AVÔHAI
ZÉ RAMALHO
COMPOSIÇÃO: ZÉ
RAMALHO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: ZÉ RAMALHO
GRAVADORA: SONY MUSIC
ENTERTAINMENT
GÊNERO: MPB
ANO: 1978
Avohai é um neologismo criado
pelo cantor e compositor brasileiro Zé Ramalho, e consiste na aglutinação das
palavras “avô” e “pai”.
De acordo com a história divulgada na biografia do
artista – “Zé Ramalho: o poeta dos abismos” – esta palavra teria surgido
durante uma experiência com drogas alucinógenas.
O avô de Zé Ramalho teria desempenhado um importante
papel paterno para o cantor, que perdeu o pai biológico enquanto ainda era
criança.
Na interpretação de Zé Ramalho, o “avôhai” é a sabedoria
que consegue passar por gerações, seja de avô para pai, pai para filho, ou
mesmo avô para filho.
Zé Ramalho é o álbum de estreia solo do cantor brasileiro
Zé Ramalho.
O álbum conta com a participação do tecladista Patrick
Moraz, da banda inglesa Yes, na faixa "Avôhai". "Avôhai"
foi composta em homenagem ao avô de Zé, que o adotou após o pai morrer afogado
dois anos depois de seu nascimento. Ramalho diz que a inspiração para a música
veio após uma experiência com cogumelos alucinógenos na fazenda de uns amigos.
Ele olhou para o céu e viu a "sombra de uma gigantesca nave
espacial", e uma voz disse "Avôhai" em seu ouvido. Ele estava na
fazenda para realizar um estudo para a faculdade. "Avôhai" é uma
junção das palavras "Avô" e "Pai". Esta foi a primeira das
suas canções que Zé ouviu no rádio, quando estava num táxi.
Um
velho cruza a soleira
De
botas longas, de barbas longas
De
ouro o brilho do seu colar
Na
laje fria onde quarava
Sua
camisa e seu alforje de caçador
Oh
meu velho e invisível
Avôhai
Oh
meu velho e indivisível
Avôhai
Neblina
turva e brilhante
Em
meu cérebro, coágulos de sol
Amanita
matutina
E
que transparente cortina
Ao
meu redor
E
se eu disser que é mei sabido
Você
diz que é mei pior
E
pior do que planeta
Quando
perde o girassol
É
o terço de brilhante
Nos
dedos de minha avó
E
nunca mais eu tive medo da porteira
Nem
também da companheira
Que
nunca dormia só
Avôhai!
Avôhai!
Avôhai!
O
brejo cruza a poeira
De
fato existe um tom mais leve
Na
palidez desse pessoal
Pares
de olhos tão profundos
Que
amargam as pessoas que fitar
Mas
que bebem sua vida
Sua
alma na altura que mandar
São
os olhos, são as asas
Cabelos
de avôhai
Na
pedra de turmalina e no terreiro da usina eu me criei
Voava
de madrugada e na cratera condenada eu me calei
E
se eu calei foi de tristeza você cala por calar
E
calado vai ficando só fala quando eu mandar
Rebuscando
a consciência com medo de viajar
Até
o meio da cabeça do cometa
Girando
na carrapeta no jogo de improvisar
Entrecortando
eu sigo dentro a linha reta
Eu
tenho a palavra certa
Pra
doutor não reclamar
Avôhai!
Avôhai!
Avôhai!
Avôhai!
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