PONTA DE AREIA

MILTON NASCIMENTO
COMPOSITOR: MILTINHO SILVA CAMPOS DO NASCIMENTO & FERNANDO BRANDT
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: MINAS
GRAVADORA: EMI MUSIC
GÊNERO: MPB
ANO: 1975
 
            Milton Nascimento(Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1942) é um cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro, reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos músicos da Música Popular Brasileira. Carioca de nascimento, mas mineiro de coração, tornou-se conhecido nacionalmente, quando a canção "Travessia", composta por ele e Fernando Brant, ocupou a segunda posição no Festival Internacional da Canção, de 1967. Tem como parceiros e músicos que regravaram suas canções, nomes como: Wayne Shorter, Pat Metheny, Björk, Peter Gabriel, Sarah Vaughan, Chico Buarque, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Simone e Elis Regina. Já recebeu 5 prêmios Grammy, sendo um Grammy Award de Best World Music Album in 1997. Milton já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.
         Milton Nascimento já gravou 34 álbuns. Cantou com dúzias de outros artistas, incluindo Maria Bethânia, Elis Regina, Gal Costa, Jorge Ben Jor, Mercedes Sosa, Caetano Veloso, Simone, Chico Buarque, Clementina de Jesus, Gilberto Gil, Lô Borges, Beto Guedes, Paul Simon, Criolo, Angra, Peter Gabriel, Duran Duran(com quem co-escreveu e gravou a faixa "Breath After Breath", de 1993), Wayne Shorter, Herbie Hancock, Quincy Jones.
         Minas é o sétimo álbum de estúdio do cantor, violonista e compositor brasileiro Milton Nascimento lançado pela gravadora EMI-Odeon em 1975. A origem do título do disco Minas, deve-se a um garoto chamado Rúbio que juntou as primeiras sílabas do nome e sobrenome do cantor e sugeriu como título para o próximo trabalho do artista. O disco segue a trazer a mesma fórmula dos discos anteriores: produção de Ronaldo Bastos, com direção musical e arranjos de Wagner Tiso. Minas apresenta músicas como "Fé Cega, Faca Amolada", "Paula e Bebeto" feita com Caetano Veloso, "Ponta de Areia", "Idolatrada", "Saudade dos Aviões da Panair", sendo estas músicas conhecidas deste álbum. O instrumental de "Leila (Venha Ser Feliz)" tem como base principal a faixa Milagre dos Peixes, do álbum homônimo de 1973. A capa e a contracapa apresentam a mesma imagem, o close do rosto de Milton e o título Minas.
Ponta de areia
Ponto final
Da Bahia-Minas
Estrada natural
 
Que ligava Minas
Ao porto, ao mar
Caminho de ferro
Mandaram arrancar
 
Velho maquinista
Com seu boné
Lembra o povo alegre
Que vinha cortejar
 
Maria-fumaça
Não canta mais
Para a moça, as flores
Janelas e quintais
 
Na praça vazia
Um grito, um ai
Casas esquecidas
Viúvas nos portais
 
Maria-fumaça
Não canta mais
Para a moça, as flores
Janelas e quintais
 
Na praça vazia
Um grito, um ai
Casas esquecidas
Viúvas nos portais.

PEDACINHOS DO CÉU

IZAÍAS E SEUS CHORÕES | INSTRUMENTAL SESC BRASIL
COMPOSITOR: WALDIR AZEVEDO
PAÍS: BRASIL
ÁQLBUM: IZAÍAS E SEUS CHORÕES
GRAVADORA: SESC BRASIL
GÊNERO: CHORINHO/INSTRUMENTAL
ANO: 2011
 
          Izaías e seus Chorões é um conjunto regional de choro formado em São Paulo, no início da década de 70. Alguns dos integrantes são o bandolinista Izaías Bueno de Almeida e Israel Bueno de Almeida, que toca violão de 7 cordas.
          O grupo participou de diversos programas sobre choro na TV Cultura de São Paulo e acompanhou músicos famosos como Altamiro Carrilho, Paulinho da Viola e Arthur Moreira Lima, dentre outros.
        Conforme depoimento dado pelos irmãos Izaías (SP, 1937) e Israel Bueno de Almeida (SP, 1943) para o livro “CHORANDO NA GAROA – MEMÓRIAS MUSICAIS DE SÃO PAULO”, de José de Almeida Amaral Júnior, ambos eram apaixonados por música desde a meninice. Seu pai, sr. Benedito, ferroviário, tocava clarinete e conhecia muito de teoria musical. Isto certamente acabou influenciando os meninos.
       Izaías iniciou primeiro o trato com a música. Israel, mais novo, acompanhou posteriormente. A família vivia na Casa Verde, região da zona norte paulistana, onde eram comuns os grupos chorões e seresteiros.
           Izaías, na adolescência, montou um conjunto, o Grupo Bola Preta, com amigos. Israel, então, depois passou também a participar dos ensaios e apresentações. Izaías gostava de frequentar encontros de músicos na Casa Del Vecchio, rua Aurora, centro. Lá viu Garoto, Mário Portela, Jaime Soares, Serelepe, muita gente boa que visitava o espaço sempre que possível. E, aos poucos, trocando experiências, foram se tornando conhecidos no meio. Travaram contato com nomes notáveis como Antonio Rago, Xixa, Roberto Sass, Portinho, Hortêncio, Jucy, entre outros. E não deixavam de frequentar a lendária roda de choro de Antonio D'Áuria, na Avenida Rudge, nos anos 50, ponto de encontro de bambas de todo o país que, ao visitarem São Paulo, passavam na casa do violonista D'Áurea para uma "chorada". Alguns exemplos para constar são Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Altamiro Carrilho. Deste núcleo, surgiu o Conjunto Atlântico, tendo à frente D'Áuria, onde Izaías acabou com o tempo tornando-se figura titular, especialmente após o afastamento do bandolinista Amador Pinho. Ainda jovens, participaram das históricas "Noites dos Choristas", criadas por Jacob do Bandolim e veiculadas pela TV Record em maio de 1955 e abril de 56.
          Os irmãos tocaram também paralelamente no regional de Mauro Silva e no de Caçulinha, apresentando-se em importantes programas como "O Fino da Bossa" e "Bossaudade", na TV Record, junto a Elizeth Cardoso, Ciro Monteiro, Elis Regina e demais convidados. Com o fim do Conjunto Atlântico e a "aposentadoria musical" de D'Aurea, Izaías passou a liderar a sua própria formação, o conjunto Izaías e Seus Chorões, entre outras coisas, veiculando programas na TV Cultura, em parceria com o produtor e apresentador Julio Lerner, um grande divulgador do chorinho. Em 1974 Izaías faturou o premio APCA como 'revelação do ano'. Parceiros básicos no grupo eram Marçola, violão, Malavasi, cavaco, Clodoaldo, pandeiro e Valdir Guide, percussão. No dia 21 de novembro de 1979 o conjunto tocou no Teatro Municipal de São Paulo nas comemorações de 30 anos da carreira de Waldir Azevedo, ao lado de Carlos Poyares, Ademilde Fonseca, Paulinho da Viola, Copinha, Cesar Faria, Raphael Rabello, Paulo Moura, Arthur Moreira Lima, Celso Machado e Osmar do Trio Elétrico, com LP registrado pela brasileira Continental.
           Pedacinhos do céu foi uma homenagem de Waldir Azevedo as suas duas filhas, Mirian e Marly, às quais ele se referia como “pedacinhos do céu”. Por esse motivo Waldir não cansava de dizer que esse era seu choro preferido e um dos mais inspirados que já havia feito. Em entrevista Waldir disse: “Esta composição foi feita em homenagem às minhas queridas filhinhas Mirian e Marly, assim como para todas as crianças do Brasil. Elas estavam sentadinhas e eu as namorando. Sempre que tenho que executá-la, seja no rádio ou em excursões, faço-o de olhos fechados, com o pensamento voltado para elas. Nenhuma das minhas musicas possui tão grande conteúdo emotivo quanto pedacinhos do Céu”.

SUEÑO DE UNA NOCHE DE VERANO

SILVIO RODRÍGUEZ
COMPOSITOR: SILVIO RODRIGUEZ DOMINGUEZ
PAIS: CUBA
ÁLBUM: CAUSAS Y AZARES
DISCOGRÁFICA: EGREM RECORDS
GÉNERO: LATIN JAZZ
AÑO: 1986
 
       Silvio Rodríguez Domínguez (San Antonio de los Baños; 29 de noviembre de 1946) es un cantautor, guitarrista y poeta cubano, exponente característico de la música de su país surgida con la Revolución cubana, conocida como la Nueva Trova, que comparte con otros reconocidos cantautores tales como Pablo Milanés, Noel Nicola y Vicente Feliú.
          Su infancia la vivió en la época de la transición del gobierno de Fulgencio Batista y el inicio de la Revolución cubana. Colaboró para esta última desde sus inicios, como educador, dibujante, escritor, compositor, militar y político. Su carrera musical la inició ejerciendo como conductor de televisión, para luego integrarse al Grupo de Experimentación Sonora, entidad dirigida por Leo Brouwer, y finalmente consolidándose como solista.
            Con más de cuatro décadas de carrera musical, ha escrito al menos quinientas sesenta canciones y publicado una veintena de álbumes, siendo uno de los cantautores de mayor trascendencia internacional de habla hispana. Acabando el siglo XX, fue elegido en su país junto a Ernesto Lecuona como el mejor compositor cubano del siglo, mientras que a nivel internacional fue galardonado, junto a Joan Manuel Serrat, como el mejor cantautor hispanoamericano de la segunda mitad de siglo y en 1997 como Artista Unesco por la Paz. En el siglo XXI, por su parte, recibió el premio ALBA de 2010, además de recibir el grado de doctor Honoris Causa en la Universidad Nacional Mayor de San Marcos del Perú, la Universidad Veracruzana de México y la Universidad Nacional de Córdoba de Argentina.
     De acuerdo con diversas clasificaciones musicales, entre los discos más relevantes del cantautor pueden mencionarse algunos de los primeros, tales como Días y flores(1975), Al final de este viaje(1978), Mujeres(1978), Rabo de nube(1980) y Unicornio(1982).
      Causa y azares es el séptimo álbum del cantautor cubano Silvio Rodríguez. Fue sonorizado con colaboración de Afrocuba. Para el disco seleccionó algunas de sus composiciones más rítmicas y sonoras 
             En su primera edición en LP fue un álbum doble. La reedición en disco compacto se hizo en un único disco.

 Yo soñé con aviones
Que nublaban el día
Justo cuando la gente
Más cantaba y reía
Más cantaba y reía
 
Yo soñé con aviones
Que entre sí se mataban
Destruyendo la gracia
De la clara mañana
De la clara mañana
 
Si pienso que fui hecho
Para soñar el sol
Y para decir cosas
Que despierten amor
¿cómo es posible entonces
Que duerma entre saltos
De angustia y horror?
 
En mi sábana blanca
Vertieron hollín
Han echado basura
En mi verde jardín
Si capturo al culpable
De tanto desastre
Lo va a lamentar
 
Anoche tuve un sueño
Y anoche era verano
Oh verano terrible
Para un sueño malvado
Para un sueño malvado
 
Anoche tuve un sueño
Que nadie merecía
¿cuánto de pesadilla
Quedará todavía
Quedará todavía?
 
Si pienso que fui hecho
Para soñar el sol
Y para decir cosas
Que despierten amor
¿cómo es posible entonces
Que duerma entre saltos
De angustia y horror?
 
En mi sábana blanca
Vertieron hollín
Han echado basura
En mi verde jardín
Si capturo al culpable
De tanto desastre
Lo va a lamentar
 
Yo soñé un agujero
Bajo tierra y con gente
Que se estremecía
Al compás de la muerte
Al compás de la muerte
 
Yo soñé un agujero
Bajo tierra y oscuro
Y espero que mi sueño
No sea mi futuro
No sea mi futuro
 
Si pienso que fui hecho
Para soñar el sol
Y para decir cosas
Que despierten amor
¿cómo es posible entonces
Que duerma entre saltos
De angustia y horror?
 
En mi sábana blanca
Vertieron hollín
Han echado basura
En mi verde jardín
Si capturo al culpable
De tanto desastre
Lo va a lamentar.



 DUERME NEGRITO

DANIEL VIGLIETTI
COPILADA: ATAHUALPA YUPANQUI
PAIS: URUGUAY
ÁLBUM: URUGUAY CANCIONES PARA MÍ AMÉRICA
DISCOGRAFIA: LE CHANT DU MONDE
GÉNERO: MUSICA POPULAR/FOLK
AÑO: 1968
 
        Daniel Alberto Viglietti Indart (Montevideo, 24 de julio de 1939-Ib., 30 de octubre de 2017) fue un cantante, compositor y guitarrista, considerado uno de los mayores exponentes del canto popular uruguayo y de gran reconocimiento en América Latina.
       Desde 1994 realizó un importante aporte a la difusión de música e intérpretes de América Latina a través de sus programas de radio y televisión "Tímpano" y "Párpado".
       Nacido el 24 de julio de 1939 en el seno de una familia de músicos —su madre era la pianista Lyda Indart, y su padre el guitarrista Cédar Viglietti—, desde niño entró en contacto con la música clásica y popular. Estudió guitarra con los maestros Atilio Rapat y Abel Carlevaro, adquiriendo así una sólida formación como concertista para luego dedicarse, en los años 1960, principalmente a la música popular.
Durante esa década desarrolló una intensa actividad como autor-compositor, cantor, docente y locutor en radio, que se inscribe en una creciente movilización popular en Uruguay. Participó en el semanário Marcha, y creó y dirigió el Núcleo de Educación Musical (Nemus). Su primera obra discográfica fue "Impresiones para canto y guitarra y canciones folclóricas" de 1963, a la que le seguirán cinco producciones más hasta 1973.
         Su obra adquirió un carácter radical de fuerte contenido social y de izquierda, con letras asociadas a las luchas populares en Uruguay y en Latinoamérica. En el marco de represión de los movimientos de izquierda que precedió al golpe de estado cívico-militar de 1973, Viglietti fue preso en 1972. La campaña por su liberación desde el exterior fue encabezada por nombres como Jean Paul Sartre, François Mitterrand, Julio Cortázar y Oscar Niemeyer.
      En 1973 comenzó su exilio em Argentina, que después continuaría en Francia, país donde vivió por once años. Durante el exilio retrajo su capacidad de composición, todas las canciones de entonces solamente se publicaron a su regreso, en un disco grabado en vivo, "no por casualidad" titulado "Trabajo de hormiga". No obstante, continuó un intenso trabajo periodístico y radiofónico, y sobre todo recorrió el mundo en giras musicales solidarias, llevando su canto y denunciando la dictadura en el Uruguay y varios países de Latinoamérica.
          Su exilio terminó con su regreso a Montevideo el 1 de septiembre de 1984, donde fue recibido por miles de personas en un recital que recordó como "el más emocionante en 40 años de carrera". Desde entonces editó y reeditó numerosos trabajos entre los que se destaca, en particular, el titulado A dos voces con Mario Benedetti en 1985, reflejo discográfico de numerosos recitales realizados junto al gran poeta uruguayo durante el exilio compartido por ambos.
         Durante muchos años fue imposible encontrar sus discos anteriores a la dictadura, debido a la compra del sello Orfeo por multinacionales de la música con otros intereses y a los contratos leoninos que lo ligaban al sello. Recién en 1999, después de un largo juicio, Viglietti logró recuperar sus derechos. Remasterizados por él mismo, sus discos de los años 1960 y 1970 fueron entonces reeditados en CD por el sello Ayuí / Tacuabé.
       Paralelamente a su actividad como músico, realizó una intensa tarea de investigación, preservación y difusión de la música latinoamericana. Durante años construyó un extenso archivo musical al que denominó "Memoria Sonora de América Latina", que incluye, además, entrevistas a músicos y escritores realizadas en un lapso de 40 años de trabajo. Desde 1994 realizó el programa radial "Tímpano" por Radio El Espectador de Montevideo, que fue retransmitido en Argentina, Venezuela y Francia, donde incluía grabaciones de su archivo y entrevistas nuevas. Desde 2004 llevó adelante el programa televisivo "Párpado" por TV Ciudad.
          El 27 de noviembre del 2003 fue declarado Ciudadano Ilustre de la Ciudad de Montevideo por la Junta Departamental de Montevideo.
           El 7 de octubre de 2015 recibió de manos de Silvio Rodríguez el premio "Noel Nicola", otorgado por el Proyecto para la Canción Iberoamericana Canto de Todos, el festival de canción de autor Barnasants de Cataluña y el Instituto Cubano de la Música en su primera ocasión, en la "Casa de las Américas" de La Habana, Cuba, la misma CASA donde se celebrara en 1967 el Encuentro Internacional de la Canción Protesta en el que Viglietti participó entre muchos músicos del mundo. 
Duerme, duerme, negrito
Que tu mama está en el campo
Negrito...
Duerme, duerme, mobila
Que tu mama está en el campo
Mobila...
 
Te va a traer
Codornices para ti
Te va a traer
Rica fruta para ti
Te va a traer
Carne de cerdo para ti
Te va a traer
Mucha cosa para ti
 
Y si negro no se duerme
Viene el diablo blanco
Y ¡zas! le come la patita
¡Chacapumbe
Chacapum
Apumbe, chacapum!
 
Duerme, duerme, negrito
Que tu mama está en el campo
Negrito...
Trabajando
Trabajando duramente
Trabajando sí
Trabajando y va de luto
Trabajando sí
Trabajando y no le pagan
Trabajando sí
Trabajando y va tosiendo
Trabajando sí
Pa'l negrito chiquitito
Pa'l negrtito sí
Trabajando sí
Trabajando sí
 
Duerme, duerme, negrito
Que tu mama está en el campo
Negrito...