CHEIRO A LISBOA
AMÁLIA RODRIGUES
COMPOSITORES: CARLOS DIAS & CÉSAR DE OLIVEIRA
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: AMÁLIA IN TEATRO/LP
GRAVADORA: EMI
GÊNERO: FADO
ANO: 1979
Amália da Piedade Rodrigues GCSE•GCIH
(Lisboa, 1 de Julho de 1920 — Lisboa, 6 de Outubro de 1999) foi uma fadista, cantora
e actriz portuguesa, geralmente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais
brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os
portugueses ilustres.
Tornou-se conhecida mundialmente
como a Rainha do Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género
musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas
melhores embaixadoras no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo
mundo Afora, onde não só cantava fados e outras músicas de tradição popular
portuguesa, como ainda canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção)
e mesmo alguma música de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola,
italiana, mexicana e brasileira). Marcante contribuição sua para a história do
Fado, foi a novidade que introduziu de cantar poemas de grandes autores
portugueses consagrados, depois de musicados, de que é exemplo a lírica de Luís
de Camões ou as cantigas e trovas de D. Dinis. Teve ainda ao serviço da sua voz
a pena de alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David
Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello, José Carlos Ary dos Santos, Alexandre
O'Neill ou Manuel Alegre. Rodrigues falava e cantava em castelhano, galego, francês,
italiano e inglês.
Lisboa
já tem Sol e cheira a Lua
Quando
nasce a madrugada sorrateira,
E
o primeiro eléctrico da rua
Faz
coro com as chinelas da Ribeira.
Se
chove cheira a terra prometida
Procissão
tem o cheiro a rosmaninho
Nas
tascas das vielas mais escondidas
Cheira
a iscas com elas e a vinho.
Um
craveiro numa água furtada
Cheira
bem, cheira a Lisboa.
Uma
rosa a florir na tapada
Cheira
bem, cheira a Lisboa.
A
fragata que se ergue na proa,
A
varina que teima em passar,
Cheira
bem porque são de Lisboa,
Lisboa
tem cheiro de flores e de mar.
Lisboa
cheira aos cafés do Rossio
E
o fado cheira sempre a solidão
Cheira
a castanha assada se está frio
Cheira
a fruta madura quando é Verão.
Os
lábios têm o cheiro de um sorriso
Manjerico
tem o cheiro de cantigas
E
os rapazes perdem o juízo
Quando
lhes dá o cheiro a raparigas.
Um
craveiro numa água furtada
Cheira
bem, cheira a Lisboa.
Uma
rosa a florir na tapada
Cheira
bem, cheira a Lisboa.
A
fragata que se ergue na proa,
A
varina que teima em passar,
Cheira
bem porque são de Lisboa,
Lisboa
tem cheiro de flores e de mar.
INSTRUMENTAL
Cheira
bem, cheira a Lisboa.
INSTRUMENTAL
Cheira
bem, cheira a Lisboa.
A
fragata que se ergue na proa,
A
varina que teima em passar,
Cheiram
bem porque são de Lisboa,
Lisboa
tem cheiro de flores e de mar.