FADO DA BICA
AMÁLIA RODRIGUES
COMPOSITORES: JAIME SANTOS & CARLOS CONDE
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: AMÁLIA: FADO DA BICA
GRAVADORA: BLACK ROIUND RECORDS
GÊNERO: FADO
ANO: 1955
Amália da Piedade Rodrigues GCSE •GCIH (Lisboa, 1 de
Julho de 1920 — Lisboa, 6 de Outubro de 1999) foi uma fadista, cantora e actriz
portuguesa, geralmente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais
brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os
portugueses ilustres.
Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e,
por consequência, devido ao simbolismo que este gênero musical tem na cultura
portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras
no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo Afora, onde não
só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda
canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música
de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, italiana, mexicana e
brasileira). Marcante contribuição sua para a história do Fado, foi a novidade
que introduziu de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados,
depois de musicados, de que é exemplo a lírica de Luís de Camões ou as cantigas
e trovas de D. Dinis. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos
maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro
Homem de Mello, José Carlos Ary dos Santos, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre.
Rodrigues falava e cantava em castelhano, galego, francês, italiano e inglês.
Em 1943 iniciou sua carreira internacional, actuando no Teatro
Real de Madrid. Entre 1944 e 1945, ficou 8 meses em cartaz no Casino Copacabana.
Sua estreia no cinema deu-se em 1947, com o filme Capas Negras, considerado um
marco no cinema europeu e latino, tendo ficado mais de um ano em cartaz e sendo
o maior sucesso do cinema lusitano até hoje. A canção "Coimbra",
atingiu a segunda posição da tabela Billboard Hot 100, da revista estadunidense
Billboard, em 1952. Em maio de 1954, Amália foi capa da mesma revista
estadunidense, pois o álbum Amália in Fado & Flamenco atingiu a
primeira posição entre os mais vendidos nos Estados Unidos. Neste mesmo ano,
actuou no Radio City Music Hall em Nova
Iorque por 4 meses. Na década de 1970, embora estivesse no auge da sua fama
internacional, sua imagem em Portugal foi afetada por falsos rumores de que
Amália tinha ligações com o regime do ditador António de Oliveira Salazar. Na
verdade, muitos dos seus fados foram censurados pelo ditador. Amália
reconquistou a popularidade com o povo português, cantou o hino da Revolução
dos Cravos, a canção "Grândola Vila Morena" e deu dinheiro para o
Partido Comunista Português clandestinamente.
Até à sua morte, em outubro de 1999, 170 álbuns haviam
sido editados com seu nome em 30 países, vendendo mais de 30 milhões de cópias
em todo o mundo, número 3 vezes maior que a população de Portugal.
Quem
disse que o amar que custa
Decerto
que nunca amou
Eu
amei e fui amada
Nunca
o amar me custou
Fiando
junto à lareira
Dizia
a avó à netinha
No
tempo esta mãe tinha
O
crepitar da fogueira:
Meu
amor, não há maneira
De
fugir à fé robusta
Da
paixão que não assusta
Quem
ficou por ter amado
Porque
saqueia em pecado
Quem
diz que o amar te custa
Sua
neta ao ver-se liada
No
seu íntimo segredo
Apenas
sorri, a medo
E
que, fosse envergonhada,
Fingindo
não dar por nada
A
avó continuou
Quis
um dia ao teu avô
Como
ele me quis a mim
E
quem nunca amou assim
Decerto
que nunca amou!
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