CONVERSA DE BOTEQUIM
NOEL ROSA
COMPOSITORES: OSWALDO GOGLIANO; O VADICO & NOEL ROSA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: UMA NOITE.
GRAVADORA: COLUMBIA
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1935


Noel de Medeiros Rosa OMC (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no "asfalto", ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época - fato de grande importância, não só para o samba, mas para a história da música popular brasileira. Morto prematuramente aos 26 anos por decorrência da tuberculose, deixou um conjunto de canções que tornaram-se clássicas dentro do cancioneiro popular brasileiro.
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro
Um envelope e um cartão
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas
Um isqueiro e um cinzeiro

Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Telefone ao menos uma vez
Para três quatro, quatro, três, três, três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente

Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado

Qual foi o resultado do futebol.
APESAR DE VOCÊ
CHICO BUARQUE DE HOLANDA
COMPOSITOR: CHICO BUARQUE DE HOLLANDA
PAÍS: BRASIL
álbum: Chico Buarque
GRAVADORA: UNIVERSAL
 Selo: Philips
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1978
 
            Francisco Buarque de Hollanda OMCCOMIH, mais conhecido como Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de junho DE 1944), é um mùsico, dramaturgo, escritor e ator brasileiro. É conhecido por ser um dos maiores nomes da música popular brasileira(MPB). Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros músicos e compactos.
          Escreveu seu primeiro conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda. Auto-exilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos chamados "anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país. Em 1971, foi lançado Construção, tido pela crítica como um de seus melhores trabalhos, e em 1976, Meus Caros Amigos - ambos os discos figuram, por exemplo, na lista dos 100 maiores discos da música brasileira organizada pela revista Rolling Stone Brasil.
            Além da notabilidade como músico, desenvolveu ao longo dos anos uma carreira literária, sendo autor de peças teatrais e romances. Foi vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010. Em 2019, foi distinguido com o Prémio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa, pelo conjunto da obra.
             Neto de Cristóvão Buarque de Hollanda e filho de Sérgio Buarque de Hollanda e Maria Amélia Cesário Alvim, Chico é irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina. Foi casado por 33 anos (de 1966 a 1999) com a atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas, Sílvia Buarque, Helena e Luísa. 

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
 
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
 
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
 
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
 
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima roladaNesse meu penar
 
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa
 
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
 
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal
Lá lá lá lá laiá.
P'RA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES
GERALDO VANDRÉ
III FESTIVAL INTERNACIONAL DA CANÇÃO
ÁLBUM: GERALDO VANDRÉ
GRAVADORA: RGE/FERMATA
GÊNERO: MARCHA PROTESTO
ANO: 1979

NOTA: Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção da TV Globo com Pra não Dizer que não Falei das Flores, muitas vezes chamada de "Caminhando e cantando". A composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura militar durante o governo militar, e foi censurada. O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. No festival, a música ficou em segundo lugar, perdendo para Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim. A música Sabiá foi vaiada pelo público presente no festival, que bradava exigindo que o prêmio viesse a ser da música de Geraldo Vandré.



Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer


Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
VOLVIÓ UNA NOCHE
CARLOS GARDEL
COMPOSITORES: CARLOS GARDEL; LETRA: ALFREDO LE PERA
PAIS: ARGENTINA
ÁLBUM: "EL DÍA QUE ME QUIERAS"/78 RPM
DISCOGRÁFICA: RCA VICTOR
GÉNERO: TANGO
AÑO: 1934

"El día que me quieras" es una famosa canción originada en Nueva York con música compuesta por Carlos Gardel y letra de Alfredo Le Pera, con arreglos musicales de Terig Tucci, grabada por primera vez el 19 de marzo de 1934 bajo el sello RCA Victor, en disco shellac a 78 RPM en el lado A, como tema de la película homónima, dirigida por John Reinhardt bajo la producción de Paramount. En el lado B del disco venía "Volvió una Noche", tema que fue grabado el 19 de marzo de 1934, también con la letra de Alfredo Le Pera y compuesta por Carlos Gardel.
Carlos Gardel y Alfredo Le Pera fallecieron juntos en el famoso accidente de avión del 24 de junio de 1935 en Medellín, Colombia. De acuerdo con la ley argentina (artículo 5 de La Ley 11.723) las obras artísticas colectivas quedaban en el dominio público el 1 de enero del año siguiente, una vez cumplidos 30 años después de haberse producido la muerte de todos los autores. Una Ley posterior extendió el plazo por veinte años más por lo que el heredero universal de Carlos Gardel terminó de cobrar los derechos recién en el 2005: se trataba de Ramón Ortega, "Palito" a quien le fueran obsequiados por el compatriota del cantor, su amigo Irineo Leguisamo, quien la recibiera de los también uruguayos Francisco Canaro y José Razzano (quienes se la habían sacado a Defino, albacea de Gardel, quien se había atribuido la administración de los bienes y derechos sucesorios del cantor, representando a su madre.

NOTA: Carlos Gardel foi o mais famoso dos cantores de tango argentino, país ao qual chegou aos dois anos de idade. Seu lugar de nascimento constitui uma questão controversa.


Volvió una noche, yo ya esperaba
Había en su rostro tanta ansiedad
Que tuve pena de recordarle
Su felonía y su crueldad

Me dijo humilde: "si me perdonas
El tiempo viejo otra vez vendrá
La primavera de nuestras vidas
Verás que pronto nos sonreirá"

Mentira mentira, yo quise decirle
Las horas que pasan ya no vuelven más
Y así mi cariño va al tuyo en lasa'o
Es sólo un fantasma del viejo pasado
Que ya no se puede resucitar

Calle mi amargura y tuve piedad
Sus ojos azules muy grandes se abrieron
Mi pena inaudita pronto comprendió
Y con una mueca de mujer vencida
Me dijo 'en la vida', y no la vi más

Volvió esa noche, nunca la olvido
Con la mirada triste y sin luz
Y tuve miedo de aquel espectro
Que fue locura en mi juventud
Se fue en silencio, sin un reproche
Busqué un espejo y me quise mirar
Había en mi frente tantos inviernos

Que también ella tuvo piedad.