O DIA EM QUE O MORRO DESCER E NÃO FOR CARNAVAL
WILSON DAS NEVES
COMPOSITORES: WILSON DAS NEVES & PAULO CÉSAR PINHEIRO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: PERFORMANCE: O SOM SAGRADO DE WILSON DAS NEVES
GRAVADORA: FAR OUT RECORDINGS
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1998

Wilson das Neves (Rio de Janeiro, 14 de junho de 1936) é um baterista, cantor e compositor brasileiro.
Estudou música com Joaquim Naegele e logo depois com Darci Barbosa. Aos 14 anos, através do ritmista Edgar Nunes Rocca, o "Bituca", tocou na Escola Flor do Ritmo, no bairro do Méier. Anos mais tarde, deu começo à sua carreira de baterista na orquestra de Permínio Gonçalves.
Entre 1957 e 1968, Wilson das Neves acompanhou a pianista Carolina Cardoso de Menezes, foi membro do Conjunto de Ubirajara Silva, estreou como músico de estúdio na Copacabana Discos, se integrou em conjuntos como o de Steve Bernard e o de Ed Lincoln. Tocou com o flautista Copinha, com o pianista Eumir Deodato no conjunto Os Catedráticos, e com Eumir e Durval Ferreira no grupo Os Gatos. Fez parte da orquestra de Astor Silva, da orquestra da TV Globo e da orquestra da TV Tupi de São Paulo, liderada pelo maestro Cipó. Em 1965, participou da gravação do disco Coisas do mastro e compositor Moacir Santos, tocando bateria em todas as faixas do álbum. Além disso, gravou com Elza Soares, o disco Elza Soares - Baterista: Wilson das Neves e formou seu conjunto, registrando o LP Juventude 2000.



O dia em que o morro descer e não for carnaval
(Wilson das Neves / Paulo César Pinheiro)

O dia em que o morro descer e não for carnaval
ninguém vai ficar pra assistir o desfile final
na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu
vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil
(é a guerra civil)

No dia em que o morro descer e não for carnaval
não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral
e cada uma ala da escola será uma quadrilha
a evolução já vai ser de guerrilha
e a alegoria um tremendo arsenal
o tema do enredo vai ser a cidade partida
no dia em que o couro comer na avenida
se o morro descer e não for carnaval

O povo virá de cortiço, alagado e favela
mostrando a miséria sobre a passarela
sem a fantasia que sai no jornal
vai ser uma única escola, uma só bateria
quem vai ser jurado? Ninguém gostaria
que desfile assim não vai ter nada igual

Não tem órgão oficial, nem governo, nem Liga
nem autoridade que compre essa briga
ninguém sabe a força desse pessoal
melhor é o Poder devolver à esse povo a alegria
senão todo mundo vai sambar no dia

em que o morro descer e não for carnaval.
ACENDER AS VELAS
ZÉ KETI
COMPOSITOR: ZÉ KETI
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: SAMBA NOSTALGIA
GRAVADORA: RCA VICTOR
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1965

Zé Keti, nome artístico de José Flores de Jesus, (Rio de Janeiro, 6 de outubro de 1921 — Rio de Janeiro, 14 de novembro de 1999) foi um cantor e compositor do samba brasileiro.
Em 1964, participou do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Nara Leão, que o levou ao concerto que tornou conhecidas algumas de suas composições, como "Opinião" e "Diz que Fui por Aí" (esta em parceria com Hortêncio Rocha). No ano seguinte, lançou "Acender as velas", considerada uma de suas melhores composições. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964; a letra deste samba possui um impacto forte, criado pelo relato dramático do dia-a-dia da favela. Nara Leão, Elis Regina fizeram um enorme sucesso com a gravação desta música.


Acender as velas
Já é profissão
Quando não tem samba
Tem desilusão
É mais um coração
Que deixa de bater
Um anjo vai pro céu
Deus me perdoe
Mas vou dizer
O doutor chegou tarde demais
Porque no morro
Não tem automóvel pra subir
Não tem telefone pra chamar
E não tem beleza pra se ver
E a gente morre sem querer morrer


Resultado de imagem para ACENDER AS VELAS

Acender As Velas

Zé Keti




Tom: C
 Am               F7   E7   Am
Acender as velas já é profissão
               F7     E7        Am
Quando não tem samba, tem desilusão
F7  E7     Am    F7   E7   Am
Acender as velas já é profissão
               F7     E7        Am   F7   E7  Am   F7    E7  Am
Quando não tem samba, tem desilusão,    desilusão,     desilusão
  F#m7/5- E7  Am      Dm7   G7   C7+
É mais um coração que deixa de bater
   Bm7/5- E7      Am
Um anjo   vai pro céu
F7   E7    Am     F7  E7    Am
Deus me perdoe,   mas vou dizer
F7   E7    Am     Bm7/5-  E7    Am
Deus me perdoe,       mas vou dizer
Am       Am/G           F#m7/5-  B7
O doutor chegou tarde dem a  a   ais
          Em7/5-  A7
Porque no morro
            Gm6         F7+
Não tem automóvel pra subir
G7                      C7+
Não tem telefone pra chamar
Bm7/5-      E7          Am  Am/G
E não tem beleza pra se ver
F#m7/5-   E7           Am          Am/G
E a gente morre sem querer morrer
F#m7/5-   E7           Am          Am/G
E a gente morre sem querer morrer
Acordes para:
  • A7
    12
    X02020
  • Am
    123
    X02210
  • Am/G
    1234
    3X221X
  • B7
    1234
    X21202
  • Bm7/5-
    1234
    X2323X
  • C7+
    12
    X3200X
  • Dm7
    34
    X57565
  • E7
    1234
    022130
  • Em7/5-
    1234
    XX2333
  • F#m7/5-
    1234
    2X221X
  • F7
    34
    131211
  • F7+
    1234
    1X221X
  • G7
    34
    353433
  • Gm6
    1234
LEMBRANÇAS
MILTINHO
COMPOPSITORES: Benil Santos & Raúl Sampaio
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: NO PALCO!
GRAVADORA: INTERCD RECORDS
GÊNERO: SAMBA
ANO: 2004

Milton Santos de Almeida, conhecido como Miltinho (Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1928 - 07 de setembro de 2014) foi um cantor brasileiro.
Começou sua carreira na década de 1940 como integrante de diversos grupos vocais: Anjos do Inferno (que chegou a viajar aos Estados Unidos acompanhando Carmen Miranda), Namorados da Lua, Quatro Ases e Um Curinga, Milionários do Ritmo, Cancioneiros do Luar. Na década de 1960 lançou seu primeiro disco solo, "Um Novo Astro", iniciando uma carreira de enorme sucesso no início da década, marcada pela sua voz anasalada, afeita aos sambas de teleco-teco e às canções românticas. Se consagrou com o sucesso Mulher de 30. Com essa música ganhou muito dinheiro e o reconhecimento do público. Recebeu vários prêmios, participou dos principais programas de televisão da época e de um filme estrelado por Mazzaropi. Recentemente havia lançado um CD com as participações de nomes como Chico Buarque, Elza Soares e Martinho da Vila, entre outros.
Com a música “Mulher de 30”, Miltinho ganhou o reconhecimento do público. Recebeu vários prêmios, participou dos principais programas de televisão da época.


Lembro um olhar
Lembro um lugar
Teu vulto amado
Lembro um sorriso
E um paraíso
Que tive ao teu lado
Lembro a saudade
Que hoje invade os dias meus
Para meu mal
Lembro afinal
Um triste Adeus
Sou agora no mar desta vida
Um barco a vagar
Onde está teu olhar
Onde está teu sorriso
E aquele lugar
Eu devia sorrir eu devia
Para meu padecer ocultar
Mas diante de tantas lembranças

Me ponho a chorar.