FADO REFÚGIO

HELDER MOUTINHO
COMPOSITORES: HELDER MOUTINHO & ALFREDO MARCENEIRO
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: LUZ DE LISBOA
GRAVADORA: OCARINA RECORDS
GÊNERO: FADO
ANO: 2011
 
    Hélder António Moutinho Paiva dos Santos, artisticamente conhecido por Hélder Moutinho(Oeiras, 21 de Fevereiro de 1969) é um fadista e poeta português.
        Hélder Moutinho nasceu em 21 de Fevereiro de 1969 em Oeiras. Filho de Manuel Paiva, Hélder é o irmão do meio dos também fadistas Camané e Pedro Moutinho.
          Desde muito novo visitava com a família as casas de fado tendo enveredado, já na sua juventude, pela exploração de outros géneros musicais. No entanto, só em 1993, aos 24 anos, começou a cantar fado.
     Participa no ciclo "Fados na Mãe d'Água" da Lisboa'94: Capital Europeia da Cultura. Na Expo'98 participa no espetáculo "Novas Vozes do Fado Antigo".
     Em 1997 funda a empresa de agenciamento HM Música que representa artistas de fado e músicas do mundo.
       Antes ainda de lançar o seu primeiro disco, Hélder Moutinho veria duas das letras de sua autoria serem gravadas por Mísia. Primeiro "Trago A Saudade Esquecida - Fado Carriche", para uma música de Raúl Ferrão, fez parte da banda sonora do filme Fátima (1997) de Fabrizio Costa. Depois "Não Guardo Saudade à Vida", seria gravada para o álbum de Mísia Garras dos Sentidos de 1998.
          De resto, é possível encontrar letras de Hélder Moutinho em álbuns de Maria Dilar (Fados de Saudade, 1997), Joana Amendoeira (À Flor da Pele, 2006), Ana Laíns(Sentidos, 2006), Marco Oliveira (Retrato, 2008), Chico Madureira (Regresso, 2006), Marco Rodrigues(Fados da Tristeza Alegre, 2006) ou Raquel Tavares(Bairro, 2008).
Se o fado é canto da alma
Refúgio da noite calma
Engano do sofrimento
 
Eu trago na voz a vida
Que me tem sido oferecida
Eu trago na voz o vento
 
Se um amor se perdeu
Que se afastou ou esqueceu
Deixoo de ser meu lamento
 
Eu trago na voz a vida
De uma breve despedida
Eu trago na voz o vento
 
São meus sonhos uma saudade
Minha voz uma verdade
E o meu canto uma oração
 
Eu trago na voz o vento
Para afastar o lamento
Que trago no coração.

TRISTE SORTE

CAMANÉ
COMPOSITOR: ALFREDO MARCENEIRO
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: COMO SEMPRE... COMO DANTES
GRAVADORA: PARLOPHONE PORTUGAL
GÊNERO: FADO
ANO: 2003
 
   Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos, conhecido por Camané(Oeiras, 20 de Dezembro de 1966), é um fadista português. É irmão mais velho dos fadistas Hélder Moutinho e Pedro Moutinho.
         Como Sempre... Como Dantes é um álbum ao vivo do fadista português Camané. O CD1 foi gravado em vários espectáculos o segundo é um registo de um espectáculo na casa de fados de Lisboa, "O Embuçado".
       Divide-se entre um repErtório mais tradicional, gravado numa casa de fados, e outro mais em sintonia com aquele que tem sido o seu trabalho supervisionado por José Mário Branco, aí está uma homenagem às delicadezas e subtis nuances do que é uma grande voz, com toda a contenção e explosão implicadas.
Ando na vida à procura
De uma noite menos escura
Que traga luar do céu
 
De uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
De um dia a mais que morreu
 
De uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
De um dia a mais que morreu
 
Vou cantando amargurado
Vou de um fado a outro fado
Que fale de um fado meu
 
Meu destino assim cantado
Jamais pode ser mudado
Porque do fado sou eu
 
Meu destino assim cantado
Jamais pode ser mudado
Porque do fado sou eu
 
Ser fadista é triste sorte
Que nos faz pensar na morte
E em tudo o que em nós, morreu
 
Andar na vida à procura
De uma noite menos escura
Que traga luar do céu
 
Andar na vida à procura
De uma noite menos escura
Que traga luar do céu.

AMÉLIA DOS OLHOS DOCES

PEDRO MOUTINHO
COMPOSITORES: CARLOS MENDES & JOAQUIM PESSOA
PAIS: PORTUGAL
ÁLBUM: PRIMEIRO FADO
GRAVADORA: SOM LIVRE
GÊNERO: FADO
ANO: 2003
 
    Pedro Miguel Moutinho Paiva dos Santos mais conhecido por Pedro Moutinho (Oeiras, 11 de Novembro de 1976) é um fadista português. É irmão dos fadistas Camané e Hélder Moutinho.
     Nasceu no seio de uma família ligada ao Fado desde longa data. Cresceu a ouvir e a conviver com alguns dos mais importantes intérpretes da canção de Lisboa, que o iniciaram na arte de bem cantar. Com 11 anos de idade já cantava em encontros informais e inevitavelmente acabou por se fixar nessa sublime expressão musical de Lisboa que é o Fado.
       Passou pelo Coro de Santo Amaro de Oeiras e fez parte de uma das várias formações do grupo infanto-juvenil Ministars.
      Em 1995 integra o elenco do Clube de Fado e mais tarde o elenco do Café Luso.
       Em 2000 participa na criação do Quinteto de Fados de Lisboa, ao tempo constituído por Filipe Lucas (Guitarra Portuguesa), Rodrigo Serrão (Contrabaixo), João Courinha (Saxofone) e José António Mendes (Viola Clássica), com quem actuou em diversas salas da capital, entre as quais no CCB e no Festival Música de Cidades com Portos.
      A partir de 2001 é convidado para cantar nas "Quartas de Fado" do Casino Estoril e em 2002 inicia a carreira discográfica em nome próprio, ao ser convidado a integrar uma colectânea de jovens fadistas editada pela EMI.
         Mas é a gravadora Som Livre que em 2003 aposta nele e lhe propõe gravar o seu álbum de estreia. O disco "Primeiro Fado", produzido por Ricardo Dias e Nuno Faria, junta fados tradicionais, alguns dos quais com letras do seu irmão Hélder Moutinho, e recriações de diversos temas. Obteve o Prémio Revelação 2003 da Casa da Imprensa.
Amélia dos olhos doces
Quem é que te trouxe grávida de esperança?
Um gosto de flor na boca
Na pele e na roupa, perfumes de França
 
Cabelos cor-de-viúva
Cabelos de chuva, sapatos de tiras e põe
Quantas vezes... não queres e não amas
Os homens que dormem
Os homens que dormem contigo na cama
 
Amélia dos olhos doces
Quem dera que fosses apenas mulher
Amélia dos olhos doces
Se ao menos tivesses direito a viver
 
Amélia gaivota, amante, poeta, rosa de café
Amélia gaiata, do bairro da lata
Do Cais do Sodré
 
Tens um nome de navio
Teu corpo é um rio onde a sede corre
Olhos doces, quem diria
Que o amor nascia onde Amélia morre.

ATÉ AO VERÃO

ANA MOURA
COMPOSITOR: MÁRCIA SANTOS
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: DESFADO
GRAVADORA: UNIVERSAL MUSIC PORTUGAL
GÊNERO: FADO
ANO: 2012
 
       Desfado é o 5.º álbum de originais da cantora portuguesa Ana Moura.
         A cantora conta neste álbum com a participação de Manel Cruz(Ornatos Violeta), Márcia, Pedro da Silva Martins(Deolinda), Miguel Araújo(Os Azeitonas), Luísa Sobral e António Zambujo na composição e com Aldina Duarte, Tozé Brito, Manuela de Freitas e Pedro Abrunhosa para a criação dos temas.
        A acompanhar a fadista nos seus espectáculos ao vivo estarão Ângelo Freire(guitarra portuguesa), Pedro Soares (viola de fado), André Moreira (baixo e contrabaixo), João Gomes (teclados) e Márcio Costa (bateria e percussões).
          É considerado o maior sucesso do fado no século XXI, entrando em paradas musicais de diversos países e vendendo 300 mil cópias em 10 meses. Em Portugal o álbum debutou na segunda posição do Top 30 Álbuns da Associação Fonográfica Portuguesa, atingindo a primeira posição por seis semanas e permanecendo um total de 105 semanas entre os dez mais vendidos do país e 207 semanas no Top 30. Em 2016 recebeu a sexta platina por 90 mil cópias vendidas. 
Deixei
Na primavera o cheiro a cravo
Rosa e quimera que me encravam
Na memória que inventei
E andei
Como quem espera p'lo fracasso
Contra mazela em corpo de aço
Nas ruelas do desdém
 
E a mim
Que importa
Se é bem ou mal
Se me falha a cor da chama a vida toda
É-me igual
Vim
Sem volta
Queira eu ou não
Que me calhe a vida insana e vá sem boda
Até ao verão
 
Deixei
Na primavera o som do encanto
Risa, promessa e sono santo
Já não sei o que é dormir bem
E andei pelas favelas do que eu faço
Ora tropeço em erros crassos
Ora esqueço onde errei.