CANÇÃO COM LÁGRIMAS
ADRIANO CORREIA
DE OLIVEIRA
Compositores: MANUEL ALEGRE & ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA
País: Portugal
Álbum: ADRIANO
CORREIA DE OLIVEIRA – O MELHOR DOS MELHORES
Gravadora: MOVIEPLAY
PORTUGUESA
Gênero: fado
Ano: 1994
Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira(Porto, 9 de Abril
de 1942 — Avintes, 16 de Outubro de 1982) foi um músico português, intérprete
da canção de Coimbra e cantor de intervenção.
Filho de Joaquim Gomes de Oliveira e de sua mulher, Laura
Correia, Adriano mudou-se para Avintes ainda com poucos meses de vida. Criado
numa família profundamente católica, a infância de Adriano Correia de Oliveira
é marcada pelo ambiente que descreverá mais tarde como «marcadamente rural,
entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o
rio [Douro]».
Depois de concluir os estudos secundários, no Liceu
Alexandre Herculano, no Porto, Adriano Correia de Oliveira matriculou-se na Faculdade
de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959. Durante os anos passados em Coimbra,
tem uma intensíssima participação no meio cultural e desportivo ligado à
academia. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico,
membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, ator no CITAC, guitarrista
no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa.
Na década de 1960 adere ao Partido Comunista Português,
envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi
candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.
Data de 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra.
Acompanhado por António Portugal e Rui Pato, o álbum continha a interpretação
de Trova do vento que passa, poema de Manuel Alegre, que se tornaria uma
espécie de hino da resistência dos estudantes à ditadura. Em 1967 gravou o álbum
Adriano Correia de Oliveira, que, entre outras canções, tinha Canção com
lágrimas.
Em 1966 casa-se com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo
Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite (Coimbra, Taveiro,
11 de Outubro de 1917 - Coimbra, 22 de Março de 2000) e de sua mulher Maria
Margarida de Seixas Nogueira de Lemos (Salsete, São Tomé, 13 de Junho de 1923),
depois casada com Carlos Acosta. O casal, que mais tarde se separaria, veio a
ter dois filhos: Isabel, nascida em 1967 e José Manuel, nascido em 1971.
Chamado a cumprir o Serviço Militar, em 1967, Adriano
Correia de Oliveira ficaria a uma disciplina de se formar em Direito. Em 1970,
já licenciado da tropa, decide trocar Coimbra por Lisboa, e vai exercer funções
no Gabinete de Imprensa da FIL - Feira Industrial de Lisboa, até 1974.
Ainda em 1969 vê editado o álbum O Canto e as Armas,
revelando, de novo, vários poemas de Manuel Alegre. Pela sua obra recebe, no
mesmo ano, o Prémio Pozal Domingues. Lança Cantaremos, em 1970, e Gente d' aqui
e de agora, em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José
Calvário, e composição de José Niza. Em 1973 lança Fados de Coimbra, em disco,
e funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu,
em 1974.
Com a Revolução dos Cravos, Adriano Correia de Oliveira
está entre os fundadores da Cooperativa Cantabril. Em 1975 lança Que nunca mais,
onde se inclui o tema Tejo que levas as águas. A revista inglesa Music Week elege-o
Artista do Ano. Em 1980 lançaria o seu último álbum, Cantigas Portuguesas,
ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em ruptura com a
Cantabril.
Vítima de uma hemorragia esofágica, morreu na quinta da
família, em Avintes, nos braços da sua mãe.
A 24 de Setembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem da
Liberdade e a 24 de Abril de 1994 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante
D. Henrique, ambas as condecorações a título póstumo. A Câmara Municipal de
Lisboa atribuiu o seu nome a uma rua em Entrecampos.
Eu canto para ti um mês de giestas
Um mês de morte e crescimento ó
meu amigo
Como um cristal partindo-se
plangente
No fundo da memória perturbada
Eu canto para ti um mês onde
começa a mágoa
E um coração poisado sobre a tua
ausência
Eu canto um mês com lágrimas e sol
o grave mês
Em que os mortos amados batem à
porta do poema
Porque tu me disseste quem em dera
em Lisboa
Quem me dera me Maio depois morreste
Com Lisboa tão longe ó meu irmão
tão breve
Que nunca mais acenderás no meu o
teu cigarro
Eu canto para ti Lisboa à tua
espera
Teu nome escrito com ternura sobre
as águas
E o teu retrato em cada rua onde
não passas
Trazendo no sorriso a flor do mês
de Maio
Porque tu me disseste quem em dera
em Maio
Porque te vi morrer eu canto para
ti
Lisboa e o sol Lisboa com lágrimas
Lisboa a tua espera ó meu irmão
tão breve
Eu canto para ti Lisboa à tua
espera...
La Ia Ra La Na Ia Na Ia La Ia
La Ia Ra La Na Ia Na Ia
La Ra Ra
Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve.