O TELEFONE TOCOU NOVAMENTE
JORGE BEN JOR
 COMPOSITOR: JORGE BEN JOR
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: FORÇA BRUTA
GRAVADORA: PHILIPS RECORDS
GÊNERO: SAMBA-ROCK
ANO: 1970

Força Bruta é o sétimo álbum de estúdio do cantor, compositor e guitarrista brasileiro Jorge Ben. Foi gravado com a banda Trio Mocotó e lançado pela Philips Records em setembro de 1970, durante a ditadura militar brasileira.
O álbum introduziu uma música acústica baseada em samba que era mais suave, sombria e menos ornamentada do que o trabalho anterior do cantor. Sua sessão de gravação noturna, em grande parte não ensaiada, fez com que o cantor improvisasse junto ao Trio Mocotó enquanto experimentava arranjos rítmicos não convencionais, técnicas musicais e elementos de soul, funk e rock. As letras de Ben exploraram temas de paixão romântica, melancolia, sensualidade e - em um afastamento da sensibilidade despreocupada de lançamentos passados - políticas identitárias e elementos do pós-modernismo.
Sucesso comercial e crítico, Força Bruta fez com que Ben se tornasse um artista líder no movimento tropicalista e foi pioneiro em um estilo único mais tarde conhecido como samba-rock. Em 2007, a Rolling Stone Brasil nomeou-o como sendo o 61º maior disco da música brasileira. Nesse mesmo ano, o álbum foi lançado pela primeira vez nos Estados Unidos pela gravadora especializada Dusty Groove America, atraindo mais reconhecimento crítico.
Jorge Duílio Lima Meneses OMC (Rio de Janeiro, 22 de março de 1945), conhecido como Jorge Bem e Jorge Ben Jor, é um violonista, pandeirista, guitarrista, percussionista, cantor e compositor brasileiro. Em 2008 a revista Rolling Stone Brasil o nomeou como o 5º maior artista da história da música brasileira.
Seu estilo característico possui diversos elementos, entre eles: rock and roll, samba, samba rock bossa nova, jazz, maracatu, funk, ska e até mesmo hip hop, com letras que misturam humor e sátira, além de temas esotéricos. A obra de Jorge Ben tem uma importância singular para a música brasileira, por incorporar elementos novos no suingue e na maneira de tocar violão, com características do rock, soul e funk norte-americanos. Além disso, trouxe influências árabes e africanas, oriundas de sua mãe, nascida na Etiópia.
Influenciou o sambalanço e o samba-rock e foi regravado e homenageado por inúmeros expoentes das novas gerações da música brasileira, como Mundo Livre S/A, Os Paralamas do Sucesso, Racionais MC's e Belô Velloso. Jorge Ben Jor explodiu com a música "Mas Que Nada" e, logo em seguida, ratificou seu talento com outro grande sucesso, "Chove Chuva". Duas canções que nada tinham a ver com a bossa nova, nem com o samba. Os puristas achavam que sua música era moderna demais. Era difícil para os músicos da época acompanhá-lo, tanto assim que seus primeiros discos foram gravados com um conjunto que tocava jazz no Beco das Garrafas, o Meirelles e os Copa 5, liderado pelo saxofonista J. T. Meirelles.
O telefone tocou novamente
Fui atender e não era o meu amor
Será que ela ainda está muito zangada comigo

Que pena
Que pena
Que pena
Que pena

Pois só ela me entende e me acode
Na queda ou na ascensão
Ela é a paz da minha guerra
Ela é meu estado de espírito
Ela é a minha proteção

Que pena
Que pena
Que pena
Que pena

Com ela eu sou mais eu
Com ela eu sou um anjo
Com ela eu sou criança
Eu sou a paz, eu sou o amor e a esperança.
CHOROU, CHOROU
JOÃO DONATO
COMPOSITORES: JOÃO DONATO & PAULO CÉSAR PINHEIRO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: QUEM É QUEM
GRAVADORA: ODEON RECORDS
GÊNERO: BOSSA NOVA
ANO: 1973

Quem é Quem é o décimo álbum de João Donato, editado em 1973 pela gravadora Odeon com a produção de Marcos Valle e de Milton Miranda. O disco apresenta pela primeira vez a voz de Donato, uma vez que sempre foi mais instrumentista do que somente como cantor, e marcou a volta do pianista ao Brasil depois de dez anos morando nos Estados Unidos com a esposa Patrícia e a filha Jodel, que se mudaram para outra cidade do país enquanto Donato retornava ao Rio para ficar. O disco apresenta ele em temas como "A Rã", "Amazonas" - ambas instrumentais, além de dar voz à canções como "Até Quem Sabe?" parceria com o irmão Lysias Ênio, "Nãna das Águas", "Mentiras" aonde ele não canta, mas sim Nana Caymmi, além dele utilizar o piano elétrico Fender Rhodes, que estava em alta. O disco não teve grandes vendagens, mas ajudou-o a manter um valor simbólico anos depois em 2007, quando a revista Rolling Stone brasileira decidiu elegê-la na lista dos 100 Maiores Discos da Música Brasileira no 90º lugar.
De acordo com a revista "o disco é um reencontro de Donato com o samba-jazz, envenenado por seus experimentos elétricos no exterior", e além da produção de Valle, tem os arranjos de Dori Caymmi, Lindolfo Gaya, Laércio de Freitas e Ian Guest, além do próprio Donato em algumas faixas.
João Donato de Oliveira Neto (Rio Branco, 17 de agosto de 1934), mais conhecido apenas como João Donato, é um pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor brasileiro.
Donato foi amigo de todos os expoentes do movimento bossanovista, como João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Johnny Alf, entre outros, mas nunca foi caracterizado unicamente como tal, e sim um músico muito criativo e que promove fusões musicais, de jazz e música latina, entre tantos outros. Na década de 1950, João Donato se muda para os Estados Unidos onde permanece durante treze anos e realiza o que nunca tinha conseguido no Brasil: reincorporar a musicalidade afro-cubana ao jazz. Grava o disco A Bad Donato e compõe músicas como "Amazonas", "A Rã" e "Cadê Jodel". Retorna ao Brasil, reencontra a música brasileira que estava sendo feita no país, mas não abandona sua paixão pela fusão entre o jazz e ritmos caribenhos. Como arranjador participou de discos de grandes nomes da MPB como Gal Costa e Gilberto Gil.
Entre as composições mais conhecidas do músico, estão: "Amazonas", "Lugar Comum", "Simples Carinho", "Até Quem Sabe" e "Nasci Para Bailar". Segundo o crítico musical Tárik de Souza: "Durante muito tempo, João Donato foi um mito das internas da MPB. Gênio, desligado, louco, de tudo um pouco.
Passo a passo, andando eu vi
Alguém disse: Alô, alô
Como vai?
Assim, assim
E nasceu o amor, amor
Mas no dia-a-dia, eu vi
Que você, você mudou
Logo, logo eu percebi
E morreu o amor, amor
Quem partiu, partiu chorando
Mas o que passou, passou
Quem ficou, ficou lembrando
Quem chorou, chorou, chorou
Eu pergunto a Deus, a Deus
Ora, ora, o que é que eu sou
Diz-me o que será, será
Sem o meu amor, amor.
APROVEITA GENTE
LUIZ GONZAGA
COMPOSITOR: ONILDO ALMEIDA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: DANADO DE BOM
GRAVADORA: BMG BRASIL
GÊNERO: FORRÓ
ANO: 2003

Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu, 13 de dezembro de 1912Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor e cantor brasileiro. Conhecido como o Rei do Baião, foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira.
Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou para todo o país a cultura musical do nordeste, como o baião, o xaxado, o xote e o forró pé de serra. Suas composições também descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino.
Admirado pelos mais diversos artistas, Luiz Gonzaga ganhou notoriedade com as antológicas canções Asa Branca (1947), Seridó (1949), Juazeiro (1948), Forró de Mané Vito (1950) e Baião de Dois (1950).
Antes de ser o rei do baião, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical.
Depois da baixa do exército, estando decidido a se dedicar à música. No Rio de Janeiro, então capital do Brasil, começou tocando em bares, cabarés e programas de calouros. Nessa época, tocava músicas de Manezinho Araújo (emboladas), Augusto Calheiros (valsas e serestas) e Antenógenes Silva (xotes e sambas). Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe, com sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor, pela qual lançou mais de cinquenta músicas instrumentais. Vira e Mexe foi a primeira música que gravou em disco.
Veio depois sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Lá conheceu o acordeonista catarinense Pedro Raimundo, que usava trajes típicos da sua região. A partir de então, surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945, gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha, em parceria com Miguel Lima.
Entre 1951 e 1952 a marca Colírio Moura Brasil celebrou um contrato de teor promocional com o cantor, custeando-lhe uma excursão por todo o país, fato este registrado por Gilberto Gil.
Aproveita gente que o pagode é quente
É forró pra toda essa gente se espalhar
Êita, coisa boa! Êita, pessoá!
Hoje aqui a páia voa vamo gente aproveitar
O resfulengo desse fole não é mole
Todo mundo aqui se bole
Com o seu resfulegar
E o sanfoneiro que não só faz resfulengo
Quando sai do lengo-lengo bota pra improvisar.

SEBASTIANA
JACKSON DO PANDEIRO
COMPOSITOR: ROSIL CAVALCANTI
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: MILLENIUM: JACKSON DO PANDEIRO
GRAVADORA: UNIVERSAL MUSIC
GÊNERO: FORRÓ
ANO: (1953)2002

Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho (Alagoa Grande, 31 de agosto de 1919Brasília, 10 de julho de 1982), foi um cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro. Também conhecido como O Rei do Ritmo.
Jackson nasceu em 31 de agosto de 1919, no Engenho Tanques, com o nome de José Gomes Filho. Ele era filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão. Através dela Jackson começou a tomar gosto pelo ritmo como tocador de zabumba. Após a morte do pai, José Gomes, no início dos anos 30, a família decide se mudar para Campina Grande. A pé, Flora e três filhos. José (Jackson), Severina e João, vão tentar uma nova vida, após quatro dias de viagem.
Em Campina Grande, Jackson trabalhou como engraxate, ajudante de padaria e nas noites, tocava no Cassino Eldorado de Josefa Tributino, sua madrinha artística, a qual foi homenageada na música Forró em Campina. Na feira central de Campina, conviveu com artistas populares, como cÔquistas e violeiros. Seu nome artístico originou-se das brincadeiras de criança, ainda em Alagoa Grande, dos filmes de faroeste, no tempo do cinema mudo, onde se autodenominava Jack, inspirado em Jack Perry, artista dos referidos filmes. O apelido pegou, e em Campina Grande, após iniciar como pandeirista ficou conhecido como Jack do Pandeiro, e passando a acompanhar artistas da terra. Mudou-se para João Pessoa nos anos 40 e continuou sua vida de músico tocando em boates e cabarés, sendo, logo a seguir contratado pela Rádio Tabajara para atuar na orquestra daquela emissora, sob a batuta do maestro Nozinho. Quando o maestro Nozinho foi contratado para a Rádio Jornal do Commércio, de Recife, levou alguns membros da orquestra Tabajara, entre eles Jackson do Pandeiro. Portanto Jackson já chegou em Recife formado no mundo dos ritmos, pois em Campina Grande e João Pessoa entre os anos 30 e 48 passou por zabumba, bateria, bongô, até chegar profissionalmente ao pandeiro.
Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry. A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.
Somente em 1953, com trinta e cinco anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: "Forró em Limoeiro", rojão composto por Edgar Ferreira.
Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Albuquerque, com quem se casou em 1956, vivendo com ela até 1967. Depois de doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele se casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, com quem viveu até seus últimos dias de vida.
No Rio de Janeiro, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana" e "Um a Um". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, côco, samba-côco, rojão, além de marchinhas de carnaval.
O fato de ter tocado tanto tempo no Cassino Eldorado aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formato LP. Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro", em 1953, até o último álbum, "Isso é que é Forró!", de 1981, foram 29 anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras.
Convidei a comadre Sebastiana
Pra dançar e xaxado na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
E gritava: A, E, I, O, U, Y

Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei Sebastiana pelo braço
E gritei, não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
E Sebastiana não deu mais fracasso
E gritava: A, E, I, O, U, Y.