MARVADA PINGA
INEZITA BARROSO
COMPOSITOR: OCHELSIS LAUREANO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: MARVADA PINGA
GRAVADORA: UOL MUSICA
GÊNERO: SERTANEJO
ANO: 1982
Inês Madalena Aranha de Lima nasceu em 04 de março de
1925 no Bairro Barra Funda na capital paulista.
Apesar de ter sido criada na capital, Inezita tinha
verdadeira paixão pela música caipira. Seu contato com a natureza era nos
finais de semana e quando passava as férias na casa de parentes que moravam na
roça. Desde cedo desenvolveu o gosto pela música caipira, mas enfrentou duros
preconceitos, pois na época cantar e tocar viola não era atividade para mulher.
A família era totalmente contra.
Inezita fez faculdade de Biblioteconomia, pois tinha
verdadeira adoração por livros.
Casou-se na década de 40 com um pernambucano e iniciou
sua carreira cantando músicas folclóricas recolhidas por Mário de Andrade, na
Rádio Clube do Recife. O nome Inezita Barroso surgiu de seu nome Inês que
também era o nome de sua mãe, e Barroso era o sobrenome de seu marido.
Em 1951, passou a atuar na Rádio Record, onde apresentou
em 1954, o programa "Vamos falar de Brasil". Ainda em 1951, gravou
seu primeiro disco, interpretando "Funeral de um Rei Nagô", de Hekel
Tavares e Murilo Araújo e também "Curupira", de Waldemar Henrique. Em
1953, gravou "O canto do mar" e "Maria do mar", de Guerra
Peixe e José Mauro de Vasconcelos. No mesmo ano, gravou dois de seus maiores
sucessos, a moda "Marvada pinga", de Cunha Jr., e o samba
"Ronda", de Paulo Vanzolini. Ainda em 1953, participou dos filmes
"Destino em apuros", de Ernesto Remani e "Mulher de
verdade", de Alberto Cavalcanti. Com este filme, recebeu o Prêmio Saci, de
melhor atriz. Em 1954, gravou "Coco do Mané", de Luiz Vieira e passou
ainda a apresentar, semanalmente, programas sobre folclore na TV Record.
Recebeu o Prêmio Roquette Pinto de melhor cantora de rádio da Música Popular
Brasileira, e o Prêmio Guarani como melhor cantora de disco. Participou dos
filme "É proibido beijar", de Ugo Lombardi e "O craque", de
José Carlos Burle. Em 1955, gravou as canções de domínio público, "Meu
casório" e "Nhá Popé". No mesmo ano, participou como atriz e
cantora do filme "Carnaval em lá maior", de Adhemar Gonzaga, que
representou o Brasil no Festival de Punta Del Este no Uruguai. Ainda em 1955,
recebeu novamente os Prêmios Saci, como melhor atriz, e Roquette Pinto, como
melhor cantora de Música Popular, com o disco "Vamos falar de
Brasil".
Com a marvada pinga
É que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dou meu taio
Pego no copo e dali nun saio
Ali memo eu bebo
Ali memo eu caio
Só pra carregar é que eu dô trabaio
Oi lá
Venho da cidade e já venho cantando
Trago um garrafão que venho chupando
Venho pros caminho, venho trupicando, xifrando os
barranco, venho cambetiando
E no lugar que eu caio já fico roncando
Oi lá
O marido me disse, ele me falo: "largue de
bebê, peço por favô"
Prosa de homem nunca dei valô
Bebo com o sor quente pra esfriar o calô
E bebo de noite é prá fazê suadô
Oi lá
Cada vez que eu caio, caio deferente
Meaço pá trás e caio pá frente, caio devagar, caio
de repente, vô de corrupio, vô deretamente
Mas sendo de pinga, eu caio contente
Oi lá
Pego o garrafão e já balanceio que é pá mor de vê
se tá mesmo cheio
Não bebo de vez porque acho feio
No primeiro gorpe chego inté no meio
No segundo trago é que eu desvazeio
Oi lá
Eu bebo da pinga porque gosto dela
Eu bebo da branca, bebo da amarela
Bebo nos copo, bebo na tijela
E bebo temperada com cravo e canela
Seja quarqué tempo, vai pinga na guela
Oi lá
Ê marvada pinga!
Eu fui numa festa no Rio Tietê
Eu lá fui chegando no amanhecê
Já me dero pinga pra mim bebê
Já me dero pinga pra mim bebê e tava sem fervê
Eu bebi demais e fiquei mamada
Eu cai no chão e fiquei deitada
Ai eu fui prá casa de braço dado
Ai de braço dado, ai com dois sordado
Ai muito obrigado!