CARTA DO FUNDO DO MAR
TERESA LOPES ALVES
COMPOSITOR: JOÃO MONGE & RICARDO CRUZ
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: REFLEXO
GRAVADORA: IPLAY, SOM E IMAGEM LTDA,
GÊNERO: MÚSICA POPULAR PORTUGUESA
ANO: 2011
‘Reflexo’, o álbum de estreia de Teresa Lopes Alves,
inclui 12 temas dos quais 6 são inéditos e 6 recriados
Possuidora de uma voz de amplitude singular, Teresa
percorre as suas canções com notável mestria, ora empregando a profundidade
própria de um timbre maduro, ora revelando a doçura da sua juventude, numa
forma de interpretar refrescante e arrebatadora. Neste seu primeiro trabalho, a
diversidade das suas origens musicais confunde-se com a intensidade dos
sentimentos revelados em cada tema.
As suas referências musicais vão do fado ao jazz vocal
clássico, passando pela música ligeira portuguesa e pela música popular
brasileira. ‘Reflexo’ destas influências este primeiro trabalho convida-nos
para uma viagem por diferentes estilos musicais, um trajecto com múltiplas
sensações e estados de espírito incertos, capturados em composições de
incontestável qualidade musical. E com ele surge Teresa Lopes Alves, um sólido
e muito promissor talento no panorama musical português que seleccionou para
esta obra um repertório rico e cuidado, privilegiando a poesia de autores como:
João Monge, Tiago Torres da Silva, Chico Buarque, Amália Rodrigues, Ary dos
Santos e Vinícius de Moraes entre outros.
Gravado nos estúdios Pé de Vento e Vale de Lobos,
‘Reflexo’ foi produzido por Ricardo Cruz, que também participa como músico
(contrabaixo) e conta com a colaboração de músicos como: Bernardo Coutto
(guitarra portuguesa), Ricardo Rocha (guitarra portuguesa), Pedro Santos
(acordeão), Luis Cunha (trombone), Pedro Pinhal (guitarra clássica), Miguel
Noronha Andrade (guitarra clássica), João Ferreira (percussão), André Fernandes
(guitarra eléctrica), Daniel Schvetz (piano), Felipe Melo (piano) e Bruno
Pedroso (bateria) para além da participação especial de Rui Veloso no tema
‘Porto Covo’.
não podia ficar sem
dizer tudo o que o mar tem
que me faz por cá ficar
Bate a saudade
mas para falar verdade
fico para a eternidade.
Escuta bem que eu vou contar:
Há futebol
aos Domingos no atol
peixes verdes, encarnados
e a solha do costume
e à semana
o suco da barbatana
é andarmos entrosados
no bailinho do cardume
Faz lá ideia
que num castelo de areia
uma sereia aprisionada
cantava triste à janela
Fui a caminho
no meu cavalo-marinho
armado de um peixe-espada
pra libertar a donzela
Nessa manhã
deixei de ser homem-rã
virei peixe-D'Artagnan
sou o maior do recife
A multidão
da sardinha ao tubarão
já me tratam por irmão
e fizeram uma manif
Pois é, meu bem
aqui o mar também tem
peixe que não tem vintém
e o polvo tem demais
Mas cá no fundo
isto é mesmo um outro mundo
até peixe-vagabundo
pode nadar nos corais
Adeus, meu bem
Escuta o búzio que te dei
Tem um beijo que deixei
para sempre em meu lugar
Põe no diário
que no teu aniversário
passo no teu aquário
na minha estrela-do-mar.
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