FORRÓ DO TAMANCO

OS 3 DO NORDESTE
COMPOSITOR: ANTÓNIO BARROS
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: O MELHOR DOS TRÊS DO NORDESTE
GRAVADORA: SONY MUSIC
GÊNERO: FORRÓ
ANO: 1997
 
         Os 3 do Nordeste ou Os Três do Nordeste, é um trio de cantores, instrumentistas e compositores de forró do Brasil.
        Inicialmente o grupo foi batizado de Trio Estrela do Norte, depois passou a se chamar de Trio Luar do Sertão e, finalmente, Os 3 do Nordeste. O grupo originalmente foi formado em Campina Grande, na Paraíba, em 1969. Tinha como integrantes: Parafuso, Zé da Ema e Zé Pacheco. Logo o trio mudou-se para o Rio de Janeiro onde faziam frequentemente shows na Central do Brasil.
         Em 1972, o Trio Nordestino havia saído da CBS para a gravadora Copacabana e Abdias, que era o produtor musical para o Nordeste, estava À procura de um cantor ou de um trio para substituí-los, então Jackson do Pandeiro indicou o trio Luar do Sertão para a vaga. O trio foi convidado a fazer um teste. Zé Pacheco era o vocalista até então, mas a pedido de Abdias, Zé Cacau assumiu os vocais a partir daí. Em 1974, através da Entré/CBS, Os 3 do Nordeste lançaram seu primeiro LP intitulado É Proibido Cochilar.
        O trio continuou lançando álbuns e se consagrou nesse ramo da música popular brasileira. Em 1978, já transferidos para o selo Uirapuru/CBS, o trio obteve grande sucesso nacional com o xote Por debaixo dos panos de Cecéu, que recebeu diversas gravações, entre as quais a do cantor Ney Matogrosso. Também foram sucesso neste LP (chamado de Forró do Poeirão) os baiões Forró do poeirão, de Antônio Barros, e Bicho homem, de Cecéu.
         Essa formação durou até 1979, quando Zé Cacau saiu, deixando seu lugar para Erivan Alves Almeida (Mestre Zinho), que ficou na formação do trio até o final da década de 80, dando lugar então a Marrom. Depois dessa fase e até os dias de hoje o trio passou por algumas alterações, preservando apenas como integrante original o Parafuso.
          Em 03 de outubro de 2016, durante uma turnê na Europa, o trio perdeu um dos seus fundadores Carlos de Albuquerque Melo (Parafuso), o último da formação original, faleceu em Colônia, na Alemanha depois de sofrer um AVC aos 76 anos.
          Atualmente, o trio é composto por Erivan Alves Almeida, José Pacheco Marinho Filho e Carlos de Albuquerque Melo.
No meu forró, entra preto e branco
Quero ver todo mundo calçadinho de tamanco
A noite inteira quero ver o barulhão
Das menininhas arrastando tamanco no chão
É, é, de tamanco, mulher
 
No meu tempo de criança
Eu era menino chato
Que não me falhe a lembrança
Eu só andava de sapato
Mas agora eu sou grande
E mudei de opinião
Acho muito bonitinho
O arrastado do tamanco no chão
É, é, de tamanco, mulher
 
No meu forró, entra preto e branco
Quero ver todo mundo calçadinho de tamanco
A noite inteira quero ver o barulhão
Das menininhas arrastando tamanco no chão
É, é, de tamanco, mulher
 
No meu tempo de criança
Eu era menino chato
Que não me falhe a lembrança
Eu só andava de sapato
Mas agora eu sou grande
E mudei de opinião
Acho muito bonitinho
O arrastado do tamanco no chão
 
É, é, de tamanco, mulher
É, é, de tamanco, mulher.

FORRÓ PESADO

TRIO NORDESTINO
COMPOSITORES: ASISÃO & LINDOLFO BARBOSA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: FORRÓ PESADO
GRAVADORA: COPACABANA
GÊNERO: FORRÓ
ANO: 1975
 
          Em 1958 foi criado o Trio Nordestino, na cidade de Salvador. Formação clássica do forró: um sanfoneiro, um zabumbeiro e um triangulo para dar o toque especial.
    Os fundadores Lindú (voz e sanfona), Coroné (zabumba) e Cobrinha (triângulo) lançaram o primeiro disco em 1962, apimentando a música brasileira com o suingue, o humor e a sensualidade do sertão. O grupo ganhava então a benção do rei do baião, Luiz Gonzaga.
      O primeiro grupo que usou o nome "Trio Nordestino" foi Neném (Dominguinhos), Miudinho (João Batista de Lima Filho) e Zito Borborema. O nome foi dado por Helena, esposa de Luiz, em 1957. Eles acompanhavam Luiz Gonzaga em seus shows, mas o grupo durou muito pouco tempo, não gravou músicas e se desfez quando Dominguinhos e de Zito Borborema começaram carreira solo.
       Outro trio com esse mesmo nome foi formado por João Xavier, Heleno Luiz e Toninho do Acordeon, que viria a ser sogro de Oswaldinho do Acordeon. Eles hoje são conhecidos hoje como Trio Nordestino Alagoano. Houve uma disputa judicial pelo nome e Marinês, Dominguinhos e Luiz Gonzaga testemunharam a favor de Lindú, Coroné e Cobrinha e o juiz deu ganho de causa a eles.
Em toda festa de embalo
Eu quero ver forró
Eu vou dançar forró
Vou me balançar
Dançar agarradinho
Rostinho com rostinho
Sentir o seu carinho
Quero ouvir mulher fungar
Quando toca o forró
Todo mundo quer dançar
Todo mundo se sacode
O mundo a sacolejar
Que o forró é da pesada
Ninguém quer ficar parado
Pode botar na balança
Que este é o forró pesado
Forró pesado (2X)
A moçada se assanha
Ninguém quer ficar parado.

FORRÓ EM LIMOEIRO

JACKSON DO PANDEIRO
COMPOSITOR: EDGAR FERREIRA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: JACKSON DO PANDEIRO
GRAVADORA: COPACABANA RECORDS
GÊNERO: FARRÓ
ANO: 1955
 
        Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho (Alagoa Grande, 31 de agosto de 1919Brasília, 10 de julho de 1982), foi um cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro. Também conhecido como O Rei do Ritmo.
      Jackson nasceu em 31 de agosto de 1919, no Engenho Tanques, com o nome de José Gomes da Silva. Ele era filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão (nome artístico de Flora Maria da Conceição) e de um oleiro, José Gomes. Teve uma infância muito pobre e nunca frequentou uma escola.
          Através da mãe, Jackson começou a tomar gosto pelo ritmo como tocador de zabumba. Após a morte do pai, José Gomes, no início dos anos 30, a família passa por apertos financeiros ainda maiores, chegando a roubar frutas em fazendas vizinhas e a revirar lixo em busca de restos aproveitáveis. A pé, Flora e os três filhos José (Jackson), Severina e João, acompanhados de João Galdino, filho da única irmã reconhecida de Santana, vão tentar uma nova vida em Campina Grande, aonde chegam após quatro dias de viagem.
           Em Campina Grande, foram acolhidos pelo pai de João Galdino, Manuel. Jackson trabalhou como engraxate e ajudante de padaria. Para complementar a renda, arranjava diversos serviços extras como pintor, varredor de ruas, telhadista, etc - na falta de um pai e de um companheiro duradouro para a mãe, Jackson lentamente assumia o papel de chefe da família.
Eu fui pra Limoeiro
E gostei do forró de lá.
Eu vi um caboclo brejeiro
Tocando a sanfona, entrei no fuá.
 
No meio do forró houve um tereré
Disse o Mano Zé, aguenta o pagode
Todo mundo pode, gritou o Teixeira
Quem não tem peixeira briga no pé.
 
Foi quando eu vi a Dona Zezé
A mulher que é, diz que topa parada
De saia amarrada fazer cocó
E dizer: eu brigo com cabra canalha
Puxou da navalha e entrou no forró.
 
Eu que sou do morro, não choro, não corro,
Não peço socorro quando há chuá
Gosto de sambar na ponta da faca
Sou nego de raça e não quero apanhar.

CASA DE MARIMBONDO

MARINÊS
COMPOSITORES: ANTÔNIO BARROS & DJALMA LEONARDO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: BATE CORAÇÃO
GRAVADORA: BEVERLY
GÊNERO: FORRÓ
ANO: 1976
 
     Marinês, nome artístico de Inês Caetano de Oliveira (São Vicente Férrer, 16 de novembro de 1935Recife, 14 de maio de 2007), foi uma cantora, atriz, apresentadora e bacharel em direito brasileira.
          Inês Caetano de Oliveira, nascida em São Vicente Férrer-PE, no DIA 16 de novembro de 1935. Criada na cidade de Campina Grande-PB, viveu numa casa muito humilde no bairro da Liberdade, onde desde menina ajudava seu pai Manoel Caetano, na fabricação de armas e munições para o exército e posteriormente para o cangaço. Marinês cantou pela primeira vez, em um concurso de calouros da cidade, onde ouviu o anúncio no serviço de autofalantes do bairro. Anos depois, em plena situação de miséria, ela descobriu outro concurso de calouros da Rádio Difusora da cidade, onde o prêmio em 1º lugar ganharia na época cem mil reis em dinheiro e emprego na rádio Difusora.
       Marinês se inscreveu combinando com O irmão mais velho Ademar Caetano que a convidasse para ir passear no centro de Campina Grande para fazer a inscrição no concurso. Por saber que seu pai ouvia a programação da rádio, ela trocou o nome em sua inscrição, pois na família, era a única que não tinha o nome Maria. Então na inscrição, ela colocou Maria Inês. Que no dia de sua apresentação, o locutor da rádio, por engano, anunciou o nome dela como Marinês. onde ganhou em primeiro lugar, empatado com o Genival Lacerda. O prêmio foi dividido em partes iguais para cada um. Genival já era empregado de outra rádio, então Marinês ganhou a metade do prêmio e também tomou posse do cargo, como cantora oficial do Regional da Rádio Borborema, cantando chorinho, serestas e músicas românticas, onde iniciou sua carreira como cantora e ajudou a sua família. 
        Em 1950, conheceu o mestre Abdias do acordeon (Abdias dos 8 baixos) paraibano que vinha de Alagoas para um recital na Rádio Difusora, onde foi paixão À primeira vista por Marines. E em 1 ano, namoraram, noivaram, se casaram e tiveram 1 filho, Marcos Farias. Abdias apresentou a Marinês um repertório de um cantor que fazia sucesso no país, Luiz Gonzaga, que a encantou. A partir daí, ela passou A ser a voz feminina da música nordestina, montando a Patrulha de Choque do Rei do Baião. Anos depois foi convidada por Gonzaga, a integrar as suas apresentações, seguindo para o Rio de Janeiro e foi coroada pelo mesmo, como a Rainha do Xaxado (dança típica dos cangaceiros de Lampião).      
    Em 1957, após muito destaque em suas apresentações, foi convidada para gravar seu primeiro Longplay pela gravadora SINTER, onde teve a inédita façanha de estourar duas obras em um só disco, Pisa na Fulô e Peba na Pimenta de João do Vale (autor até então desconhecido, lançado por Marinês). Participou de filmes da Atlântida, seguidos de mais de 45 discos gravados, todos com grandes sucessos. Sendo musa inspiradora de vários artistas como: NARA LEÃO, GAL COSTA, MARIA BETHÂNIA, CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, LULU SANTOS, AMELINHA e ELBA RAMALHO, e esta última com parcerias em disco, shows pelo Brasil e Canecão no Rio de Janeiro.                             Marinês é pesquisada até hoje, por artistas de todos os estilos musicais, por sua voz, forte e extremamente afinada, por sua garra, pelo seu caráter digno e conservador. Como disse Gilberto Gil, Marinês é a grande Mãe da Música Nordestina, o Luiz Gonzaga de Saia.
Eu sabia muito bem que o marimbondo picava
Sem obedecer ninguém, fui mexer na sua casa
Nesse vai e nesse vem, era do mel que eu precisava
 
O marimbondo me picou, picou sim senhor
Mais o mel você comeu, comi sim senhor
Mesmo assim você gostou, gostei sim senhor
Mais garanto que doeu, doeu tanto que inchou
 
Fui correndo pro doutor perguntei se medicava
Ele disse muito bem, paciência e vá pra casa
Que isso não mata ninguém que em pouco tem desinchava