MIS NOCHES SIN TI
TRIO MEDIANOCHE
COMPOSITORES: DEMETRIO ORTIZ y MARIA TERESA MARQUEZ
DÓNDE: Coliseo Eibar 2014
PAIS: ESPAÑA/VASCO
ALBUM: NUESTRAS PEQUEÑAS COSAS
DISCOGRÁFICA: SIN NOMBRAR
GÉNERO: GUARANIA
AÑO: 2014

El Trío Medianoche presentará en directo este jueves 22 de diciembre en el Teatro Coliseo de Eibar su nuevo disco, un trabajo denominado 'Nuestras pequeñas cosas' y que está compuesto por versiones de composiciones de Joan Manuel Serrat, Lou Carson o Niko Etxart. El disco incluye asimismo una canción propia, firmada por el trío eibarrés y que está dedicado a otro trío musical: Los Tres Reyes. Para hablar del disco y del concierto hemos recibido a los integrantes del Trío Medianoche, como son Pedro Bartra, Bernardo Aguilera y Jesús María Bastida. Junto a ellos Walter Tuzzeo, quien ha producido el disco y además se encarga del bajo eléctrico en la grabación.
Los tres componentes del Trío Medianoche cuentan con una larga trayectoria en distintas formaciones musicales, siempre centradas en la música latinoamericana. El trío comenzó a funcionar hace algo más de cuatro años y sigue demostrando su calidad a la hora de interpretar un tipo de música que tanto gusta tradicionalmente en Eibar y en toda la comarca.
Los eibarreses Pedro Bartra (primera voz y segunda guitarra) y Jesús Mari Bastida (tercera guitarra, tercera voz y maracas) forman el grupo Trío Medianoche junto con Bernardo Aguilera (segunda voz y primera guitarra), un boliviano afincado en San Sebastián. La pasión por la música latinoamericana unió a estas tres personas con trayectorias previas en distintos conjuntos, y en marzo del 2012 empezó su andadura. Como han hecho durante los tres últimos años que llevan en activo, en esta ocasión vuelven a pisar el escenario del Teatro Coliseo.
La buena acogida que el grupo ha tenido desde que se puso en marcha hace más de tres años  les ha animado a seguir difundiendo la música latinoamericana allá por donde van. En su mayoría ofrecen concierto por Euskal Herria, pero no descartan la posibilidad de tocar en otras comunidades si se presenta la ocasión.
Las excepcionales críticas recibidas en sus actuaciones y las ganas de plasmar su música en un disco les llevó hace un año a grabar su primer disco de estudio, ‘Viajando con el Trío Medianoche’. Jesús Mari Bastida asegura que con el disco reafirmaron el éxito que venían labrando en los diferentes conciertos que ofrecían, “vendimos en muy poco tiempo todos los discos que publicamos, nada más y nada menos que 700 copias, y ahora hemos sacado a la venta otras 500 que llevan un buen ritmo de venta”. La ambición del grupo crece día a día y la respuesta que están teniendo por parte el público les lleva a seguir trabajando duro. “Para el año que viene tenemos programado lanzar el segundo disco” señala Bastida.
Han ofrecido conciertos en innumerables localidades, pero tocar en Eibar es siempre algo diferente para el grupo. “Para nosotros subirnos al escenario en el Coliseo es como cuando el Eibar juega en casa, nos sentimos plenos y queridos, tenemos la ovación asegurada”.
La música latinoamericana vivió épocas doradas en Eibar hace varias décadas. Boleros, valses y rancheras eran sonidos habituales de las salas de fiestas. Hoy en día todavía surgen nuevas formaciones que hacen disfrutar a los seguidores que se emocionan con una voz y una guitarra. El Trío Medianoche es uno de los últimos exponentes de este estilo, un grupo nuevo pero formado por veteranos. Y los aficionados eibarreses lo agradecen. El trío musical contará también en el concierto con la colaboración de dos compañeros que les  acompañarán con el contrabajo y la percusión. Como novedad y para sorprender a su público llevarán nuevas canciones al escenario, “tenemos intención de interpretar los temas nuevos que irán en el siguiente disco, estamos expectantes por tocar otra vez ante nuestra gente” explica Bastida.
Sufro al pensar que el destino
Logró separarnos
Guardo tan bellos recuerdos
Que no olvidaré
Sueños que juntas forjaron
Tu alma y la mía
Y en las horas
De dicha infinita

Que añoro en mi canto
Y no han de volver
Hoy, que en mi vida tan sólo
Quedó tu recuerdo
Siento en mis labios tus besos
Dulce yvapurú

Tu cabellera sedosa
Acaricio en mis sueños
Y me estrechan tus brazos
Amantes al arrullo suave
De tu kunu'u

Mi corazón en tinieblas
Te busca con ânsias
Rezo tu nombre pidiendo que vuelvas a mi
Por que sin ti ya ni el Sol ilumina mis días
Y al llegar la aurora me encuentra llorando
Mis noches sin Ti.
MEU PIÃO
TRIO NAGÔ
COMPOSITOR: ZÉ DO NORTE
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: YÁYÁ DA BAHIÁ
GRAVADORA: RCA VICTOR
GÊNERO: FORRÓ
ANO:2014

O trio foi criado na cidade de Fortaleza, CE em 1950 sendo integrado por Evaldo Gouvêia, compositor, cantor e violonista nascido em Iguatu, CE, em 8/8/1930; pelo cantor e violonista Mário Alves, nascido em 1914, e pelo vocalista e tocador de atabaque Epaminondas de Souza, os dois, naturais da cidade de Fortaleza, CE. Epaminondas de Souza faleceu de infarte no Rio de Janeiro, em 27/10/2004.
Inicialmente, utilizaram o nome artístico de Trio Iracema e iniciaram a carreira artística apresentando temas folclóricos nordestinos na Rádio Clube do Ceará. Em seguida fizeram apresentações nas Rádios Poti, de Natal, RN; Araripe, na cidade do Crato, no Ceará, Borborema, na cidade de Campina Grande e também, na Rádio Tamandaré, de Recife, PE. Em 1952, foram contratados para apresentar um programa semanal na Rádio Record, de São Paulo que permaneceu no ar por cinco anos. Ainda nesse ano, assinaram contrato com a gravadora Sinter e lançaram o rasqueado "Moça bonita", de Gilvan Chaves e Alcyr Pires Vermelho, e o maracatu "Paisagem sertaneja", de Hortêncio Aguiar. Em 1953, foram contratados pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro e gravaram pela Sinter os sambas "Homem não chora por mulher", de Victor Simon e José Roy, e "Projeto 1000", de Assis Valente e Salvador Micelli, sendo que esse último, contou com a participação da cantora e compositora Dora Lopes.
Em 1954, foram convidados para os festejos do Quarto Centenário da cidade de São Paulo como representantes do Ceará, fazendo apresentações na Rádio Tupi. O trio permaneceu em São Paulo por um mês e em seguida seguiu para uma temporada na Rádio Farroupilha, em Porto Alegre, RS. Antes de retornar ao Ceará, o trio foi para o Rio de Janeiro, onde se apresentou no programa César de Alencar na Rádio Nacional e assinou contrato com a gravadora Continental. No mesmo ano, gravaram o rasqueado "Moça bonita", de Alcyr Pires Vermelho e Gilvan Chaves e a toada "Prece ao vento", de Alcyr Pires Vermelho, Fernando Luiz e Gilvan Chaves, primeiro grande sucesso do trio, contando com acompanhamento de Radamés Gnattali e seu conjunto. Dois meses depois, lançaram com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra, o samba "Aquarela cearense", de Valdemar Ressurreição e a toada "Boiadeiro", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti. Em seguida, o trio retornou ao Ceará para acabar de cumprir o contrato com a Rádio Clube do Ceará. Ainda em 1954, receberam o Prêmio Roquete Pinto como "O Melhor Conjunto Vocal" do ano.
Em 1955. gravaram o corrido "Tropeiro do sul", de Graça Batista e Antônio Aguiar; o fox-canção "Iremos ao cinema?", de Armando Cavalcânti; o samba "Vive seu Mané chorando", de Luiz Assunção, e a guarânia "Morena do Paraguai", de Emílio Cavalcânti.
(...)Em 1957, lançaram disco com o baião "O gemedor", de Gilvan Chaves e o bolero "Duvido (Lo dudo)", de C. Navarro em versão de Lourival Faissal. No mesmo ano, gravaram os sambas "Laura", de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho, e "Prece", de Marino Pinto e Vadico; a toada "Dô de cotovelo", de José Renato e Manezinho Araújo, e o samba-canção "Contra-senso", de Antonio Bruno. Em 1958, o trio lançou uma guarânia que se tornaria sucesso nacional e clássico do gênero romântico, "Cabecinha no ombro", de Paulo Borges. No lado B do disco estava o samba "Cartão postal", também de Paulo Borges. No mesmo ano, gravaram o samba-canção "Se alguém telefonar", de Jair Amorim e Alcyr Pires Vermelho; o bolero "Cachito", de Consuelo Velasquez; o samba "Três beijos", de Antônio Bruno, José Saccomani e Gaúcho, e o baião "Mambo do Ceará", de Catulo de Paula e Roberto Silveira.
Em 1959, o trio gravou duas composições do componente do trio Evaldo Gouveia, o samba-canção "A noite e a prece" e a "Guarânia do adeus", parcerias com Almeida Rego. Ainda nesse ano, lançaram o bolero "Ansiedade", de Roberto Faissal e Lourival Faissal e a balada "Quem é", de Osmar navarro e Oldemar Magalhães. Nesse ano, foi lançado o LP "Um passeio com o Trio Nagô".
Em 1960, gravaram a "Balada de amor", de Paulo Borges, e o samba "Pior pra você", de Evaldo Gouveia e Almeida Rego, além de dois boleros da dupla Jair Amorim e Evaldo Gouveia, "Beija-me depois" e "Cantiga de quem está só". Ainda nesse ano, gravaram para a Polydor os sambas-canção "Ave Maria dos namorados", de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, e "Divino pecado", de Rubens Marçal. Também nessa época, lançaram o LP "Ouvindo o Trio Nagô", pela RCA Victor. Em 1961, lançaram pela RCA Victor o bolero "Uma vez mais", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, e o samba-canção "Sem dizer nada", de Alleardo Freitas. No ano seguinte, lançaram seu último disco, com a balada "Sempre assim", de Aloísio Carvalho e o rasqueado "Dolores", de Jair Amorim. Nesse mesmo ano, o trio se desfez a partir da saída de Mário Alves. Ainda houve uma tentativa de retorno com a entrada de Manuel Batista, porém, sem sucesso.
Na década de 1990, o selo Revivendo lançou o CD "Prece ao vento" com 21 músicas gravadas pelo trio: "Prece ao vento", de Alcyr Pires Vermelho; Fernando Luiz e Gilvan Chaves; "Quero-te assim", de Tito Madi; "acorrege a prenúncia", de Vicente Amar; "Meu pião", de Zé do Norte; "Prece", de Vadico e Marino Pinto; "Mocambo de páia", de Gilvan Chaves; "Tropeiro do sul", de Graça Batista e Antônio Aguiar; "Quem é", de Osmar Navarro e Oldemar Magalhães; "Guarânia do adeus", de Evaldo Gouveia e Almeida Rêgo; "O vaqueiro", de Luiz Vieira; "Pior pra você", de Evaldo Gouveia e Almeida Rêgo; "O gemedor", de Gilvan Chaves; "A noite e a prece", de Evaldo Gouveia e Almeida Rêgo; "Segunda-feira", de Jairo Argileo e Heron Domingues; "Dô de cotovelo", de Manézinho Araujo e José Renato; "Balada do amor", de Paulo Borges; "Yayá da Bahia", de Clodoaldo de Brito, o Codó e João Melo; "Três beijos", de Antônio Bruno, José Saccomani e Gaúcho; "Mambo do Ceará", de Catulo de Paula e Roberto Silveira; "Adeus de Xique-Xique", de Paulo Neves e "Cartão postal", de Paulo Borges.
O meu pião ele só roda com ponteira
A ponteirinha rasteirinha pelo chão
O meu pião ele só roda com ponteira
A ponteirinha rasteirinha pelo chão

OOOOOO! Meu pião!
Dance na mão, dance na mão, dance na mão,
Dance na mão, dance na mão, dance na mão,
Meu pião!
Meu pião dance na mão, dance na mão, dance na mão

O meu pião ele só roda com ponteira
A ponteirinha rasteirinha pelo chão
O meu pião ele só roda com ponteira
A ponteirinha rasteirinha pelo chão

OOOOOOOOO! Meu pião
Dance na mão, dance na mão, dance na mão,
Meu pião
Dance na mão, dance na mão, dance na mão,
Meu pião
Meu pião dance na mão, dance na mão, dance na mão

O meu pião é feito de goiabeira
Ele só roda com ponteira na palma da minha mão
Roda morena no meio deste sertão
Requebrando o corpo todo com o ronco deste pião

OOOOOOOO!!!
Dance na mão, dance na mão, dance na mão,
Meu pião
Dance na mão, dance na mão, dance na mão,
Meu pião
Meu pião dance na mão, dance na mão, dance na mão

Meu pião, meu pião, meu pião
Dance na mão, dance na mão, dance na mão
Meu pião dance na mão, dance na mão, dance na mão.

MEU SAPATO JÁ FUROU
CLARA NUNES
COMPOSITOR: ELTON MEDEIROS & MAURO DUARTE.
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: ALVORECER
GRAVADORA: EMI RECORDS
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1974

Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, mais conhecida como Clara Nunes (Paraopeba, 12 de agosto de 1942Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983), foi uma cantora e compositora brasileira, considerada uma das maiores e melhores intérpretes do país. Foi considerada pela revista Rolling Stone como a nona maior voz brasileira e, pela mesma revista, quinquagésima primeira maior artista brasileira de todos os tempos.
Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, também viajou para muitos países representando a cultura do Brasil. Conhecedora das músicas, danças e das tradições africanas, ela se converteu a umbanda e levou a cultura afro-brasileira para suas canções e vestimentas. Foi uma das cantoras que mais gravaram canções dos compositores da Portela, sua escola de samba do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos. A cantora vendeu ao todo quatro milhões e quatrocentos mil discos durante toda a sua carreira.
Mais jovem dos sete filhos (José, Maria, Ana Filomena, Vicentina, Branca, Joaquim) do casal Manuel Pereira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, nasceu em uma família muito humilde do interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro - à época pertencente ao município de Paraopeba e depois esse distrito virou cidade e foi emancipado com o nome de Caetanópolis, onde viveu até os 15 anos.
Marceneiro na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, o pai de Clara era conhecido como Mané Serrador e também era violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Mas Manuel faleceu vítima de atropelamento em 1944. A mãe entrou em depressão, e faleceu de em 1948. Aos seis anos, Clara, já órfã de pais, foi criada por sua irmã Maria, apelidada de Dindinha, e por seu irmão José, conhecido como Zé Chilau. Naquela época, Clara participava de aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística. Lá também cantava ladainhas em latim no coro da igreja.
Segundo as suas próprias palavras, cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio. Em 1952, ainda menina, venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade, interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos, para ajudar no sustento do lar, Clara ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira, a mesma para a qual seu pai trabalhara.
Em 1957 teve que se mudar às pressas para Belo Horizonte. Foi morar com sua irmã Vicentina e seu irmão Joaquim, que viviam na casa de uma tia paterna, por causa do assassinato de seu primeiro namorado, cometido no mesmo ano por seu irmão, Zé Chilau, que queria defender a honra da irmã, que estava sendo difamada por este rapaz, pois não aceitou o término do relacionamento, e estava sendo alvo de comentários maldosos na sua pequena cidade natal. Após o crime seu irmão ficou muitos anos foragido, reaparecendo quando Clara já era famosa, e então ela pôde ajudá-lo a não ser condenado pela justiça. Na capital mineira, trabalhava como tecelã em uma fábrica de tecidos durante o dia inteiro, e à noite estudava o curso normal de formação de professoras. Aos finais de semana, participava dos ensaios do coral da igreja, no bairro Renascença, onde vivia com os irmãos, primos e tios. Acabou se afastando do catolicismo, e junto de sua amiga de infância Lalita, começou a frequentar centros espíritas de mesa branca, e converteu-se ao kardecismo, onde conseguiu algumas cartas psicografadas dos pais. Naquela época, conheceu o violonista Jadir Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro. Admirado com a voz da adolescente, Jadir levou Clara a vários programas de rádio, como "Degraus da Fama", no qual ela se apresentou com seu nome de batismo, Clara Francisca.
Em 1980, gravou o álbum "Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país com "Morena de Angola"(composta por Chico Buarque), "Brasil Mestiço, Santuário da Fé"(de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), "Peixe com Coco"(de Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco), "Última Morada"(de Noca da Portela e Natal) e "Viola de Penedo"(de Luiz Bandeira). Ainda naquele ano, a cantora participou dos LPs "Cabelo de Milho"(de Sivuca) e "Fala Meu Povo"(de Roberto Ribeiro), e viajou para Angola representando o Brasil ao lado de Elba Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi e Chico Buarque, entre outros.
Gravou em 1981 o LP "Clara", com grande sucesso para a música "Portela na Avenida"(de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta faixa, e estreou o show "Clara Mestiça"(dirigido por Bibi Ferreira). Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea intitulada "Sucesso de Ouro".
Em 1982, a Odeon lançaria "Nação", o último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques a faixa-título (de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Menino Velho"(de Romildo e Toninho), "Ijexá"(de Edil Pacheco), "Serrinha"(de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) - uma homenagem dos compositores à escola de samba Império Serrano e ao Morro da Serrinha, reduto do jongo, situadas em Madureira, subúrbio carioca. Ainda naquele ano, apresentou-se na Alemanha ao lado de Sivuca e Elba Ramalho e participou do LP "Kasshoku", lançado no Japão pela gravadora Toshiba/EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK.
Meu sapato já furou
Minha roupa já rasgou
E eu não tenho onde morar
Meu dinheiro acabou
Eu não sei pra onde vou
Como é que eu vou ficar?

Eu não sei nem mais sorrir
Meu amor me abandonou
Sem motivo e sem razão
E pra melhorar minha situação
Eu fiz promessa pra São Luís Durão

Quem me vê assim deve até pensar
Que eu cheguei ao fim
Mas quando a minha vida melhorar
Eu vou zombar de quem sorriu de mim

Meu sapato já furou
Minha roupa já rasgou
E eu não tenho onde morar
Meu dinheiro acabou
Eu não sei pra onde vou
Como é que eu vou ficar?

Eu não sei nem mais sorrir
Meu amor me abandonou
Sem motivo e sem razão
E pra melhorar minha situação
Eu fiz promessa pra São Luís Durão.
IRACEMA
DEMÔNIOS DA GAROA
COMPOSITOR: ADONIRAN BARBOSA
PROJETO: ADONIRAN NO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA 2008
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: DEMÔNIOS DA GAROA
GÊNERO:  SAMBA
GRAVDORA: UNIVERSAL MUSIC INTERNACIONAL LTDA.
ANO: 1961

Demônios da Garoa é uma banda brasileira de samba formada em São Paulo em 1943. Os membros extraíram influências de uma variedade de fontes culturais para construir suas próprias características. Sua história musical cresceu quando se encontraram com Adoniran Barbosa (um dos mais importantes compositores da MPB) em 1949, juntos eles foram vistos como uma personificação dos movimentos socioculturais da época. Os Demônios da Garoa construíram sua reputação cantando Samba por mais de 7 décadas. (77 anos no ano de 2020). Em 1994 eles se tornam o grupo mais antigo da América Latina, como um membro do livro Guinness World Records Brazil.
Hoje, o Demônios da Garoa é uma das principais bandas de Samba de São Paulo e também uma das bandas mais respeitadas do Brasil.
Surgiu em São Paulo, capital, na década de 1940 com o nome de "Grupo do Luar", atualmente, Demônios da Garoa, fundado por Arnaldo Rosa. Em 1943, cantando pela primeira vez no rádio, venceu um concurso de calouros, chamado A Hora da Bomba, da Rádio Bandeirantes. O prêmio principal era um contrato para duas apresentações semanais na rádio.
O grupo mudou de nome por iniciativa do locutor Vicente Leporace, entusiasta do grupo. Este promoveu um concurso entre os ouvintes para que fosse escolhido o nome do grupo. Dentre as sugestões, foi escolhido o nome "Demônios da Garoa" por um ouvinte da radio não identificado até hoje. Vale lembrar que Leporace ao anunciar o conjunto em seu programa costumava chamá-los de "endiabrados" do Grupo do Luar.
Em 1949, durante as gravações do filme O Cangaceiro, conheceram o compositor Adoniran Barbosa. Nasceu a parceria que rendeu os principais sucessos do grupo e seu reconhecimento nacional.
Seu bom humor tornou-se a marca registrada do grupo. Em 1965, com mudanças na formação original, gravou "Trem das Onze", canção emblemática (eleita em 2000, através de votação popular, a música-símbolo da cidade de São Paulo), conjuntamente com "Iracema", "Saudosa Maloca", "O Samba do Arnesto", "As Mariposas", "Tiro ao Álvaro", "Ói Nóis Aqui Trá Veiz", "Vila Esperança" e "Vai no Bexiga pra Ver".
O grupo vendeu mais de dez milhões de cópias distribuídos em 69 compactos simples, 6 compactos duplos, 34 LPs e 13 CDs ao longo de sua carreira. A atual formação compõe-se Sérgio Rosa (Filho de Arnaldo Rosa) Ricardinho (Neto de Arnaldo Rosa) Roberto Barbosa (Canhotinho), Izael e Dedé Paraizo e Noutros tempos, o grupo já contou com a participação de Ventura Ramirez, nome expressivo em São Paulo no estilo violão de 7 cordas com uma técnica peculiar que marcou a história e os arranjos dos Demônios da Garoa por cerca de 30 anos.
Os dois últimos membros originais do conjunto, Arnaldo Rosa e Toninho Gomes, faleceram respectivamente em 2000, vítima de cirrose hepática oriunda de um tratamento na coluna, e em 2005, vítima de complicações do diabetes e do mal de Alzheimer.
Em 1994, os Demônios da Garoa entraram para o Guinness Book - Livro dos Recordes Brasileiro, de onde não mais saíram, como o "Conjunto Vocal Mais Antigo do Brasil em Atividade", além de receberem o disco de ouro pelo álbum 50 Anos.
A banda, que sempre se apresentou somente com os seus integrantes, a partir da gravação de seu primeiro DVD intitulado Demônios da Garoa ao Vivo, lançado pela BAND Music, agora conta também com uma banda de apoio, formada por bateria, violão de 6 cordas e contrabaixo, percussão, cavaquinho e piano.
Iracema, eu nunca mais te vi
Iracema meu grande amor foi embora
Chorei, eu chorei de dor porque
Iracema meu grande amor foi você

Iracema, eu sempre dizia
Cuidado ao atravessar essas ruas
Eu falava, mas você não escutava não
Iracema você atravessou na contramão

E hoje ela vive lá no céu
Ela vive bem juntinho de nosso senhor.
De lembrança guardo somente suas meias e seu sapato
Iracema, eu perdi o seu retrato.
Iracema, faltava vinte dias para o nosso casamento, que nóis ia se casar
Você atravessou a rua São João, veio um carro, te pega, te pincha no chão
Você foi para assistência
O chofer não teve culpa Iracema
Paciência

E hoje ela vive lá no céu
Ela vive bem juntinho de nosso senhor
De lembrança guardo somente suas meias e seu sapato
Iracema, eu perdi o seu retrato.