A MORTE DO VAQUEIRO
LUIZ GONZAGA
COMPOSITORES: LUIZ
GONZAGA & NELSON BARBALHO
PAÍS:
BRASIL
ÁLBUM: ASA
BRANCA
GRAVADORA:
MALEKON RECORDS
GÊNERO: BAIÃO
ANO: 2016
Luiz Gonzaga do
Nascimento(Exu, 13 de dezembro de 1912–Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor e cantor brasileiro. Conhecido como o Rei do Baião, foi considerado uma
das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira.
Cantando acompanhado de
sua sanfona, zabumba e triângulo, levou
para todo o país a cultura musical
do nordeste, como o baião, o xaxado, o xote e o forró pé de serra. Suas
composições também descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua
árida terra, o sertão nordestino.
Admirado pelos mais
diversos artistas, Luiz Gonzaga ganhou notoriedade com as antológicas canções Asa Branca (1947), Seridó(1949), Juazeiro(1948), Forró de Mané
Vito(1950) e Baião de Dois(1950).
Antes de ser o rei do
baião, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela
sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se
interessar pela área musical.
Depois da baixa do
exército, estando decidido a se dedicar à música. No Rio de Janeiro, então
capital do Brasil, começou tocando em bares, cabarés e programas de calouros.
Nessa época, tocava músicas de Manezinho Araújo(emboladas), Augusto Calheiros(valsas e serestas) e Antenógenes Silva(xotes
e sambas). Apresentava-se com o típico figurino do músico
profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe, com sabor
regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor, pela qual lançou mais de cinquenta músicas
instrumentais. Vira e Mexe foi a primeira música que gravou em disco.
Veio depois sua primeira
contratação, pela Rádio Nacional. Lá
conheceu o acordeonista catarinense Pedro Raimundo, que usava trajes típicos da sua região. A
partir de então, surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945,
gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha, em parceria com Miguel Lima.
Entre 1951 e 1952 a
marca Colírio Moura Brasil celebrou
um contrato de teor promocional com o cantor, custeando-lhe uma excursão por
todo o país, fato este registrado por Gilberto Gil.
Luiz Gonzaga sofreu de osteoporose por anos. Em 2 de agosto de 1989, morreu vítima de
Parada cardiorrespiratória
no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Seu corpo foi velado
na Assembleia
Legislativa de Pernambuco, em Recife e posteriormente sepultado em seu município natal.
A Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga
é uma homenagem ao cantor.
Em 2012 Luiz Gonzaga foi
tema do carnaval da GRES Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro, com o enredo "O Dia
em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do
Sertão", fazendo com que a escola ganhasse o carnaval carioca daquele ano.
Ana Krepp, da Revista da
Cultura escreveu: "O rei do baião pode ser também considerado o primeiro
rei do pop no Brasil. Pop, aqui, empregado em seu sentido original, de popular.
De 1946 a 1955 foi o artista que mais vendeu discos no Brasil, somando quase
200 gravados e mais de 80 milhões de cópias vendidas. 'Comparo Gonzagão a Michael Jackson. Ele desenhava as próprias roupas e inventava
os passos que fazia no palco com os músicos', ilustra [o cineasta] Breno
[Silveira, diretor de Gonzaga — De pai para filho]. Foi o cantor e músico e
também o primeiro a fazer uma turnê pelo Brasil. Antes dele, os artistas não
saíam do eixo Rio-SP. Gonzagão gostava mesmo era do showbiz: viajar, fazer shows
e tocar para plateias do interior."
Em 2012, o filme de Breno Silveira, Gonzaga - De Pai pra Filho,
narrando a relação conturbada de Luiz com o filho Gonzaguinha, em três semanas
de exibição já alcançara a marca de um milhão de espectadores.
Numa
tarde bem tristonha
Gado
muge sem parar
Lamentando
seu vaqueiro
Que não
vem mais aboiar
Não vem
mais aboiar
Tão
dolente a cantar
Tengo,
lengo, tengo, lengo,
tengo,
lengo, tengo
Ei,
gado, oi
Bom
vaqueiro nordestino
Morre
sem deixar tostão
O seu
nome é esquecido
Nas
quebradas do sertão
Nunca
mais ouvirão
Seu
cantar, meu irmão
Tengo,
lengo, tengo, lengo,
tengo,
lengo, tengo
Ei,
gado, oi
Sacudido
numa cova
Desprezado
do Senhor
Só
lembrado do cachorro
Que inda chora
Sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
E... Ei...