CHOROU, CHOROU
JOÃO DONATO
COMPOSITORES: JOÃO DONATO & PAULO CÉSAR PINHEIRO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: QUEM É QUEM
GRAVADORA: ODEON RECORDS
GÊNERO: BOSSA NOVA
ANO: 1973

Quem é Quem é o décimo álbum de João Donato, editado em 1973 pela gravadora Odeon com a produção de Marcos Valle e de Milton Miranda. O disco apresenta pela primeira vez a voz de Donato, uma vez que sempre foi mais instrumentista do que somente como cantor, e marcou a volta do pianista ao Brasil depois de dez anos morando nos Estados Unidos com a esposa Patrícia e a filha Jodel, que se mudaram para outra cidade do país enquanto Donato retornava ao Rio para ficar. O disco apresenta ele em temas como "A Rã", "Amazonas" - ambas instrumentais, além de dar voz à canções como "Até Quem Sabe?" parceria com o irmão Lysias Ênio, "Nãna das Águas", "Mentiras" aonde ele não canta, mas sim Nana Caymmi, além dele utilizar o piano elétrico Fender Rhodes, que estava em alta. O disco não teve grandes vendagens, mas ajudou-o a manter um valor simbólico anos depois em 2007, quando a revista Rolling Stone brasileira decidiu elegê-la na lista dos 100 Maiores Discos da Música Brasileira no 90º lugar.
De acordo com a revista "o disco é um reencontro de Donato com o samba-jazz, envenenado por seus experimentos elétricos no exterior", e além da produção de Valle, tem os arranjos de Dori Caymmi, Lindolfo Gaya, Laércio de Freitas e Ian Guest, além do próprio Donato em algumas faixas.
João Donato de Oliveira Neto (Rio Branco, 17 de agosto de 1934), mais conhecido apenas como João Donato, é um pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor brasileiro.
Donato foi amigo de todos os expoentes do movimento bossanovista, como João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Johnny Alf, entre outros, mas nunca foi caracterizado unicamente como tal, e sim um músico muito criativo e que promove fusões musicais, de jazz e música latina, entre tantos outros. Na década de 1950, João Donato se muda para os Estados Unidos onde permanece durante treze anos e realiza o que nunca tinha conseguido no Brasil: reincorporar a musicalidade afro-cubana ao jazz. Grava o disco A Bad Donato e compõe músicas como "Amazonas", "A Rã" e "Cadê Jodel". Retorna ao Brasil, reencontra a música brasileira que estava sendo feita no país, mas não abandona sua paixão pela fusão entre o jazz e ritmos caribenhos. Como arranjador participou de discos de grandes nomes da MPB como Gal Costa e Gilberto Gil.
Entre as composições mais conhecidas do músico, estão: "Amazonas", "Lugar Comum", "Simples Carinho", "Até Quem Sabe" e "Nasci Para Bailar". Segundo o crítico musical Tárik de Souza: "Durante muito tempo, João Donato foi um mito das internas da MPB. Gênio, desligado, louco, de tudo um pouco.
Passo a passo, andando eu vi
Alguém disse: Alô, alô
Como vai?
Assim, assim
E nasceu o amor, amor
Mas no dia-a-dia, eu vi
Que você, você mudou
Logo, logo eu percebi
E morreu o amor, amor
Quem partiu, partiu chorando
Mas o que passou, passou
Quem ficou, ficou lembrando
Quem chorou, chorou, chorou
Eu pergunto a Deus, a Deus
Ora, ora, o que é que eu sou
Diz-me o que será, será
Sem o meu amor, amor.
APROVEITA GENTE
LUIZ GONZAGA
COMPOSITOR: ONILDO ALMEIDA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: DANADO DE BOM
GRAVADORA: BMG BRASIL
GÊNERO: FORRÓ
ANO: 2003

Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu, 13 de dezembro de 1912Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor e cantor brasileiro. Conhecido como o Rei do Baião, foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira.
Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou para todo o país a cultura musical do nordeste, como o baião, o xaxado, o xote e o forró pé de serra. Suas composições também descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino.
Admirado pelos mais diversos artistas, Luiz Gonzaga ganhou notoriedade com as antológicas canções Asa Branca (1947), Seridó (1949), Juazeiro (1948), Forró de Mané Vito (1950) e Baião de Dois (1950).
Antes de ser o rei do baião, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical.
Depois da baixa do exército, estando decidido a se dedicar à música. No Rio de Janeiro, então capital do Brasil, começou tocando em bares, cabarés e programas de calouros. Nessa época, tocava músicas de Manezinho Araújo (emboladas), Augusto Calheiros (valsas e serestas) e Antenógenes Silva (xotes e sambas). Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe, com sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor, pela qual lançou mais de cinquenta músicas instrumentais. Vira e Mexe foi a primeira música que gravou em disco.
Veio depois sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Lá conheceu o acordeonista catarinense Pedro Raimundo, que usava trajes típicos da sua região. A partir de então, surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945, gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha, em parceria com Miguel Lima.
Entre 1951 e 1952 a marca Colírio Moura Brasil celebrou um contrato de teor promocional com o cantor, custeando-lhe uma excursão por todo o país, fato este registrado por Gilberto Gil.
Aproveita gente que o pagode é quente
É forró pra toda essa gente se espalhar
Êita, coisa boa! Êita, pessoá!
Hoje aqui a páia voa vamo gente aproveitar
O resfulengo desse fole não é mole
Todo mundo aqui se bole
Com o seu resfulegar
E o sanfoneiro que não só faz resfulengo
Quando sai do lengo-lengo bota pra improvisar.

SEBASTIANA
JACKSON DO PANDEIRO
COMPOSITOR: ROSIL CAVALCANTI
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: MILLENIUM: JACKSON DO PANDEIRO
GRAVADORA: UNIVERSAL MUSIC
GÊNERO: FORRÓ
ANO: (1953)2002

Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho (Alagoa Grande, 31 de agosto de 1919Brasília, 10 de julho de 1982), foi um cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro. Também conhecido como O Rei do Ritmo.
Jackson nasceu em 31 de agosto de 1919, no Engenho Tanques, com o nome de José Gomes Filho. Ele era filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão. Através dela Jackson começou a tomar gosto pelo ritmo como tocador de zabumba. Após a morte do pai, José Gomes, no início dos anos 30, a família decide se mudar para Campina Grande. A pé, Flora e três filhos. José (Jackson), Severina e João, vão tentar uma nova vida, após quatro dias de viagem.
Em Campina Grande, Jackson trabalhou como engraxate, ajudante de padaria e nas noites, tocava no Cassino Eldorado de Josefa Tributino, sua madrinha artística, a qual foi homenageada na música Forró em Campina. Na feira central de Campina, conviveu com artistas populares, como cÔquistas e violeiros. Seu nome artístico originou-se das brincadeiras de criança, ainda em Alagoa Grande, dos filmes de faroeste, no tempo do cinema mudo, onde se autodenominava Jack, inspirado em Jack Perry, artista dos referidos filmes. O apelido pegou, e em Campina Grande, após iniciar como pandeirista ficou conhecido como Jack do Pandeiro, e passando a acompanhar artistas da terra. Mudou-se para João Pessoa nos anos 40 e continuou sua vida de músico tocando em boates e cabarés, sendo, logo a seguir contratado pela Rádio Tabajara para atuar na orquestra daquela emissora, sob a batuta do maestro Nozinho. Quando o maestro Nozinho foi contratado para a Rádio Jornal do Commércio, de Recife, levou alguns membros da orquestra Tabajara, entre eles Jackson do Pandeiro. Portanto Jackson já chegou em Recife formado no mundo dos ritmos, pois em Campina Grande e João Pessoa entre os anos 30 e 48 passou por zabumba, bateria, bongô, até chegar profissionalmente ao pandeiro.
Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry. A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.
Somente em 1953, com trinta e cinco anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: "Forró em Limoeiro", rojão composto por Edgar Ferreira.
Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Albuquerque, com quem se casou em 1956, vivendo com ela até 1967. Depois de doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele se casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, com quem viveu até seus últimos dias de vida.
No Rio de Janeiro, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana" e "Um a Um". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, côco, samba-côco, rojão, além de marchinhas de carnaval.
O fato de ter tocado tanto tempo no Cassino Eldorado aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formato LP. Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro", em 1953, até o último álbum, "Isso é que é Forró!", de 1981, foram 29 anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras.
Convidei a comadre Sebastiana
Pra dançar e xaxado na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
E gritava: A, E, I, O, U, Y

Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei Sebastiana pelo braço
E gritei, não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
E Sebastiana não deu mais fracasso
E gritava: A, E, I, O, U, Y.
VAGABUNDO
ALTEMAR DUTRA
COMPOSITOR: VICTOR SIMON
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: NOVO MILLENNIUM
GRAVADORA: RCA VICTOR
GÊNERO: BOLERO
ANO: 2014

Altemar Dutra de Oliveira (Aimorés, 6 de outubro de 1940Nova Iorque, 9 de novembro de 1983) foi um cantor e compositor brasileiro.
Sucesso em toda a América Latina, interpretando obras como "Sentimental Demais", "O Trovador", "Brigas" e "Que Queres Tu de Mim", boa parte das canções de autoria da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim, foi progressivamente destacando-se no gênero musical bolero. De fato, veio a ser aclamado como o "rei do bolero" no Brasil.
Gravou seu primeiro disco na Tiger, com "Saudade que vem" (Oldemar Magalhães e Célio Ferreira) e "Somente uma vez" (Luís Mergulhão e Roberto Moreira). Por volta de 1963, foi levado por Jair Amorim para o programa Boleros Dentro da Noite, na Rádio Mundial, e no mesmo ano Joãozinho, do Trio Irakitan, levou-o para a Odeon, onde foi contratado. Logo atingiu os primeiros lugares nas paradas de sucesso com Tudo de mim (Evaldo Gouveia e Jair Amorim), tornando-se conhecido em todo o Brasil.
Em 1964, gravou com grande sucesso Que queres tu de mim, O trovador, Sentimental demais e Somos iguais (todas de Evaldo Gouveia e Jair Amorim). Destacou-se também na América Latina, fazendo apresentações em vários países e gravando um LP com Lucho Gatica: El bolero se canta así.
Com suas versões em espanhol, chegou a vender mais de 500 mil cópias na América Latina. Depois de ter dominado as paradas de sucesso locais, a partir de 1969 passou a conquistar fãs de origem latina nos Estados Unidos. Em pouco tempo tornou-se um dos mais populares cantores estrangeiros nos Estados Unidos. Apresentava um show para a comunidade latino-americana, no clube noturno "El Continente", em Nova Iorque, quando faleceu aos 43 anos, de derrame cerebral.
Que importa saber quem sou,
Nem de onde venho, nem pra onde vou.
O que eu quero são teus lindos olhos, morena,
Tão cheios de amor...
O Sol brilha no infinito,
E aquece o mundo aflito

Que importa saber quem sou,
Nem de onde venho, nem pra onde vou
Eu só quero é o teu amor,
Que me dá a vida, que me dá calor.

Tu me condenas por ser vagabundo,
Mas meu destino é viver ao léu,
Pois vagabundo é o próprio mundo,
Que vai girando no céu azul.

Que importa saber quem sou,
Nem de onde venho, nem pra onde vou
Eu só quero é o teu amor,
Que me dá a vida, que me dá calor.

Tu me condenas por ser vagabundo,
Mas meu destino é viver ao léu.
"Si vagabundo és el própio mundo,
Que va jirando en el cielo azul".

Que importa saber quem sou,
Nem de onde venho, nem pra onde vou
Eu só quero é o teu amor,
Que me dá a vida, que me dá calor.

Tu me condenas por ser vagabundo,
Mas meu destino é viver ao léu.
"Si vagabundo és el própio mundo,
Que va jirando en el cielo azul".