RAPAZ DE
CAMISOLA VERDE
ANTÓNIO ZAMBUJO
COMPOSITORES:
PEDRO HOMEM DE MELLO/ HERMANO DA CÂMARA
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: POR
MEU CANTE
GRAVADORA:UNIVERSAL
MUSIC PORTUGAL
GÉNERO: FADO
ANO: 2004
Há o direito e o avesso. A cara e a coroa. O Yin e o
Yang. Depois, felizmente para nós todos, há aqueles que, por talento e
convicção, por mérito e trabalho, nos vão demonstrando que o mundo não avança a
preto e branco, mas a muitas cores, múltiplos tons e diferentes matizes, e que
as pontes e as sínteses são possíveis e recomendáveis. António Zambujo ganhou
lugar destacado entre estes arquitetos, recusando sempre – por instinto, por
crença e por necessidade artística – ficar confinado a um estilo, a uma escola,
a um género. Na sua cadência própria, vai desenhando um património amplo e
próprio que, como Do Avesso vem reafirmar em pleno, funciona em open
space, sem compartimentos acanhados, e com uma comunicação total e natural
entre todos os cantos da casa. Basta que se atente, a título de exemplo, em
canções novas que levaram o cantor a recorrer a uma Orquestra, a Sinfonietta de
Lisboa, e noutras em que opta pelo acompanhamento de um só instrumento, seja o
piano ou a guitarra acústica. Ora um dos aspetos saudáveis e distintivos deste
percurso, só na aparência paradoxal, está nisto – quanto mais diversifica os
seus alvos de interesse, quanto mais anula fronteiras de estereotipo, de
formatação, mais António Zambujo vinca a sua personalidade musical, que se
estende muito para lá da voz, em si mesma inconfundível.
De mãos nos bolsos e de olhar distante
Jeito de marinheiro ou de soldado
Era o rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Perguntei quem era, ele me disse
Sou do monte senhor, um seu criado
Pobre rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado.
Porque me assaltam turvos pensamentos
Na minha frente estava um condenado
Vai-te rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Ouvindo-me quedou-se altivo o moço
Indiferente à raiva do meu brado
E ali ficou de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Jeito de marinheiro ou de soldado
Era o rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Perguntei quem era, ele me disse
Sou do monte senhor, um seu criado
Pobre rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado.
Porque me assaltam turvos pensamentos
Na minha frente estava um condenado
Vai-te rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Ouvindo-me quedou-se altivo o moço
Indiferente à raiva do meu brado
E ali ficou de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Soube depois ali que se perdera
Esse que só eu pudera ter salvado
Aí do rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado…
Esse que só eu pudera ter salvado
Aí do rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado…