DOLORES DURAN - ESTATUTO DE BOITE

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ESTATUTO DE BOITE

DOLORES DURAN
COMPOSITOR: BILLY BLANCO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: DOLORES DURAN CANTA PARA VOCÊ DANÇAR
GRAVADORA: EMI RECORDS
GÊNERO:SAMBA
ANO: 1957
 
         DOLORES DURAN, NOME ARTÍSTICO DE ADILÉIA SILVA DA ROCHA (RIO DE JANEIRO. 7 DE JUNHO DE 1930-RIO DE JANEIRO, 24 DE OUTUBRO DE 1959), FOI UMA CANTORA, COMPOSITORA E INSTRUMENTISTA BRASILEIRA.
           Nasceu em uma casa humilde, em uma vila, na rua do Propósito, no bairro da Saúde, Zona Central do Rio de Janeiro, onde morou por alguns anos. Teve uma infância pobre e não conheceu seu pai biológico. Cresceu ao lado de sua mãe, Josepha Silva da Rocha, seu padrasto, Armindo José da Rocha, e suas duas meias-irmãs, Solange e Denise. Ainda na infância mudou-se para um cortiço no bairro da Piedade, onde foi criada. Desde criança gostava de cantar e sonhava em ser famosa. Aos oito anos de idade contraiu uma febre reumática, que quase a levou à morte, e que deixou como sequela um sopro cardíaco gravíssimo.
        Aos doze anos de idade, influenciada pelos amigos e convicta de seus sonhos pessoais, resolveu, com a permissão da mãe, inscrever-se num concurso de cantores. Surpreendentemente, ela cantou muito bem, como uma profissional, mesmo sem nunca ter estudado música, e conquistou o primeiro prêmio no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística. Contrariando a mãe, deixou os estudos para dedicar-se somente a música.
          Embora quisesse ser cantora, era muito difícil conseguir de fato uma vaga. Para isso, fez o único teste disponível no momento, que era para atriz. Gravou o texto e fez uma boa cena, e venceu outras candidatas, conseguindo trabalhar como atriz nas rádios Cruzeiro do Sul e Tupi, nesta última no programa "Hora do Guri".
          Já na adolescência, a jovem ainda mantinha o sonho de ser cantora profissional. Ela trabalhava em casa junto de sua mãe e irmãs, costurando e lavando roupas para fora, e aos finais de semana participava como atriz na rádio, até que no final dos anos 1940, ela conheceu um casal rico e influente: Lauro e Heloísa Paes de Andrade. Heloísa, muito rica, dava saraus e concertos em sua mansão, e percebendo a belíssima voz da jovem em um concurso de música, a convidou para se apresentar em sua casa. Muito emocionada, Adiléia aceitou, e fez um grande sucesso, chamando a atenção de radialistas que frequentavam a festa, e assim, fora chamada para gravar algumas canções. Eles a ajudam a se tornar realmente uma cantora e a levam a diversos lugares chiques e reconhecidos, frequentado por famosos. Lauro passa a chamá-la de Dolores Duran, nome inspirado certamente no da atriz americana Dolores Moran, que chegou a ser capa de revista no Brasil.
      Sem nunca ter estudado línguas, aprendeu sozinha a cantar em inglês, francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Ella Fitzgerald durante sua passagem pela bela cidade do Rio de Janeiro, nos anos 1950, foi à boate Baccarat especialmente para ouvir Dolores e entusiasmou-se com a interpretação para "My Funny Valentine" - a melhor que já ouvira, declarou Fitzgerald
       No início de sua peregrinação pelas boates cariocas dos anos 1950, um jornalista passou a elogiá-la constantemente em sua coluna. Esse jornalista era o pernambucano radicado no Rio, Fernando Lobo (compositor bissexto) e pai do músico Edu Lobo, cuja coluna "Mesa de Pista" era publicada no Jornal O Globo. Outro jornalista, também pernambucano e que também estava radicado no Rio, e que a incentivou muito foi Antônio Maria, pois escrevia publicações sobre ela.
Gafieira de gente bem, é boate,
Onde a noite esconde a bobagem que acontece,
Onde o whysky lava qualquer disparate,
Amanhã, um sal de fruta a gente esquece.

Gafieira de gente bem, é boate,
Onde a noite esconde a bobagem que acontece,
Onde o whysky lava qualquer disparate,
Amanhã, um sal de fruta a gente esquece.

Vamos com calma,
Olha o respeito,
Cuida do corpo,
Que a alma, não tem mais jeito,
O estatuto não prevê,
Mas eu lhe digo,
Traga a sua mulher de casa,
E deixa em paz a do amigo.

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