O TEMPO NÃO PÁRA
CAZUZA
COMPOSITOR: ARNALDO BRANDÃO
ONDE: CANECÃO 1988
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: O TEMPO NÃO PÁRA
GRAVADORA:
PHILIPS RECORDS
GÊNERO: ROCK
AND ROLL
ANO: 1988
O Tempo não Para é o quarto álbum solo do cantor brasileiro
de rock Cazuza, sendo o último registro ao vivo do cantor. Foi gravado durante
a turnê do disco Ideologia, nos dias 14, 15, e 16 de outubro de 1988 no Canecão,
Rio de Janeiro.
O show foi dirigido por Ney Matogrosso, cantor e amigo de
Cazuza, e conta com sucessos de toda a carreira solo e da carreira com o Barão
Vermelho também, além de duas releituras de outros cantores: "Vida Louca
Vida", originalmente lançada por Lobão no disco Vida Bandida, de 1987; e
"O Tempo não Para", originalmente lançada pela banda Hanói-Hanói no
disco Fanzine, de 1988.
"O Tempo não Para", em específico, foi composta
por Cazuza em parceria com Arnaldo Brandão, baixista e vocalista do
Hanói-Hanói, e o dramaturgo e letrista estadunidense Howard Ashman, mais
conhecido por escrever músicas com Alan Menken para animações da Disney como A
Pequena Sereia e A Bela e a Fera. É, junto a "Exagerado" e
"Ideologia", uma das canções de maior sucesso do cantor. O verso
("Mas se você achar que eu tô derrotado/ Saiba que ainda estão rolando os
dados") é uma alfinetada na mídia, que já lhe dava como morto. A banda
argentina Bersuit Vergarabat fez uma versão da canção chamada "El tiempo
no para" no álbum Y Punto, em 1992. Essa é uma adaptação daquela que
voltou-se com muita popularidade pois também contem uma dura crítica aos
governantes dos anos 90.
Disparo
contra o sol
Sou
forte, sou por acaso
Minha
metralhadora cheia de mágoas
Eu
sou um cara
Cansado
de correr
Na
direção contrária
Sem
pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu
sou mais um cara
Mas
se você achar
Que
eu tô derrotado
Saiba
que ainda estão rolando os dados
Porque
o tempo, o tempo não pára
Dias
sim, dias não
Eu
vou sobrevivendo sem um arranhão
Da
caridade de quem me detesta
A
tua piscina tá cheia de ratos
Tuas
ideias não correspondem aos fatos
O
tempo não pára
Eu
vejo o futuro repetir o passado
Eu
vejo um museu de grandes novidades
O
tempo não pára
Não
pára, não, não pára
Eu
não tenho data pra comemorar
Às
vezes os meus dias são de par em par
Procurando
agulha num palheiro
Nas
noites de frio é melhor nem nascer
Nas
de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E
assim nos tornamos brasileiros
Te
chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam
o país inteiro num puteiro
Pois
assim se ganha mais dinheiro
A
tua piscina tá cheia de ratos
Tuas
ideias não correspondem aos fatos
O
tempo não pára
Eu
vejo o futuro repetir o passado
Eu
vejo um museu de grandes novidades
O
tempo não pára
Não
pára, não, não pára
Dias
sim, dias não
Eu
vou sobrevivendo sem um arranhão
Da
caridade de quem me detesta
A
tua piscina tá cheia de ratos
Tuas
ideias não correspondem aos fatos
O
tempo não pára
Eu
vejo o futuro repetir o passado
Eu
vejo um museu de grandes novidades
O
tempo não pára
Não
pára, não, não pára.