SAMBA
SEM BALANÇO
JOHNNY
ALF
COMPOSITOR:
VERA BRASIL
PAÍS:
BRASIL
ÁLBUM: BOSSA
NOVA
GRAVADORA:
ROSENBLIT
GÊNERO:
BOSSA NOVA
ANO: 1965
Johnny
Alf, nome artístico de Alfredo José da Silva (Rio de Janeiro, 19 de maio
de 1929 — Santo André, 4 de
março de 2010),
foi um compositor,
cantor e pianista brasileiro.
Considerado um dos pais da Bossa Nova, influenciou nomes como João
Gilberto, Tom
Jobim e Luiz Bonfá.
Perdeu
o pai, cabo do exército, aos três anos de idade. Sua mãe trabalhava em casa de
uma família na Tijuca
e o criou sozinha. Seus estudos de piano começaram aos nove anos, com Geni
Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava. Os empregadores de sua
mãe pagaram as aulas de piano, mas desaprovaram sua posterior carreira nas
boates.
Após
o início na música erudita, começou a se interessar pela música popular,
principalmente trilhas sonoras do cinema norte-americano e por compositores
como George Gershwin e Cole
Porter. Aos 14 anos, formou um conjunto musical com seus amigos de Vila
Isabel, que tocavam na praça Sete (atual praça Barão de Drummond). Estudou no Colégio Pedro II. Entrando em contato com o
Instituto Brasil-Estados Unidos, foi convidado para participar de um grupo
artístico. Uma amiga americana sugeriu o nome de Johnny Alf.
Em
1949, ingressou no Sinatra-Farney Fan Club, voltado para a música de Frank
Sinatra e Dick Farney. Em 1952, Dick Farney e Nora Ney o
contratam como pianista da nova Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, iniciando assim sua carreira
profissional. Mary Gonçalves, atriz e Rainha do Rádio, estava sendo lançada como cantora,
e escolheu três canções de Johnny: Estamos sós, O que é amar e Escuta para
fazerem parte do seu longplay Convite ao Romance.
Foi
gravado seu primeiro disco em 78 rpm, com a música Falsete de sua autoria, e De
cigarro em cigarro (Luís Bonfá). Tocou nas boates Monte Carlo, Mandarim,
Clube da Chave, Beco das Garrafas, Drink e Plaza. Duas canções se destacaram
neste período: Céu e mar e Rapaz de bem (1953), ambas de
melodia e harmonia consideradas revolucionárias, precursoras da bossa nova.
Em
1955 foi para São Paulo, tocando na boate Baiuca e no bar
Michel, com os iniciantes Paulinho
Nogueira, Sabá
e Luís
Chaves. Em 1962
voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no Bottle's Bar, junto com o conjunto
musical Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvia
Telles. Apresentava-se no Litlle Club e Top, o conjunto formado por Tião
Neto (baixista) e Edison Machado (baterista).
Em
1965 realizou uma
turnê pelo interior paulista. Tornou-se professor de música no Conservatório
Meireles, de São Paulo. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira
em 1967, da TV Record -
Canal 7, de São Paulo, com a música Eu e a brisa, tendo como intérprete a
cantora Márcia (esposa de Silvio Luiz). A música foi desclassificada, porém se
tornando um dos maiores sucessos de sua carreira.
Em
seus últimos anos de vida Johnny raramente se apresentava, em razão de
problemas de saúde. Esteve apenas na abertura das exposições dedicadas aos 50
anos da bossa
nova na Oca, em 2008, e, em janeiro de 2009, no Auditório do SESC Vila Mariana, em
São Paulo. Na mostra sobre os 50 anos da bossa nova, Alf teve um encontro
virtual com nomes como Tom Jobim, Frank
Sinatra, Ella Fitzgerald e Stan Getz.
O artista tocava piano com as projeções dos colegas, já mortos, para um filme
que foi exibido ao longo do evento. Segundo o curador da mostra, Marcello
Dantas, Johnny Alf foi "o caso clássico do artista que não teve o
reconhecimento à altura de seu talento. Alf foi um gênio e teve participação na
história da nossa música".
O
compositor não tinha parentes. Vivia em um asilo em Santo André. Seu último
show foi em agosto de 2009,
no Teatro
do Sesi, em São Paulo, ao lado da cantora Alaíde
Costa.
Faleceu
aos 80 anos no hospital estadual Mário Covas, em Santo André (SP), onde, durante três anos, se tratou de um
câncer de próstata.
Segundo
o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o "verdadeiro pai da Bossa Nova".
Tom Jobim,
outro dos primeiros artistas da Bossa Nova, admirava Johnny Alf a ponto de
apelidá-lo de "Genialf".
Samba sem Balanço
Coração parou
Tempo leve e traz
Faz que se desfaz
Para o vento no ar
Para onda no mar
Paro o som na canção
Tudo vai parar
Vamos esperar o amor
que vai voltar
Pra de novo balançar
Vento no ar
Onda no mar
Som na canção
Do coração.