MINHA PALHOÇA
SILVIO CALDAS
COMPOSITOR: J. CASCATA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: SILVIO CALDAS;
GRAVADORA: COLUMBIA
GÊNERO: SerestA
ANO: 1960.

Sílvio Antônio Narciso de Figueiredo Caldas (Rio de Janeiro, 23 de maio de 1908 — Atibaia, 3 de fevereiro de 1998) foi um cantor e compositor brasileiro.
Seu primeiro sucesso foi o samba de Ari Barroso intitulado Faceira (1931). Desde então, consagrou-se como um dos maiores cantores brasileiros. Chão de estrelas (1937), em parceria com Orestes Barbosa, foi um de seus maiores êxitos.

Dono de timbre inconfundível, que lhe valeu a fama de grande seresteiro, é conhecido também por alcunhas carinhosas, como Caboclinho querido, A voz morena da cidade ou Titio.




Se você quisesse morar na minha palhoça
Lá tem troça, se faz bossa
Fica lá na roça à beira do riachão
E à noite tem um violão
Uma roseira cobre a banda da varanda
E ao romper da madrugada
Vem a passarada abençoar nossa união

Tem um cavalo
Que eu comprei em Pernambuco
E não estranha a pista
Tem jornal, lá tem revista
Uma kodak para tirar nossa fotografia
Vai ter retrato todo dia
Um papagaio que eu mandei vir do Pará
Um aparelho de rádio-batata
E um violão que desacata

Se você quisesse morar na minha palhoça
Lá tem troça, se faz bossa
Fica lá na roça à beira do riachão
E à noite tem um violão
Uma roseira cobre a banda da varanda
E ao romper da madrugada
Vem a passarada abençoar nossa união

Tem um pomar
Que é pequenino, é uma teteia, é mesmo uma gracinha
Criação, lá tem galinha
Um rouxinol que nos acorda ao amanhecer
Isso é verdade podes crer
A patativa quando canta faz chorar
Há uma fonte na encosta do monte

A cantar chuá-chuá.

O pé de anjo
BLECAUT
COMPOSITOR: J.B. DA SILVA – SINHÔ
ÁLBUM: PARA TODO O MUNDO CANTAR
GRAVADORA: Abril Cultural
GÊNERO: MARCHINHA DE CARNAVAL
ANO: 1977




Eu tenho uma tesourinha
Que corta ouro e marfim
Serve também pra cortar
Línguas que falam de mim

O pé de anjo, o pé de anjo
És rezador, és rezador
Tens o pé tão grande
Que és capaz de pisar nosso senhor


A mulher e a galinha
São dois bichos interesseiros
A galinha pelo milho
E a mulher pelo dinheiro

CHUVAS DE VERÃO

FRANCISCO ALVES
COMPOSITOR: FERNANDO LOBO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: FRANCISCO ALVES
GRAVADORA: ODEON
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1948
 
              Francisco de Morais Alves, mais conhecido por Francisco Alves, Chico Alves ou Chico Viola (Rio de Janeiro,19 de agosto de 1898 —Pindamonhangaba, 27 de setembro de 1952), foi um dos mais populares cantores do Brasil na primeira metade do sèculo XX, e considerado por muitos o maior do país. A qualidade de seu trabalho lhe rendeu em 1933, pelo radialista César Ladeira, a alcunha de "Rei da Voz". Foi, ainda, peça decisiva para a construção de vários gêneros populares da música.
                Alves era uma figura alta e magra; andava sempre elegante e bem penteado; muito sorridente e avesso às bebidas. Como seu ídolo Vicente Celestino, tinha uma voz de tenor mas, com o tempo, consolidou-se em barítono. De origem humilde, deixou uma vasta produção de mais de quinhentos discos; sua morte trágica causou imensa comoção no país, num sentimento que um de seus biógrafos, David Nasser (que também era amigo e compositor de algumas músicas por ele interpretadas), escreveu: "Tu, só tu, madeira fria, sentirás toda agonia do silêncio do cantor". A despeito disso, muitos no meio artístico o consideravam bruto, de poucos amigos e vários desafetos.
            Foi dele a primeira gravação de disco elétrico feita no Brasil. Graças a ele compositores como Cartola, Heitor dos Prazeres ou Ismael Silva vieram a ser consagrados, o mesmo ocorrendo com várias canções que interpretou, como Ai! que saudade da Amélia, ou a primeira gravação do samba Aquarela do Brasil do parceiro Ary Barroso. Representava para o país, quando de sua morte, o que o cantor Maurice Chevalier era para a França: um "caso raro" — como então registrou o Jornal do Brasil.

Podemos ser amigos simplesmente
Coisas do amor, nunca mais
Amores do passado, no presente
Repetem velhos temas tão banais
Ressentimentos passam como o vento
São coisas do momento
São chuvas de verão
Trazer uma aflição dentro do peito
É dar vida a um defeito
Que se cura com a razão
Estranha no meu peito
Estranha na minha alma
Agora eu vivo em calma
Não te conheço mais ...
Podemos ser amigos, simplesmente
Amigos, simplesmente e nada mais. 


SAMBA DA PERGUNTA
MÁRCIA
COMPOSITOR: JOÃO GILBERTO
album: Bossa Nova EU E A BRISA
GRAVADORA: ODEON
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1968



Ela agora mora só no pensamento
Ou então no firmamento
Em tudo que no céu viaja

Pode ser um astronauta
Ou ainda um passarinho
Ou virou um pé de vento

Pipa de papel de seda
Ou, quem sabe
Um balãozinho

Pode estar num asteróide
Pode ser a Estrela Dalva
Que daqui se olha

Pode estar morando em Marte
Nunca mais se soube dela
Desapareceu..