O pé de anjo
BLECAUT
COMPOSITOR: J.B. DA SILVA – SINHÔ
ÁLBUM: PARA TODO O MUNDO CANTAR
GRAVADORA: Abril Cultural
GÊNERO: MARCHINHA DE CARNAVAL
ANO: 1977




Eu tenho uma tesourinha
Que corta ouro e marfim
Serve também pra cortar
Línguas que falam de mim

O pé de anjo, o pé de anjo
És rezador, és rezador
Tens o pé tão grande
Que és capaz de pisar nosso senhor


A mulher e a galinha
São dois bichos interesseiros
A galinha pelo milho
E a mulher pelo dinheiro

CHUVAS DE VERÃO

FRANCISCO ALVES
COMPOSITOR: FERNANDO LOBO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: FRANCISCO ALVES
GRAVADORA: ODEON
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1948
 
              Francisco de Morais Alves, mais conhecido por Francisco Alves, Chico Alves ou Chico Viola (Rio de Janeiro,19 de agosto de 1898 —Pindamonhangaba, 27 de setembro de 1952), foi um dos mais populares cantores do Brasil na primeira metade do sèculo XX, e considerado por muitos o maior do país. A qualidade de seu trabalho lhe rendeu em 1933, pelo radialista César Ladeira, a alcunha de "Rei da Voz". Foi, ainda, peça decisiva para a construção de vários gêneros populares da música.
                Alves era uma figura alta e magra; andava sempre elegante e bem penteado; muito sorridente e avesso às bebidas. Como seu ídolo Vicente Celestino, tinha uma voz de tenor mas, com o tempo, consolidou-se em barítono. De origem humilde, deixou uma vasta produção de mais de quinhentos discos; sua morte trágica causou imensa comoção no país, num sentimento que um de seus biógrafos, David Nasser (que também era amigo e compositor de algumas músicas por ele interpretadas), escreveu: "Tu, só tu, madeira fria, sentirás toda agonia do silêncio do cantor". A despeito disso, muitos no meio artístico o consideravam bruto, de poucos amigos e vários desafetos.
            Foi dele a primeira gravação de disco elétrico feita no Brasil. Graças a ele compositores como Cartola, Heitor dos Prazeres ou Ismael Silva vieram a ser consagrados, o mesmo ocorrendo com várias canções que interpretou, como Ai! que saudade da Amélia, ou a primeira gravação do samba Aquarela do Brasil do parceiro Ary Barroso. Representava para o país, quando de sua morte, o que o cantor Maurice Chevalier era para a França: um "caso raro" — como então registrou o Jornal do Brasil.

Podemos ser amigos simplesmente
Coisas do amor, nunca mais
Amores do passado, no presente
Repetem velhos temas tão banais
Ressentimentos passam como o vento
São coisas do momento
São chuvas de verão
Trazer uma aflição dentro do peito
É dar vida a um defeito
Que se cura com a razão
Estranha no meu peito
Estranha na minha alma
Agora eu vivo em calma
Não te conheço mais ...
Podemos ser amigos, simplesmente
Amigos, simplesmente e nada mais. 


SAMBA DA PERGUNTA
MÁRCIA
COMPOSITOR: JOÃO GILBERTO
album: Bossa Nova EU E A BRISA
GRAVADORA: ODEON
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1968



Ela agora mora só no pensamento
Ou então no firmamento
Em tudo que no céu viaja

Pode ser um astronauta
Ou ainda um passarinho
Ou virou um pé de vento

Pipa de papel de seda
Ou, quem sabe
Um balãozinho

Pode estar num asteróide
Pode ser a Estrela Dalva
Que daqui se olha

Pode estar morando em Marte
Nunca mais se soube dela
Desapareceu..

O MUNDO É UM MOINHO

CAZUZA
COMPOSITOR: CARTOLA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: TIME DOESN’T STOP.
GRAVADORA: UNIVERSAL MUSIC BRASIL.
GÊNERO: TRILHA SONORA/SAMBA
ANO: 2001
 
        Agenor de Miranda Araújo Neto, (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958-Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990), mais conhecido como Cazuza, foi um cantor, compositor, poeta e letrista brasileiro. Inicialmente conhecido como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho, na qual fez bem sucedida parceria com Frejat, posteriormente seguiu carreira solo, sendo aclamado pela crítica como um dos principais poetas da música brasileira.
        Também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo assumido em entrevistas sua bissexualidade. Em 1989, revelou ser soropositivo (termo usado para descrever a presença do vírus HIV, causador da AIDS), e morreu em 1990, aos 32 anos no Rio de Janeiro.
       Cazuza - O Tempo Não Para é um filme brasileiro de 2004, do gênero drama biográfico, dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho, com o roteiro baseado na vida do cantor e compositor Cazuza.
     O roteiro foi escrito por Fernando Bonassi e Victor Navas, é baseado no livro Cazuza: Só as Mães São Felizes, escrito pela mãe do cantor, Lucinha Araújo, e pela jornalista Regina Echeverria.
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
 
Presta atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
 
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
 
Preste atenção, querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares, estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés
 
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
 
Presta atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
 
Ouça-me bem, amor
Presta atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
 
Preste atenção, querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares, estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés.