estoril e em 2002 inicia a carreira discográfica em nome próprio, ao ser convidado a integrar uma colectânea de jovens fadistas editada pela EMI.
         Mas é a gravadora Som Livre que em 2003 aposta nele e lhe propõe gravar o seu álbum de estreia. O disco "Primeiro Fado", produzido por Ricardo Dias e Nuno Faria, junta fados tradicionais, alguns dos quais com letras do seu irmão Hélder Moutinho, e recriações de diversos temas. Obteve o Prémio Revelação 2003 da Casa da Imprensa.
Amélia dos olhos doces
Quem é que te trouxe grávida de esperança?
Um gosto de flor na boca
Na pele e na roupa, perfumes de França
 
Cabelos cor-de-viúva
Cabelos de chuva, sapatos de tiras e põe
Quantas vezes... não queres e não amas
Os homens que dormem
Os homens que dormem contigo na cama
 
Amélia dos olhos doces
Quem dera que fosses apenas mulher
Amélia dos olhos doces
Se ao menos tivesses direito a viver
 
Amélia gaivota, amante, poeta, rosa de café
Amélia gaiata, do bairro da lata
Do Cais do Sodré
 
Tens um nome de navio
Teu corpo é um rio onde a sede corre
Olhos doces, quem diria
Que o amor nascia onde Amélia morre.

ATÉ AO VERÃO

ANA MOURA
COMPOSITOR: MÁRCIA SANTOS
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: DESFADO
GRAVADORA: UNIVERSAL MUSIC PORTUGAL
GÊNERO: FADO
ANO: 2012
 
       Desfado é o 5.º álbum de originais da cantora portuguesa Ana Moura.
         A cantora conta neste álbum com a participação de Manel Cruz(Ornatos Violeta), Márcia, Pedro da Silva Martins(Deolinda), Miguel Araújo(Os Azeitonas), Luísa Sobral e António Zambujo na composição e com Aldina Duarte, Tozé Brito, Manuela de Freitas e Pedro Abrunhosa para a criação dos temas.
        A acompanhar a fadista nos seus espectáculos ao vivo estarão Ângelo Freire(guitarra portuguesa), Pedro Soares (viola de fado), André Moreira (baixo e contrabaixo), João Gomes (teclados) e Márcio Costa (bateria e percussões).
          É considerado o maior sucesso do fado no século XXI, entrando em paradas musicais de diversos países e vendendo 300 mil cópias em 10 meses. Em Portugal o álbum debutou na segunda posição do Top 30 Álbuns da Associação Fonográfica Portuguesa, atingindo a primeira posição por seis semanas e permanecendo um total de 105 semanas entre os dez mais vendidos do país e 207 semanas no Top 30. Em 2016 recebeu a sexta platina por 90 mil cópias vendidas. 
Deixei
Na primavera o cheiro a cravo
Rosa e quimera que me encravam
Na memória que inventei
E andei
Como quem espera p'lo fracasso
Contra mazela em corpo de aço
Nas ruelas do desdém
 
E a mim
Que importa
Se é bem ou mal
Se me falha a cor da chama a vida toda
É-me igual
Vim
Sem volta
Queira eu ou não
Que me calhe a vida insana e vá sem boda
Até ao verão
 
Deixei
Na primavera o som do encanto
Risa, promessa e sono santo
Já não sei o que é dormir bem
E andei pelas favelas do que eu faço
Ora tropeço em erros crassos
Ora esqueço onde errei.

 FADO DE SER FADISTA

JOANA AMENDOEIRA
COMPOSITOR: ARTUR RIBEIRO
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: AO VIVO EM LISBOA
GRAVADORA: GALILEO RECORDS
GÊNERO: FADO
ANO: 2005
 
             Joana Amendoeira (SANTARÉM, 30 de Setembro de 1982) é uma fadista portuguesa
        Joana Amendoeira aparece em público, com destaque, em 1994, participando na Grande Noite do Fado de Lisboa.
           Um ano depois, em 1995, participou na Grande Noite do Fado, no Porto, ganhando o primeiro prémio de interpretação feminina em juvenis.
       Em 1998 desloca-se pela primeira vez ao estrangeiro, onde actua no âmbito do evento "Dias de Portugal", organizado pelo ICEP na cidade de Budapeste(Hungria). Ainda no mesmo ano, grava o seu primeiro álbum, intitulado Olhos Garotos.
             Em 2000 edita o segundo álbum, Aquela Rua, que recebe as melhores referências da crítica especializada. Inicia uma colaboração regular com o "Clube de Fado", uma das mais prestigiadas casas de Fado de Lisboa, onde faz parte do elenco.
          Participa no disco de homenagem a Moniz Pereira, editado em 2002 pela Universal, e na banda sonora da série televisiva A Jóia de África.
            Em 2003, lança o seu terceiro álbum, Joana Amendoeira. A digressão deste álbum leva-a a vários países como a Holanda, Espanha, França, Áustria. Ainda no ano de 2003, participa no disco de homenagem a Carlos do Carmo, intitulado O Novo Homem na Cidade.
            Em 2004 recebe o Prémio Revelação 2004 da Casa da Imprensa. Lança o álbum Ao vivo em Lisboa em Julho 2005. O disco foi gravado no Teatro São Luiz em Novembro de 2004.
       Recheado de momentos inesquecíveis, é no entanto, com o maestro, José Fontes Rocha, que se dá o grande momento que ficará com certeza na história do fado. Altura em que sobe ao palco com a sua guitarra, interpretando com Joana Amendoeira dois fados seus (Meu Portugal, Meu Amor e Amor Mais Perfeito) fazendo ambos acontecer a magia. “Ao Vivo em Lisboa” segue-se ao muito bem sucedido álbum homónimo. Constituído por 17 fados, uns clássicos, outros escritos propositadamente para Joana. Todos no entanto, interpretados como tendo...
Fado é destino marcado
Fado é perdão ou castigo
A própria vida é um fado
Que o coração traz consigo
 
Seja canção fatalista
Ou prece de quem sofreu
O fado de ser fadista
É sina que Deus me deu
 
Fado é ternura
Fado é dor, fado é tristeza
Fado é como que uma reza
De quem sofre ou é feliz
 
Fado é loucura
É saudade, é incerteza
E é bem a mais portuguesa
Das canções do meu país
 
Fado é tudo o que acontece
Quando se ri ou se chora
Quando se lembra ou se esquece
Quando se odeia ou se adora
 
É ter um jeito de artista
P'ra moldar ao fado à voz
E o fado de ser fadista
A morar dentro de nós
 
Fado é ternura
Fado é dor, fado é tristeza
Fado é como que uma reza
De quem sofre ou é feliz
 
Fado é loucura
É saudade, é incerteza
E é bem a mais portuguesa
Das canções do meu País
 
Fado é loucura
É saudade, é incerteza
E é bem a mais portuguesa
Das canções do meu País.

POR QUE ME VISTO DE FADO

DEOLINDA DE JESUS
COMPOSITOR: ALEXANDRINA PEREIRA
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: DEOLINDA DE JESUS CANTA ALEXANDRINA PEREIRA
GRAVADORA: CASA DA CULTURA
GÊNERO: FADO
ANO: 2021
 
      Em Dia de São Martinho, a tradição do fado renova-se no Lounge D do Casino Estoril que acolhe um espectáculo especial protagonizado por Deolinda de Jesus. A fadista sobe ao palco para apresentar o seu novo álbum “Deolinda de Jesus canta Alexandrina Pereira”.
        Com um ambiente intimista, Deolinda de Jesus será acompanhada por Luís Ribeiro, naguitarra portuguesa, Carlos Fonseca na viola de fado e Miguel Silva na viola baixo.
        Após ter editado os álbuns “Estilos”, em 1998, e “Travo de Sal”, em 2018, a fadista lançou, recentemente, “Deolinda de Jesus canta Alexandrina Pereira”. Trata-se do seu terceiro trabalho discográfico que conta com 10 composições, todas com letra da poetisa Alexandrina Pereira, entre os quais dois originais “Cantem Um Fado Comigo” e “Num Sonho Que Passa”, com música de Carlos Heitor da Fonseca.
        O novo álbum inclui, ainda, outros oito temas: “Tenho o Mundo à Minha Espera”, “Encara a Vida de Frente”, “A Força Com Que Me Dei”, “Porque Me Visto de Fado”, “E Os Sonhos São Todos Meus”, “Sempre Será a Vida”, “Aos Poetas” e “Trago O Sol No Meu Peito”.

Ao respirar madrugadas
Atiro ao chão meus cansaços
E as minhas mãos agitadas
Sentem a fome de abraços
 
Sinto na alma o vazio
Como barco naufragado
Sinto o gelo, sinto o frio
Por não me vestir de fado
 
Na ausência vi nascer
Uns estranhos sentimentos
Mas não me deixei perder
No eco dos meus lamentos
 
Mas a tormenta passou
E o sol voltou a raiar
O vendaval amainou
E eu voltei a cantar.

BALADA DA NEVE

JOANA AMENDOEIRA
COMPOSITOR: POEMA DE AUGUSTO GIL
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: AO VIVO EM LISBOA
GRAVADORA: GALILEO RECORDS
GÊNERO: FADO
ANO: 2005
OBSERVAÇÃO: HOMENAGEM AO MEU FINADO IRMÃO JUSTINO QUE DECLAMOU ESTA POESIA AOS SEIS OU OITO ANOS, NUMA FESTA DO CLUB NAVAL EM MOÇAMBIQUE. SURPREENDI-ME AO VÊ-LA COMO FADO.
 
     Joana Amendoeira(Santarém, 30 de Setembro de 1982) é uma fadista portuguesa
    Joana Amendoeira aparece em público, com destaque, em 1994, participando na Grande Noite do Fado de Lisboa.
        Um ano depois, em 1995, participou na Grande Noite do Fado, no Porto, ganhando o primeiro prémio de interpretação feminina em juvenis.
  Em 1998 desloca-se pela primeira vez ao estrangeiro, onde actua no âmbito do evento "Dias de Portugal", organizado pelo ICEP na cidade de Budapeste(Hungria). Ainda no mesmo ano, grava o seu primeiro álbum, intitulado Olhos Garotos.
       Em 2000 edita o segundo álbum, Aquela Rua, que recebe as melhores referências da crítica especializada. Inicia uma colaboração regular com o "Clube de Fado", uma das mais prestigiadas casas de Fado de Lisboa, onde faz parte do elenco.
         Participa no disco de homenagem a Moniz Pereira, editado em 2002 pela Universal, e na banda sonora da série televisiva A Jóia de África.
    Em 2003, lança o seu terceiro álbum, Joana Amendoeira. A digressão deste álbum leva-a a vários países como a Holanda, Espanha, França, Áustria. Ainda no ano de 2003, participa no disco de homenagem a Carlos do Carmo, intitulado O Novo Homem na Cidade.
          Em 2004 recebe o Prémio Revelação 2004 da Casa da Imprensa. Lança o álbum Ao vivo em Lisboa em Julho 2005. O disco foi gravado no Teatro São Luiz em Novembro de 2004.
          O disco À Flor da Pele, de 2007, marcou uma nova fase da artista, com chancela da HM Música, a empresa que geria a sua carreira desde 2003. Este trabalho foi dirigido musicalmente por Custódio Castelo e gravado nos estúdios Pé-de-vento por Fernando Nunes.(...)
Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim.
Será chuva? será gente?
Gente não é, certamente
E a chuva não bate assim.
 
É talvez a ventania:
Mas há pouco, há poucochinho,
Nem uma agulha bulia
Na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho...
 
Quem bate, assim, levemente,
Com tão estranha leveza,
Que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
Nem é vento com certeza.
 
Fui ver. a neve caía
Do azul cinzento do céu,
Branca e leve, branca e fria...
. há quanto tempo a não via!
E que saudades, deus meu!
 
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
Os passos imprime e traça
Na brancura do caminho...
 
Fico olhando esses sinais
Da pobre gente que avança,
E noto, por entre os mais,
Os traços miniaturais
Duns pezitos de criança...
 
E descalcinhos, doridos...
A neve deixa inda vê-los,
Primeiro, bem definidos,
Depois, em sulcos compridos,
Porque não podia erguê-los!...
 
Que quem já é pecador
Sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, senhor,
Porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
 
E uma infinita tristeza,
Uma funda turbação
Entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza
e cai no meu coração. 

LENDA DA FONTE

JOÃO PEDRO
COMPOSITOR: DOMINGOS SILVA
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: MANUEL MAR: FADOS E CANÇÕES
GRAVADORA: RCA
GÊNERO: FADO
ANO: 1964
 
               O fadista Manuel Mar foi quem em 1964 gravou pela primeira vez o fado "A Lenda da Fonte".
      FIQUEI ATÔNITA AO PERCEBER QUE NÃO HÁ INFORMAÇÕES SOBRE ESTE FADISTA. MUITO PESQUISEI E NEM NO SAPO ENCONTREI NADA SOBRE ELE.
          A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, “destino”.
     Esta música única nasceu em Lisboa e é considerada um dos símbolos de Portugal. Por esta e muitas outras justas razões há quem a chame “A Música da Alma Portuguesa”.
      Em 2011, o fado foi adicionado à lista de “Salvaguarda do Património Cultural Imaterial” da UNESCO.

 Maria do monte, nascida e criada
Na encruzilhada que fica defronte da fonte sagrada
A lenda é antiga, mas há quem a conte
Que descia o monte uma rapariga
P'ra beber na fonte
 
E àquela hora por ela marcada de noite ou de dia
O Chico da Nora na encruzilhada esperava a Maria
Seguiam depois, bem juntos os dois, ao longo da estrada
Matar de desejos, a sede com beijos
Na fonte sagrada
 
Mas um certo dia, como era esperada
Na encruzilhada não veio a Maria à hora marcada
Seus olhos divinos p'ra sempre fechou
Aldeia rezou, tocaram os sinos
E a fonte secou
 
E àquela hora por ela marcada de noite ou de dia
O Chico da Nora na encruzilhada esperava a Maria
Mas oh santo Deus, escureceram- se os céus, finou-se a beldade
E diz- se no monte que a velhinha fonte
Secou de saudade.

ANDORINHAS

ANA MOURA
COMPOSITOR: ANA MOURA
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: ANDORINHAS
GRAVADORA: UNIVERSAL MUSIC
GÊNERO: FADO
ANO: 2021
 
         Ana Moura ComIH (Santarém, Portugal, 17 de setembro de 1979) é uma fadista portuguesa. Considerada a fadista mais bem sucedida e premiada do século XXI Ana Moura já vendeu mais de um milhão de discos no mundo todo, sendo uma das recordistas de vendas de discos em Portugal.
     A pandemia colocou em pausa o percurso fulgurante de Ana Moura que, depois de seis discos de originais e palcos pisados por todo o mundo, aproveitou o momento de paragem para pensar no caminho futuro.
    "Andorinhas" tem o dedilhar da guitarra portuguesa mas também tem ambientes africanos que se confundem com ritmos da música tradicional de Portugal. São diferentes mundos sonoros que se cruzam numa só canção. Diferentes sons e culturas que se encontram e que se revelam em imagem no videoclip gravado nos pátios de um bairro da cidade de Olhão, no Algarve.
          Um videoclipe que reproduz a diversidade que marcou a infância de Ana Moura mas que é também uma marca da realidade multicultural portuguesa. O destaque para o contraste entre o casario branco do bairro de Olhão e o negro vestido com véu de Ana Moura, espécie de Biôco, traje tradicional português, usado especialmente no Algarve. Um vestido que se vai transformando até a um momento final de "soltar amarras".
          Olhar o futuro com total liberdade é a marca deste momento de Ana Moura que já pisou os palcos mais importantes da Europa à Austrália e que já partilhou o palco com nomes como Prince. Agora regressa com "Andorinhas", primeira amostra de um novo álbum que deverá ter edição em setembro.

Passo os meus dias em longas filas
em Aldeias, Vilas e Cidades
As Andorinhas é que são rainhas,
A voar as linhas da Liberdade
 
Eu quero tirar os pés do chão
Quero voar daqui pra fora
E ir embora de avião
E só voltar um dia
 
Vou pôr a mala no porão
Saborear a Primavera
Numa espera e na estação
Um dia disse uma Andorinha:
“Filha, o Mundo gira
Usa a brisa a teu favor
A vida diz mentiras
Mas o sol avisa antes de se pôr”
 
Eu quero tirar os pés do chão
Quero voar daqui pra fora
E ir embora de avião
E só voltar um dia
 
Vou pôr a mala no porão
Saborear a Primavera
Numa espera e na estação
Já a minha Mãe dizia
“Solta as asas
Voltas as costas,
Sê forte, avança para o mar
Sobe encostas, faz apostas
Na sorte e não no azar”.

MÃE

MARIZA
COMPOSITORES: MARTIM; PHELIPPE FERREIRAA.K.A. MANUNHO & MIGUEL CORREIA
PAÍS: PORTUGAL/MOÇAMBIQUE
ÁLBUM: MÃE
GRAVADORA: WORLD CONNECTION
GÊNERO: FADO
ANO: 2021
 
            Emocionada com as palavras escritas pelo seu filho, Mariza acabou por partilhar a poesia nas suas redes sociais, tendo emocionado os seus seguidores e, em particular, Miguel Correia, o compositor da música que conta:
       «Tudo começou a 9 de fevereiro. Logo após a leitura do belíssimo poema do Martim publicado nas redes sociais, algo me disse que o mesmo daria uma música. Sentei-me ao piano, compus o tema. Gravei uma pequena maquete comigo a cantar. De seguida, havia que tentar chegar à Mariza. Nas redes sociais ia ser difícil, então procurei através de uma pessoa amiga ligada a agenciamento de artistas e espetáculos que me deu email do Manager e enviei o tema, pedindo que a Mariza fizesse o favor de o ouvir.
           Fiquei surpreendido com a resposta do Manager, no mesmo dia, a agradecer, e no dia seguinte a dizer que a Mariza havia gostado e que quem sabe voltaríamos a falar.
         Mais surpreendido ainda fiquei, uns dias depois, com um novo contacto, desta feita porque a própria queria falar comigo.
       Estava nervoso e calmo ao mesmo tempo, uma mensagem chegou a perguntar quando me podia ligar, à qual eu respondi apenas: “Já:)”.
            Era noite. Mas do lado de lá estava uma pessoa simples e acessível, uma Senhora. Falámos por quase uma hora de tudo um pouco, do tema, de filhos, da vida em pandemia, das saudades dos palcos, ainda ouvi o trautear do que iria ser o tema bem cantado e propus-me a acabá-lo. Fi-lo nessa noite, com a restante letra que me foi enviada.
        De seguida recebi o tema já com o arranjo lindíssimo do músico [Phelipe Ferreira a.k.a. Maninho] e com a voz inconfundível da Mariza e chorei, claro.
             É uma honra imensa fazer parte desta história que começou com palavras tão especiais para uma mãe».
           Mariza (nomE artístico de Marisa dos Reis Nunes ComIH, Lourenço Marques, 16 de dezembro de 1973), é uma cantora portuguesa.
          Em menos de doze anos, Mariza passou de um fenómeno local quase escondido, partilhado apenas por um pequeno círculo de admiradores lisboetas, para uma das mais aplaudidas estrelas do circuito mundial da World Music.
          Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo». Ao longo de sua carreira vendeu mais de um milhão de discos no mundo todo, sendo uma das recordistas de vendas de discos em Portugal.
Mãe descobri que o tempo para
E o mundo não separa o meu coração do teu
Eu sei que essa coisa rara
Aumenta, desassossega mas para
Quando o teu tempo é o meu
 
Mãe canta com vaidade
Porque já tenho idade
Pra saber
Que em verdade em cada verso teu
Onde tu estás estou eu
 
Mãe contigo o tempo para
Nosso amor é coisa rara
E cuidas de um beijo meu
Sei que em cada gesto teu
Está teu coração no meu
 
Mãe canta com vaidade
Porque já tenho idade
Pra saber
Que em verdade em cada verso teu
Onde tu estás estou eu
 
Se pudesse mandar no mundo
Parar o tempo à minha vontade
Pintava teu coração com as cores da felicidade
Em cada gesto teu
Está teu coração no meu
 
Mãe canta com vaidade
Porque já tenho idade
Pra saber
Que em verdade em cada verso teu
Mãe…
A nossa espera valeu.

DO CHOUPAL ATÉ A LAPA

ZECA AFONSO
COMPOSITOR: ZECA AFONSO
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: AO VIVO NO COLISEU
GRAVADORA: COLISEU DE LISBOA
GÊNERO: FADO
ANO: 1983
 
créditos do álbum mas participa no Natal dos Simples.
        José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de agosto de 1929Setúbal, 23 de fevereiro de 1987), foi um cantor e compositor português. É também conhecido pelo diminutivo familiar de Zeca Afonso, apesar de nunca ter utilizado este nome artístico.
             Ao Vivo no Coliseu é um álbum-duplo gravado ao vivo no Coliseu de Lisboa a 29 de Janeiro de 1983, da autoria de José Afonso.
         Com José Afonso estiveram no palco Octávio Sérgio, António Sérgio, Lopes de Almeida, Durval Moreirinhas, Rui Pato, Fausto, Júlio Pereira, Guilherme Inês, Rui Castro, Rui Júnior, Sérgio Mestre e Janita Salomé. Francisco Fanhais não aparece nos créditos do álbum mas participa no Natal dos Simples.

Do Choupal até à Lapa
Foi Coimbra, aos seus amores
A sombra da minha capa
Deu no chão, e abriu em flores
 
Oh Coimbra do Mondego
E dos amores que eu lá tive
Quem te não viu, anda cego
Quem te não ama, não vive.