MORRI ONTEM
TONY DE MATOS
Compositor: Júlio de Sousa
Álbum: fado capital 2
Gravadora: ovação
Gênero: fado
Ano: 1996
Tony de Matos (28 de Setembro de 1924 - 8 de Junho de
1989) foi um fadista
e actor português.
Com paixão, ciúme ou desespero exaltou sempre o amor.
António Maria de Matos nasceu no Porto em 28 de
Setembro de 1924, filho de António Júlio de Matos e da actriz Mila Graça
(Camila da Graça Rodrigues Frias). A sua educação artística foi feita na Companhia
Rafael de Oliveira, Artistas Associados, à qual pertenceu sua mãe e seu
padrasto, o actor Afonso de Matos, director artístico do Teatro Desmontável, em
que trabalhou como ponto e onde começou a cantar nos actos de variedades, os
«Fim de Festa», com que habitualmente terminavam muitos dos espectáculos das companhias de província.
Em 1938, quando esta companhia se encontrava instalada em Santa Comba Dão
(Beira Alta), o jornal local, o Beira Dão relatou a noite de apoteose com que o
jovem Tony (14 anos) deliciou a assistência com a sua voz, cantando fado de
Coimbra, acompanhado por músicos amadores locais.
Em 1945, consegue entrar como cantor para a Emissora
Nacional mas que abandona rapidamente.
Três anos mais tarde, por intermédio do fadista Júlio Peres, surpreende quem o ouve
no Café Luso, em Lisboa, onde
permanecerá durante dois anos.
Em 1950, o editor Manuel Simões leva-o a Madrid para
gravar o seu primeiro disco. "Cartas de Amor" torna-se um grande
êxito. Outros sucessos desta altura são "Trovador", "Ao Menos
Uma Vez" e "A Lenda das Algas". Em 1952 estreia-se no teatro de
revista.
Olho a terra, olho o céu
E tudo me fala de ti
Do teu amor que perdi
Quando a minh'alma se perdeu
Sim, a única verdade
Presente no nosso amor
Tem como imagem a cor
Tão bela e triste da saudade
Refrão:
Saudade, vai-te embora
Do meu peito tão cansado
Leva para bem longe este meu fado
Ficou
Escrita no vento esta paixão
E à noite o vento é meu irmão
Anda a esquecer a tempestade
Também
Quero olvidar esta saudade
Ai de mim, que não consigo
Volta amor, porque é verdade
Vai-se a dor, volta a alegria
Vai-se o amor, fica a amizade
Só não parte do meu peito
Esta profunda saudade
Porque será que não vens
Espreguiçar-te nos meus braços?
Porque será que me tens
Na poeira dos teus passos?
Refrão