CINDERELA
CARLOS PAIÃO
COMPOSITOR: CARLOS PAIÃO
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: O MELHOR DE CARLOS
PAIÃO
GRAVADORA: EMI
GÊNERO: POP
ANO: 1984
Carlos Manuel de Marques Paião(Coimbra, 1 de novembro de 1957
— Rio Maior, 26 de agosto de 1988) foi um cantor e compositor português.
Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa(1983), acabando por se
dedicar exclusivamente à música.
Nasceu, acidentalmente, em Coimbra, filho de um piloto de
barra que, anos antes, se dedicara à pesca do bacalhau, e de uma professora, vivendo
em Ílhavo(terra natal dos pais). Desde muito cedo, Carlos Paião demonstrou ser
um compositor prolífico, sendo que, no ano de 1978, tinha já escritas mais de
duzentas canções. Nesse ano obteve o primeiro reconhecimento público, ao vencer
o Festival da Canção do Illiabum Clube.
Em 1980 concorre, pela primeira vez, ao Festival RTP da
Canção, numa altura em que este certame representava uma plataforma para o
sucesso e a fama no mundo da música portuguesa, mas não foi apurado. Com Playback
ganhou o Festival RTP da Canção 1981, com a esmagadora pontuação de 203 pontos,
deixando para trás concorrentes tão fortes como as Doce e José Cid. A canção,
uma crítica divertida, mas contundente, aos artistas que cantam em playback,
ficou em penúltimo lugar no Festival Eurovisão da Canção 1981, realizado em Dublin,
na República da Irlanda. Tal classificação não "beliscou" minimamente
a popularidade do cantor e compositor, pois Carlos Paião, ainda nesse ano,
editou outro single de sucesso e que mantém a sua popularidade até hoje: Pó
de Arroz.
O êxito que se seguiu foi a Marcha do Pião das Nicas,
canção na qual o cantor voltava a deixar patente o seu lado satírico. Telefonia
(Nas Ondas do Ar) era o lado B desse single.
Carlos Paião compôs canções para outros artistas, entre
os quais Herman José, que viria a alcançar grande êxito com A Canção do
Beijinho(1980), e Amália Rodrigues, para quem escreveu O Senhor Extra-Terrestre(1982).
Algarismos(1982), o seu primeiro LP, não obteve, no
entanto, o reconhecimento desejado. Surgiu, entretanto, a oportunidade de
participar no programa de televisão O Foguete, com António Sala e Luís Arriaga.
Em 1983, cantava ao lado de Cândida Branca Flor, com quem
interpretou um dueto muito patriótico intitulado Vinho do Porto, Vinho de
Portugal, que ficou em 3.º lugar no Festival RTP da canção.
Num outro programa, Hermanias (1984), Carlos Paião compôs
a totalidade das músicas e letras de Serafim Saudade, personagem criada por Herman
José, já então uma das figuras mais populares da televisão portuguesa.
Em 1985 concorreu ao Festival Mundial de Música Popular
de Tóquio(World Popular Song Festival of Tokio), tendo a sua canção sido uma
das 18 seleccionadas.
A 26 de Agosto de 1988 morre num violento acidente de automóvel,
quando se dirigia para um concerto - as festas em honra de S. Ginésio, em Penalva
do Castelo(os cartazes das festas da vila confirmam-no). O acidente aconteceu
na antiga Estrada Nacional 1, perto de Rio Maior. A sua morte foi alvo de
polémica por não ser claro se foi culpado do acidente que o vitimou. O seu
corpo foi sepultado em São Domingos de Rana, freguesia do concelho de Cascais.
Estava a preparar um novo álbum intitulado Intervalo,
que acabou por ser editado em Setembro desse ano, e cujo tema de maior sucesso
foi Quando as nuvens chorarem.
Compositor, intérprete e instrumentista, Carlos Paião
produziu mais de trezentas canções.
Em 2003, foi editada uma compilação comemorativa dos 15
anos do seu desaparecimento - Carlos Paião: Letra e Música - 15 anos depois(Valentim
de Carvalho).
Em 2008, por altura da comemoração dos 20 anos do
desaparecimento do músico, vários músicos e bandas reinterpretaram alguns temas
do autor na edição de um álbum de tributo, "Tributo a Carlos Paião".
Os seus restos mortais são trasladados para o cemitério
da freguesia de São Salvador, no concelho de Ílhavo, por desejo dos seus pais,
no final de 2014.
A 29 de Janeiro de 2016, a Junta de Freguesia de São
Domingos de Rana protagonizou um Tributo a Carlos Paião, numa noite que contou
com muitos artistas para quem Carlos Paião escreveu e que o reinterpretaram. No
dia 30 de Janeiro de 2016, foi inaugurada em São Domingos de Rana a Exposição
Carlos Paião com o espólio do cantor e compositor.
Eles
são duas crianças a viver esperanças, a saber sorrir
Ela
tem cabelos louros, ele tem tesouros para repartir
Numa
outra brincadeira passam mesmo à beira, sempre sem falar
Uns
olhares envergonhados e são namorados sem ninguém pensar
Foram
juntos outro dia, como por magia, no autocarro, em pé
Ele
lá lhe disse, a medo: O meu nome é Pedro e o teu qual é?
Ela
corou um pouquinho e respondeu baixinho: Sou a Cinderela
Quando
a noite o envolveu ele adormeceu e sonhou com ela
Então
Bate,
bate coração!
Louco,
louco de ilusão!
A
idade assim não tem valor
Crescer
Vai
dar tempo p'ra aprender
Vai
dar jeito p'ra viver
O teu
primeiro amor
Cinderela
das histórias, a avivar memórias, a deixar mistério
Já o
fez andar na lua, no meio da rua e a chover a sério
Ela,
quando lá o viu, encharcado e frio, quase o abraçou
Com a
cara assim molhada, ninguém deu por nada, ele até chorou
Então
Bate,
bate coração!
Louco,
louco de ilusão!
A
idade assim não tem valor
Crescer
Vai
dar tempo p'ra aprender
Vai
dar jeito p'ra viver
O teu
primeiro amor
E
agora, nos recreios, dão os seus passeios, fazem muitos planos
E
dividem a merenda, tal como uma prenda que se dá nos anos
E,
num desses bons momentos, houve sentimentos a falar por si
Ele
pegou na mão dela: Sabes Cinderela, eu gosto de ti
Então
Bate,
bate coração!
Louco,
louco de ilusão!
A
idade assim não tem valor
Crescer
Vai
dar tempo p'ra aprender
Vai
dar jeito p'ra viver
O teu
primeiro amor
Cinderela
Então
Bate,
bate coração!
Louco,
louco de ilusão!
A
idade assim não tem valor
Crescer
Vai
dar tempo p'ra aprender
Vai
dar jeito p'ra viver
O teu
primeiro amor.