LEVA MEU SAMBA
MILTINHO
COMPOSITOR: ATAULFO ALVES
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: SÉRIE RETRATOS
GRAVADORA: RCA VICTOR
GÊNERO: SAMBA
ANO: 2004

Milton Santos de Almeida, conhecido como Miltinho (Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1928—07 de setembro de 2014) foi um cantor brasileiro.
Começou sua carreira na década de 40 como integrante de diversos grupos vocais: Anjos do Inferno (que chegou a viajar aos Estados Unidos acompanhando Carmen Miranda), Namorados da Lua, Quatro Ases e Um Curinga, Milionários do Ritmo, Cancioneiros do Luar. Na década de 60 lançou seu primeiro disco solo, "Um Novo Astro", iniciando uma carreira de enorme sucesso no início da década, marcada pela sua voz anasalada, afeita aos sambas de teleco-teco e às canções românticas. Se consagrou com o sucesso Mulher de 30. Com essa música ganhou muito dinheiro e o reconhecimento do público. Recebeu vários prêmios, participou dos principais programas de televisão da época e de um filme estrelado por Mazzaropi. Recentemente havia lançado um CD com as participações de nomes como Chico Buarque, Elza Soares e Martinho da Vila, entre outros.
No total, gravou mais de cem discos, mas na década de 70, com o declínio do seu gênero musical, saiu de cena nas grandes capitais, concentrando suas apresentações em cidades do interior.
O sambista também animou carnavais com marchinhas como "Nós os carecas". No aniversário de 70 anos, em 1998, lançou o CD "Miltinho Convida", com elenco de alguns de seus aprendizes confessos, como João Nogueira, João Bosco, Luiz Melodia, Chico Buarque, entre outros. Já gravou também com Zeca Pagodinho, Elza Soares, Martinho da Vila, Ed Motta e Mariana Baltar. Como intérprete, lançou João Nogueira e Luiz Ayrão.
'Rei do Ritmo' "Mulata assanhada", “Palhaçada”, “O conde”, “Laranja madura”, “Volta” e “Menino moça” são outros de seus sucessos, que lhe renderam o apelido de "Rei do Ritmo". "A vida, a meu ver, como ritmista, é um ritmo. Você tem ritmo para andar, para pegar ônibus... Se bobear, tropeça e cai", disse o cantor em entrevista para o documentário "No tempo do Miltinho" (2008), de André Weller. "Eu não sou astro de coisa nenhuma. Sou apenas um mero cantor de samba. O que me honra muito", definiu-se.
Também no filme, vencerdor do prêmio de melhor curta brasileiro no festival, É Tudo Verdade de 2009, Elza Soares, uma de suas parceiras, elogia: "A divisão de Miltinho, acho que ele tem ritmo até na ponta da orelha (...) Para mim, ele é único."
De acordo com a filha de Miltinho, ele havia parado de fazer shows há quatro anos, desde quando foi diagnosticado com princípio do mal de Alzheimer. Miltiño.
Leva meu samba
Meu mensageiro
Este recado
para meu amor primeiro

Vai dizer que ela é
A razão dos meus "ais"
Não, não posso mais!

Eu que pensava
Que podia lhe esquecer
Mas qual o que
Aumentou meu sofrer
Falou mais alto
No meu peito uma saudades
E para o caso não há força de vontade

Aquele samba
Foi pra ver se comovia
O seu coração
Onde dizia:
Vim buscar o meu perdão!
BATUCADA NEGRO
ELIANA PITMAN
COMPOSITOR: DOUM
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: TEM MAIS SAMBA
GRAVADORA: COPACABANA
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1966

Eliana Leite da Silva, mais conhecida como Eliana Pittman (Rio de Janeiro, 14 de agosto de 1945), é uma cantora e atriz brasileira.
Iniciou sua carreira em 1961 ao lado do saxofonista norte-americano Booker Pittman, seu padrasto, cantando standarts do jazz e da bossa nova em boates no Rio de Janeiro. O avô de seu padrasto foi Booker T. Washington, fundador da conceituada Tuskegee Institute, a primeira universidade para negros nos Estados Unidos.
Fez shows no Brasil e no exterior e na década de 1970 emplacou vários sucessos, como Das Duzentas para Lá, Abandono (canção lançada por Eliana em 1974 e que Roberto Carlos regravaria em 1979), Sinhá Pureza e Mistura de Carimbó. Pelo sucesso das últimas duas canções, recebeu o título de "Rainha do Carimbó".
No final dos anos 60, Geraldo Azevedo veio do Nordeste para o Rio a convite de Eliana, para acompanhá-la no show "Positivamente Eliana", e logo se tornou um dos maiors nomes da música brasileira.
Dona de um grande ecletismo musical e um notório virtuosismo vocal, Eliana se apresentou em muitos países do mundo (França, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, Portugal, Venezuela, México e Estados Unidos), tendo se apresentado, por exemplo, na lendária casa de shows Olympia em Paris e no programa do comediante Jerry Lewis. Também se apresentou ao lado do lendário showman Sammy Davis Jr.
Além de cantora, é professora de música uma escola do Rio de Janeiro.
Após um hiato de 17 anos longe dos estúdios, foi anunciado em março 2019 que Eliana gravaria um novo disco, chamado "Hoje, Ontem e Sempre", produzido por Thiago Marques Luiz. O disco contém canções como Preciso Me Encontrar (Candeia), Drão (Gilberto Gil) e Onde Estará o Meu Amor (Chico César), todas inéditas na voz de Eliana e tem previsão de lançamento para maio.
Em 2020, é lançado o disco "As Divas do Sambalanço", dedicado exclusivamente ao gênero, em que Eliana divide as interpretações com Claudette Soares e Doris Monteiro.
Dom Um Romão (Rio de Janeiro, 3 de agosto de 1925-26 de julho de 2005) foi um instrumentista (baterista e percussionista) e compositor ligado ao começo da bossa nova.
São marcantes suas participações nos álbuns: Canção do Amor Demais, considerado marco inicial para o movimento da bossa nova; Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim e Wave com Tom Jobim. É considerado, com João Gilberto, um dos inventores da batida da bossa nova. Foi Dom Um quem primeiro apresentou Elis Regina no Beco das Garrafas, reduto de músicos e boêmios do Rio de Janeiro. Fez parte também do Weather Report, veteranos do jazz fusion.
Nego batuca no chão eee, no chão
Nego batuca no chão eee no chão
Quem quiser batucar com nego
Tem que ser no chão
Quem quiser batucar com nego
Tem que ser no chão

Lá na Bahia nasceu capoeira
La na Bahia nasceu capoeira

É jogada no chão
É jogada no chão
É jogada no chão
É jogada no chão

Quem não acreditava que eu digo
Tem que lá pra ver
Quem não acreditava que eu digo
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver

Nego batuca no chão eee, no chão
Nego batuca no chão eee no chão
Quem quiser batucar com nego
Tem que ser no chão
Quem quiser batucar com nego
Tem que ser no chão

Lá na Bahia nasceu capoeira
La na Bahia nasceu capoeira

É jogada no chão
É jogada no chão
É jogada no chão
É jogada no chão

Quem não acreditava que eu digo
Tem que lá pra ver
Quem não acreditava que eu digo
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver
Tem que lá pra ver.
CLAUSTROFOBIA
MARTINHO DA VILLA
COMPOSITOR: MARTINHO DA VILA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: ROSA DO POVO
DRAVADORA: RCA VICTOR
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1976

Martinho José Ferreira, mais conhecido por Martinho da Vila, (Duas Barras, 12 de fevereiro de 1938) é um cantor, compositor, escritor e músico brasileiro
Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, mudou-se para o Rio de Janeiro com apenas quatro anos. Quando se tornou conhecido, voltou a Duas Barras para ser homenageado pela prefeitura em uma festa, e descobriu que a fazenda onde havia nascido estava à venda. Não hesitou em comprá-la e hoje é o lugar que chama de "meu off-Rio". Cidadão carioca criado na Serra dos Pretos-Forros, a primeira profissão foi como auxiliar de químico industrial, função aprendida no curso intensivo do SENAI. Mais tarde, serviu o Exército Brasileiro como sargento burocrata. Nesta instituição ele começou na Escola de Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissões que abandonou em 1970, quando deu baixa para se tornar cantor profissional.
A carreira artística surgiu para o grande público no III Festival da Record, em 1967, quando concorreu com a música "Menina Moça". O sucesso veio no ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançando a canção "Casa de Bamba", um dos clássicos de Martinho. O primeiro álbum, lançado em 1969, intitulado Martinho da Vila, já demonstrava a extensão de seu talento como compositor e músico, incluindo, além de "Casa de Bamba", obras-primas como "O Pequeno Burguês", "Quem é Do Mar Não Enjoa" e "Prá Que Dinheiro" entre outras menos populares como "Brasil Mulato", "Amor Pra que Nasceu" e "Tom Maior". Logo tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros além de um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD Tá Delícia, Tá Gostoso lançado em 1995 (o primeiro foi Agepê, que em 1984 vendeu um milhão e meio de cópias com seu disco Mistura Brasileira). Destacam-se Zeca Pagodinho, Simone (CD Café com leite, um tributo a Martinho da Vila, 1996) e Alcione como os maiores intérpretes.
A celebração do 75º aniversário do cantor, bem como 45 anos de carreira, levou Martinho a receber o segundo volume da série Sambabook em 2013, depois de João Nogueira receber o original no ano anterior.
Embora internacionalmente conhecido como sambista, com várias composições gravadas no exterior, Martinho da Vila é um legítimo representante da MPB e compositor eclético, tendo trabalhado com aspectos da cultura brasileira e criado músicas dos mais variados ritmos brasileiros, tais como ciranda, frevo, samba de roda, capoeira, bossa nova, calango, samba-enredo, toada e sambas africanos. O espírito de pesquisador incansável, viaja desde o disco O Canto das Lavadeiras, baseado na cultura brasileira, lançado em 1989, até o mais recente trabalho Lusofonia, lançado no início de 2000, reunindo canções de todos os países de língua portuguesa. Em setembro de 2000 concretizou, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos projetos mais cultuados: a apresentação do Concerto Negro. Idealizado por Martinho e pelo maestro Leonardo Bruno, o espetáculo enfoca a participação da cultura negra na música erudita. Para cuidar das diversas atividades, criou o Grupo Empresarial ZFM abrindo as portas para sambistas com um selo musical e inaugurando sua própria editora, com o primeiro romance Joana e Joanes.
Ah! Meu samba
Se tu és nosso é nosso o samba
Se é nosso samba o samba é nosso
Pra que prisões dentro de ti?
Sai meu samba
Pois sei que tens claustrofobia
É tua a noite, a noite e o dia
Vá se espalhar pelo país

Vai meu samba
Sem fadiga, estafa ou stress
Não precisas de reza, quermesse
Passaporte de padre ou juiz
Já se abriu a janela do mundo
E agora não podes parar
Tu tens que conquistar
Tu tens que encantar
E te fazer cantar
Com teu lararara
Com teu lararara
Com teu lararara
Com teu lararara.
BELA CIGANA
JOÃO NOGUEIRA & CLARA NUNES
COMPOSITORES: IVOR LANCELOTTI & JOÃO NOGUEIRA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: VIDA BOÊMIA
GRAVADORA: UNIVERSAL MUSIC INTERNACIONAL LTDA.
GÊNERO: SAMBA
ANO: 1978

João Batista Nogueira Junior, mais conhecido como João Nogueira (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1941—Rio de Janeiro, 5 de junho de 2000) foi um cantor e compositor brasileiro. Desde o início de sua carreira ficou conhecido pelo suingue característico de seus sambas. É pai do também cantor e compositor Diogo Nogueira.
Filho do advogado e músico João Batista Nogueira e irmão da também compositora, Gisa Nogueira, cedo tomou contato com o mundo musical. Logo, aprendeu a tocar violão e a compor em parceria com a irmã.
João Nogueira começou a compor aos quinze anos, fazendo sambas para o bloco carnavalesco Labareda, do Méier, através do qual conheceu o músico Moacyr Silva, dirigente da gravadora Copacabana, que o ajudou a gravar o samba Espere, Ó Nega, em 1968. Mas ele apareceu na cena artística nacional quando no início dos anos 70 emplacou o sucesso Das 200 Pra Lá, samba que defendia a política de expansão de nossa fronteira marítima ao longo de 200 milhas da plataforma continental. O samba assumiu as primeiras posições das paradas na voz de Eliana Pittman e mereceu citação em reportagem da revista americana Time, pelo seu tom nacionalista afirmativo. Funcionário da Caixa Econômica, João se viu às voltas com certo patrulhamento, já que a bandeira das 200 milhas havia sido levantada pelo governo militar. “Pensaram que eu tinha virado Dom e Ravel”, brincou ele mais tarde. Seu primeiro disco foi um compacto simples com Alô Madureira e Mulher Valente. Em 1969 Elizeth Cardoso gravou seu Corrente de Aço, no disco Falou. 
Se no LP de 1974 ele reservara uma faixa para Noel Rosa, de quem gravou Gago Apaixonado, neste ele gravaria Não Tem Tradução, reverenciando mais uma vez o poeta da Vila, um dos três esteios de sua inspiração, ao lado de Geraldo Pereira e Wilson Batista, dos quais recebeu as influências que explicavam seu estilo de compor e cantar o samba – e aos quais dedicaria um LP inteiro (Wilson, Geraldo e Noel, 1981, Polygram). O disco, contudo, seria lembrado por outros sucessos, como Nó na Madeira(parceria com Eugênio Monteiro) e Mineira, uma homenagem a Clara Nunes, parceria com P. C. Pinheiro, o marido da cantora. O disco trazia ainda três parcerias com um jovem violonista de muito talento, que se revelava ótimo compositor, Cláudio Jorge, com quem assinou três faixas do disco (Samba da Bandola, Chorando Pelos Dedos e Pra fugir Nunca Mais). Ivor Lancelotti, de quem João gravara o lindo samba-canção De Rosas e Coisas Amigas, no disco de 1974, reaparecia com Seu Caminho Se Abre. Em 1979 ele introduziria o parceiro no show João Nogueira Apresenta Ivor Lancelotti. Quando Diogo Nogueira, seu filho, canta Espelho, faixa título do disco que João lançou João Nogueira foi também um boleiro frustrado por uma contusão. (...)
       Ele seguiria lançando discos de qualidade (dezoito Ele seguiria lançando discos de qualidade (dezoito álbuns solo no total) e participaria de discos coletivos, como Clara Nunes–Com Vida(1995), no qual dividiu as faixas com gente como Martinho da Vila, Roberto Ribeiro e Nana Caymmi. E Chico Buarque da Mangueira(1998), disco em homenagem ao compositor, que era enredo da escola naquele ano. Em 1995, com o maestro e pianista Marinho Boffa, João gravaria um CD só com músicas desse mesmo Chico Buarque de Hollanda, num trabalho de Almir Chediak com catorze canções, dentro da segunda edição do projeto Letra e Música. O disco foi lançado com um show no programa Seis e Meia do Teatro João Caetano. Ele participou também do disco Esquina do Samba, gravado ao vivo em 2000 no botequim Pirajá, em São Paulo, com Ivone Lara, Walter Alfaiate, Beth Carvalho, Moacyr Luz, Luiz Carlos da Vila e outros. No mesmo ano participou de um disco da Velha Guarda da Portela. Em 2009 foi lançado um DVD da participação de João Nogueira no programa Ensaio, da TV Cultura de São Paulo.
Anda retira de cima esse manto de medo
Abre essa mão que eu vou revelar um segredo
Vou, meu irmão, lhe ensinar beber água na fonte
Poder caminhar os caminhos do monte
Aonde amanhã novo sol vai nascer
É, nessa vida ninguém foge porque tem medo
É justamente o contraio, medrou quem fugiu
Vai meu irmão rasga as folhas do teu samba-enredo
Desvia teus barcos dos velhos rochedos
Mais tarde ou mais cedo meu darás razão
E foi assim que me disse a bela cigana
De brincos de ouro, de porte de dama
De vida e de morte no fundo do olhar
Leu minha mão e rezou e levou meu dinheiro
Mas a tal cigana não sabe, talvez
Tirou meu veleiro do fundo do mar.