NORMALISTA
NELSON GONÇALVES
COMPOSITORES: BENEDITO LACERDA &
DAVID NASSER
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: 50 ANOS DE BOEMIA – VOL II
GRAVADORA: RCA VITOR
GÊNERO: SAMBA-CANÇÃO
ANO:1991
Nélson
Gonçalves, nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral (Santana do Livramento, 21 de junho de 1919 — Rio
de Janeiro, 18 de abril de 1998), foi um cantor e compositor
brasileiro.
Segundo maior
vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 78 milhões de cópias
vendidas, fica atrás apenas de Roberto
Carlos, com mais de 120 milhões. Seu maior sucesso foi a canção "A Volta do Boêmio".
Nasceu
e passou parte da infância no interior do Rio
Grande do Sul. Aos sete anos mudou-se com seus pais para São Paulo. Estavam em busca de melhores
condições de vida, e foram viver em uma casa alugada no bairro do Brás. Nesta época, passou a ajudar seu
pai no sustento do lar, quando passou a ser levado por ele para praças e
feiras, onde, enquanto seu pai tocava violino, Nelson cantava, agradando os
transeuntes e ganhando gorjetas. Para sustentar a família, seu pai também
vendia frutas na feira e fazia serviços de pedreiro.
Sua
família era muito humilde e por isto, Nelson teve que abandonar os estudos no
início de sua adolescência, para ajudar de fato o pai a sustentar o
lar. Trabalhou como jornaleiro, mecânico,
engraxate,
polidor e tamanqueiro. Querendo ganhar mais dinheiro e seguir uma profissão, se
inscreveu em concursos de luta e venceu, tornando-se lutador de boxe na categoria
peso-médio, recebendo, aos dezesseis anos de idade, o título de campeão
paulista de luta. Após o prêmio, só ficou mais um ano lutando, pois queria
investir em seu sonho de infância: Ser artista.
Mesmo
com o apelido
de "Metralha", por causa da gagueira,
tomou coragem e não se deixou levar pelos preconceitos, e decidiu ser cantor,
após deixar os ringues de luta. Em uma de suas primeiras bandas, teve como
baterista Joaquim Silva Torres. Foi
reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente foi
admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo depois, passando a trabalhar como
pedreiro.
Nessa
época, em 1939, aos
20 anos, casou-se com sua noiva, Elvira Molla, paulistana de família de operários,
descendente de italianos. Com Elvira teve um casal de
filhos: Marilene Molla Gonçalves e Nelson Antônio Molla Gonçalves. Ficou
desempregado após o nascimento dos filhos, e após alguns dias procurando, começou
a trabalhar como garçom no bar de seu único irmão, na Avenida São João.
Nesse
mesmo ano, em busca de uma vida melhor, partiu com a esposa e os filhos para o Rio de Janeiro, onde trilhou mais uma vez o
caminho dos programas de calouros, se apresentando em diversas emissoras. Foi
reprovado novamente na maioria deles, inclusive no de Ary
Barroso, que o aconselhou a desistir, e, mesmo muito desolado, não
desistiria fácil do seu sonho de ser cantor. Nelson voltou a trabalhar como
garçom em bares do Rio para sustentar a casa. Para ajudar nas despesas da
família, que vivia no subúrbio carioca, sua esposa começou a
trabalhar em casa como costureira.
Em
1941, nas horas
vagas, começou a cantar por conta própria em bares, conseguindo gorjetas.
Voltou a tentar se apresentar em programas de calouro, sendo enfim aprovado. Foi
chamado para gravar um disco de 78 rotações, que foi bem recebido pelo público.
Passou a crooner do Cassino Copacabana (do Hotel Copacabana
Palace) e assinou contrato com a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de
ídolo do rádio nas décadas de 40
e 50, da escola dos grandes, discípulo de Orlando
Silva e Francisco
Alves.
Vestida
de azul e branco
Trazendo
um sorriso franco
Num
rostinho encantador
Minha
linda normalista
Rapidamente
conquista
Meu
coração sem amor
Eu que
trazia fechado
Dentro do
peito guardado
Meu
coração sofredor
Estou
bastante inclinado
A
entregá-lo aos cuidados
Daquele
brotinho em flor
Mas a
normalista linda
Não pode
casar ainda
Só depois
que se formar
Eu estou
apaixonado
O pai da
moça é zangado
E o
remédio é esperar.