MOLAMBO

NELSON GONÇALVES
COMPOSITOR: AUGUSTO MESQUITA & JAYME FLORENCE
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: MULAMBO
GRAVADORA: RCA VICTOR
GÊNERO: SAMBA-CANÇÃO
ANO: 1988
 
         Nelson Gonçalves, nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral(Sant'Ana do Livramento, 21 de junho de 1919Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998), foi um cantor e compositor brasileiro. Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 79 milhões de cópias vendidas até março de 1998, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões. Foi também o artista que mais tempo ficou em uma mesma gravadora: foram 59 anos com a RCA Victor/BMG Brasil. Um de Seus maiores sucessos foi a canção "A Volta do Boêmio" (composição de Adelino Moreira), logo depois "Naquela Mesa" (composição de Sérgio Bittencourt), que chegou a ser primeiro lugar na Bélgica.
             Nelson é filho de dois imigrantes portugueses: Manoel Gonçalvez Sobral (nascido em Trás-os-Montes e trazido ao Brasil em 1902, aos 12 anos) e Libânia de Jesus (nascida em Viseu e trazida ao Brasil em 1911, aos 17 anos). Ambos moravam inicialmente no Rio de Janeiro, onde se conheceram, casaram-se e tiveram o primeiro filho, Joaquim. Trabalhando no ramo dos tecidos, decidem migrar para o sul do Brasil em 1918, buscando melhores oportunidades, e se estabelecem em Sant'Ana do Livramento, no Rio Grande do Sul, onde Nelson nasceu em 25 de junho de 1919.
              Em 1926, mudou-se com seus pais para São Paulo, mais precisamente para uma casa comprada na Rua Almirante Barroso no bairro do Brás (outra fonte diz que era alugada).
           Matriculado no Liceu Eduardo Prado, que equilibrava disciplinas tradicionais com uma convivência com o mundo rural. Lá, Nelson sofreu bullying dos colegas e golpes de palmatória da professora por sua dificuldade em falar. Num desses castigos, sucumbiu à raiva e jogou um tinteiro na professora, provocando sua expulsão.
           Nesta época, passou a ajudar seu pai no sustento do lar, acompanhando-o em praças e feiras onde, enquanto o pai tocava violino, Nelson cantava, agradando os transeuntes e ganhando gorjetas. Para sustentar a família, seu pai também vendia frutas na feira e fazia serviços de pedreiro.
                O pai, em dado momento, deixou o trabalho com tecidos para a esposa e foi tentar carreira musical, cantando fados em barbearias e bares. O dinheiro que ganhava, gastava em bebida com seus colegas. Nelson às vezes o acompanhava nos vocais e Manoel chegava até a se fingir de cego para sensibilizar os passantes.
       Para ajudar a sustentar o lar, Nelson trabalhou também como jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro (atuou como este último por dois anos Querendo ganhar mais dinheiro e seguir uma profissão, inscreveu-se em concursos de luta e venceu, tornando-se lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo, aos dezesseis anos de idade, o título de campeão paulista de luta. Após o prêmio, só ficou mais um ano lutando, pois queria investir em seu sonho de infância: ser artista.
        A real motivação para aprender a boxear, contudo, foi uma vingança: numa certa noite, envolveu-se em uma briga com um guarda de rua que praticava box e acabou levando uma surra. Decidido a desafiá-lo para uma revanche, foi praticar a luta antes em uma academia no Brás. O tal segundo embate não aconteceu, pois o guarda abandonou os ringues enquanto Nelson ainda treinava. O cantor, contudo, continuou praticando por dois anos.
Eu sei que vocês vão dizer
Que é tudo mentira
Que não pode ser
Porque depois de tudo
Que ela me fez
Eu jamais deveria aceitá-la outra vez
Bem sei que assim procedendo
Me exponho ao desprezo de todos vocês
Lamento, mas fiquem sabendo
Que ela voltou e comigo ficou
 
Ficou pra matar a saudade
A tremenda saudade
Que não me deixou
Que não me deu sossego um momento sequer
Desde o dia em que ela me abandonou
Ficou pra impedir que a loucura
Fizesse de mim um molambo qualquer
Ficou desta vez para sempre
Se Deus quiser!

Caminhemos

Pery Ribeiro
Compositor: Herivelto martins
País: brasil
Álbum: pery ribeiro songs of brazil
Gravadora: movieplay
Gênero: samba
Ano:2000
 
          Peri de Oliveira Martins, mais conhecido como Pery Ribeiro(Rio de Janeiro, 27 de outubro de 1937—Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2012) foi Um cantor e compositor brasileiro.
         Peri se iniciou na carreira artística ainda na infância. Aos três anos, fez a dublagem do anão Dengoso em Branca de Neve e os Sete Anões, onde sua mãe Dalva de Oliveira dublava a personagem título. Aos 5, em 1942, participou de It's All True, o filme inacabado de Orson Welles filmado no Brasil. Em 1959, trabalhando na TV Tupi como operador de câmera, foi convidado para participar do programa de Paulo Gracindo, na Rádio Nacional. Assumiu, então, o nome artístico de Pery Ribeiro, seguindo sugestão do radialista César de Alencar.
        Sua primeira gravação musical foi em 1960, um compacto com entre outras a canção "Sofri você" (Ricardo Galeno e Paulo Tito), entre outras. No mesmo ano estreou como compositor com a música "Não Devo Insistir", com Dora Lopes. Em 1961 foi o intérprete de "Manhã de Carnaval" e "Samba de Orfeu", ambas de Luiz Bonfá e Antônio Maria. Pery gravou a primeira versão comercial da canção "Garota de Ipanema", sucesso em todo o mundo, em 1961. Lançou 32 álbuns, sendo 12 discos dedicados à Bossa Nova. Desenvolveu trabalhos mais jazzísticos, ao lado de Leny Andrade, viajando pelo México, Europa e Estados Unidos, onde atuou também ao lado do conjunto de Sérgio Mendes de 1966 a 1970. Entre os 50 troféus e 12 prêmios que ganhou, estão o Troféu Roquette Pinto, o troféu Chico Viola e o Troféu Imprensa. Foi apresentador de programas de televisão e participou de alguns filmes no cinema nacional.
         Em 2012, a revista Rolling Stone Brasil declarou-o número 64 dos 100 cantores melhores do Brasil. A revista defendeu que ele foi "possivelmente o cantor mais subestimado do Brasil ... ele se tornou uma das principais vozes da bossa nova.... Técnica, afinação, gosto apurado, inteligência musical – Pery tinha tudo isso de sobra e cantava todos os estilos." Em 2013, o selo musical Descobertas passou a lançar caixas anuais reeditando a discografia de Pery.

Não, eu não posso lembrar que te amei
Não, eu preciso esquecer que sofri
Faça de conta que o tempo passou
E que tudo entre nós terminou
E que a vida não continuou pra nós dois
Caminhemos, talvez nos vejamos depois
 
Vida comprida, estrada alongada
Parto à procura de alguém ou à procura de nada
Vou indo, caminhando sem saber onde chegar
Quem sabe na volta te encontre no mesmo lugar
 
Não, eu não posso lembrar que te amei
Não, eu preciso esquecer que sofri
Faça de conta que o tempo passou
E que tudo entre nós terminou
E que a vida não continuou pra nós dois
Caminhemos, talvez nos vejamos depois
 
Vida comprida, estrada alongada
Parto à procura de alguém ou à procura de nada
Vou indo, caminhando sem saber onde chegar
Quem sabe na volta te encontre no mesmo lugar.

SEGREDO

DALVA DE OLIVEIRA
COMPOSITORES: MARINO PINTO & HERIVELTO MARTINS
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: SEGREDO
GRAVADORA: EMI-ODEON
GÊNERO: MPB
ANO: 1961
 
         Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira, (Rio Claro, 5 de maio de 1917Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1972) foi uma consagrada cantora e compositora brasileira, de ascendência portuguesa, sendo considerada uma das mais importantes cantoras do Brasil e dona de uma voz poderosa, marcando época como intérprete.
        Nascida em 5 de maio de 1917, em uma família humilde na cidade de Rio Claro, interior de São Paulo, era filha de um carpinteiro mulato chamado Mário de Paula Oliveira, conhecido como Mário Carioca, e da portuguesa Alice do Espírito Santo Oliveira. Em 1935, Vicentina de Paula Oliveira mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor. Frequentava o Cine Pátria, onde conheceu seu primeiro namorado, Herivelto Martins, que formava ao lado de Francisco Sena o dueto Preto e Branco; foi terminado o dueto e nascia o Trio de Ouro. Iniciaram um namoro e, em 1936, com um ano de namoro, Dalva protagonizou um escândalo familiar, pois saiu de casa solteira, para viver com o namorado, ainda oficialmente casado: Os dois alugaram uma casa e iniciaram uma convivência conjugal. Herivelto ainda era casado no civil com sua ex-esposa, e a união deles só pôde ser regularizada em 1937, quando saiu o desquite dele. O matrimônio foi realizado somente no cartório, e comemorado em um ritual de umbanda, na praia, já que esta era a religião de Herivelto, embora Dalva fosse católica. A união gerou dois filhos: Os cantores Peri Oliveira Martins, o Pery Ribeiro, e Ubiratan Oliveira Martins. A União durou até 1947, quando as constantes brigas, traições, crises violentas de ciúmes e humilhações por parte de Herivelto deram fim ao casamento. Matérias mentirosas que difamavam a moral de Dalva, alegando que ela traía o marido e participava de festas imorais, foram publicadas por Herivelto, com a ajuda do jornalista David Nasser no "Diário da Noite". Por ser cantora, sempre era apontada como detentora de moral duvidosa, e sua profissão pesou nas acusações mentirosas. Estes escândalos forjados fizeram com que o conselho tutelar mandasse Peri e Ubiratan para um internato, alegando que a mãe não possuía uma boa conduta moral para criar os filhos, o que a fez entrar em desespero e depressão, aumentando as brigas entre o ex-casal. Os meninos só podiam visitar os pais em datas festivas e fins de semana, e só poderiam sair de lá definitivamente com dezoito anos. Dalva lutou muito pela guarda dos filhos e sofreu bastante por isso. Em 1949 Dalva e Herivelto oficializaram a separação, se desquitando, já que o divórcio ainda não existia no Brasil.
Seu mal é comentar o passado
Ninguém precisa saber
O que houve entre nós dois
 
O peixe é pro fundo das redes
Segredo é pra quatro paredes
Não deixe que males pequeninos
Venham transtornar os nossos destinos
 
O peixe é pro fundo das redes
Segredo é pra quatro paredes
Primeiro é preciso julgar
Pra depois condenar
 
Quando o infortúnio nos bate à porta
E o amor nos foge pela janela
A felicidade para nós está morta
E não se pode viver sem ela
 
Para o nosso mal
Não há remédio, coração
Ninguém tem culpa da nossa desunião
 
O peixe é pro fundo das redes
Segredo é pra quatro paredes
Não deixe que males pequeninos
Venham transtornar os nossos destinos
 
O peixe é pro fundo das redes
Segredo é pra quatro paredes
Primeiro é preciso julgar
Pra depois condenar.

CORRENTEZA

DJAVAN
COMPOSITORES ANTONIO CARLOS JOBIM & LUIZ FLORIANO BONFÁ
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: MALÁSIA
GRAVADORA: EPIC RECORDS
GÊNERO: MPB
ANO: 1996
 
           Djavan Caetano Viana(Maceió, 27 de janeiro de 1949) é um cantor, compositor, arranjador, produtor musical, empresário, violonista e ex-futebolista brasileiro.
           Djavan mescla inúmeros estilos, entre eles o jazz, o blues, o samba e a música flamenca, com grande influência da música regional nordestina. Dentre suas canções mais conhecidas, destacam-se: "Sina", "Flor de Lis", "Lilás", "Pétala", "Se", "Nem um dia", "Serrado", "Eu Te Devoro", "Oceano", "Açaí", "Samurai" e "Meu bem querer".
       Djavan é filho de uma mãe negra chamada Virginia e de um pai branco que trabalhava como ambulante. Sua mãe, lavadeira, entoava canções de Angela Maria, Dalva de Oliveira e Orlando Silva. Djavan por pouco não se tornou um jogador de futebol. Entre os 11 e 12 anos, dividia seu tempo e sua paixão entre o jogo de bola nas várzeas de Maceió e o equipamento de som quadrafônico da casa de Dr. Ismar Gatto, pai de um amigo de escola. Da primeira paixão, despontava como meio-campo no time juvenil do CSA(Maceió), onde poderia ter feito até carreira profissional. Aos 23 anos, chega ao Rio de Janeiro para tentar a sorte no mercado musical. Trabalhou como crooner de boates famosas como a Number One e 706. Com a ajuda de Edson Mauro, radialista e conterrâneo, conhece João Araújo, presidente da Som Livre, que o leva para a TV Globo. Passa a cantar trilhas sonoras de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados como "Alegre Menina" (Dori Caymmi, com letra de Jorge Amado), da novela Gabriela, "Qual é" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), da novela Os Ossos do Barão, e "Calmaria e Vendaval" (Toquinho e Vinícius de Moraes).
A correnteza do rio
Vai levando aquela flor
O meu bem já está dormindo
Zombando do meu amor
 
Na barranceira do rio
O ingá se debruçou
E a fruta que era madura
A correnteza levou
A correnteza levou
A correnteza levou
 
E choveu uma semana
E eu não vi o meu amor
O barro ficou marcado
Aonde a boiada passou
 
Depois da chuva passada
Céu azul se apresentou
Lá à beira da estrada
Vem vindo o meu amor
Vem vindo, vem vindo, vem vindo
 
A correnteza do rio
Vai levando aquela flor
E eu adormeci sorrindo
Sonhando com o nosso amor
Sonhando com o nosso amor
Sonhando...
Ô Dandá
 
A correnteza do rio
Vai levando aquela flor
O meu bem já está dormindo
Zombando do meu amor
 
Na barranceira do rio
O ingá se debruçou
E a fruta que era madura
A correnteza levou
A correnteza levou
A correnteza levou
 
E choveu uma semana
E eu não vi o meu amor
O barro ficou marcado
Aonde a boiada passou
 
Depois da chuva passada
Céu azul se apresentou
Lá à beira da estrada
Vem vindo o meu amor
Vem vindo o meu amor
Vem vindo, vem vindo
Vem vindo, vem vindo
 
Ô Dandá, ô Dandá
Ô Dandá, ô Dandá
Ô Dandá.