O DOCE
E O AMARGO
SECOS
& MOLHADOS
COMPOSITORES:
JOÃO RICARDO &PAULINHO MENDONÇA
PAÍS:
BRASIL
ÁLBUM: SECOS
& MOLHADOS
GRAVADORA:
CONTINENTAL
GÊNERO:
FOLK ROCK
ANO: 1974
Secos
& Molhados foi uma banda brasileira da década
de 1970 cuja formação clássica consistia de João Ricardo (vocais,
violão e harmônica), Ney
Matogrosso (vocais) e Gérson
Conrad (vocais e violão). João havia criado o nome da banda sozinho em 1970
até juntar-se com as diferentes formações nos anos seguintes e prosseguir
igualmente sozinho com o álbum Memória
Velha (2000).
No
começo, as apresentações ousadas, acrescidas de um figurino e uma
maquiagem extravagantes,
fizeram a banda ganhar imensa notoriedade e reconhecimento, sobretudo por
canções como "O
Vira", "Sangue Latino", "Assim
Assado", "Rosa
de Hiroshima", que misturam danças e canções do
folclore português como
o vira com críticas
à Ditadura Militar e a poesia de Cassiano
Ricardo, Vinicius de Moraes, Oswald
de Andrade, Fernando Pessoa, e João Apolinário, pai de João Ricardo, com um rock pesado inédito no
país, o que a fez se tornar um dos maiores fenômenos musicais do Brasil da
época e um dos mais aclamados pela crítica nos dias de hoje.
Seu
álbum de estréia, Secos e Molhados I (1973), foi
possível graças às tais performances que despertaram interesse nas gravadoras,
e projetou o grupo no cenário nacional, vendendo mais de um milhão de cópias no
país. Desentendimentos financeiros fizeram essa formação se desintegrar em
1974, ano do Secos & Molhados II, embora
João Ricardo tenha prosseguido com a marca em Secos & Molhados III (1978), Secos e Molhados IV (1980), A Volta do Gato Preto (1988), Teatro? (1999)
e Memória Velha (2000), enquanto Gérson continuou a
tocar sozinho. Do grupo, Ney Matogrosso é o mais bem-sucedido em sua carreira
solo, e continua ativo desde Água do Céu - Pássaro (1975).
Os
Secos & Molhados estão inscritos em uma categoria privilegiada entre as
bandas e músicos que levaram o Brasil da bossa nova
à Tropicália
e então para o rock brasileiro, um estilo que só floresceu
expressivamente nos anos 80. Seus dois álbuns de estréia incorporaram
elementos novos à MPB, que vai desde a poesia e o glam rock ao
rock progressivo, servindo como fundamental
referência para uma geração de bandas underground que não aceitavam a MPB como
expressão. O grupo continua a ganhar atenção das novas gerações: em 2007,
a Rolling Stone Brasil posicionou o primeiro LP
em quinto lugar na sua lista
dos 100 maiores discos da música brasileira e em 2008
a Los 250: Essential Albums of All Time Latin Alternative - Rock Iberoamericano
o colocou na 97ª posição.
Secos
& Molhados, também conhecido como Secos & Molhados II, é o segundo
disco do grupo homônimo. O álbum continua na mesma
linha do antecessor, com músicas feitas a partir de poemas de Julio
Cortázar, João Apolinário e Fernando
Pessoa. É também o último álbum a contar com a formação original de João Ricardo, Gérson
Conrad e Ney Matogrosso - que dedicaram-se à carreira solo em
seguida, lançando álbuns de estúdio no ano seguinte. Além do grupo principal,
músicos como Willy Verdaguer, John
Flavin, Sérgio Rosadas e Emilio
Carrera (presentes no primeiro álbum) não viriam mais a tocar no conjunto.
O sol que veste o dia
O dia de vermelho
O homem de preguiça
O verde de poeira
Seca os rios, os
sonhos
Seca o corpo a sede
na indolência
O sol que veste o dia
O dia de vermelho
O homem de preguiça
O verde de poeira
Seca os rios, os
sonhos
Seca o corpo a sede
na indolência
Beber o suco de
muitas frutas
O doce e o amargo
Indistintamente
Beber o possível
Sugar o seio
Da impossibilidade.
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