FADO DAS TAMANQUINHAS
AMÁLIA RODRIGUES
COMPOSITORES: ARTUR
RIBEIRO & CARLOS SIMÕES
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM: NO CAFÉ LUSO
GRAVADORA: SOM LIVRE
GÊNERO: FADO
ANO: 1976
Amália da Piedade Rodrigues GCSE•GCIH (Lisboa, 1 de Julho
de 1920 —Lisboa, 6 de Outubro de 1999) foi uma fadista, cantora e actriz portuguesa,
geralmente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras
do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses
ilustres.
Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e,
por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura
portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras
no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não
só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda
canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música
de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, italiana, mexicana e
brasileira). Marcante contribuição sua para a história do Fado, foi a novidade
que introduziu de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois
de musicados, de que é exemplo a lírica de Luís de Camões ou as cantigas e
trovas de D. Dinis. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos
maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro
Homem de Mello, José Carlos Ary dos Santos, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre.
Rodrigues falava e cantava em castelhano, galego, francês, italiano e inglês.
Em 1943 iniciou sua carreira internacional, actuando no Teatro
Real de Madrid. Entre 1944 e 1945, ficou 8 meses em cartaz no Casino Copacabana.
Sua estreia no cinema deu-se em 1947, com o filme Capas Negras, considerado um
marco no cinema europeu e latino, tendo ficado mais de um ano em cartaz e sendo
o maior sucesso do cinema lusitano até hoje. A canção "Coimbra",
atingiu a segunda posição da tabela Billboard Hot 100, da revista estadunidense
Billboard, em 1952. Em maio de 1954, Amália foi capa da mesma revista
estadunidense, pois o álbum Amália in Fado & Flamenco atingiu a primeira
posição entre os mais vendidos nos Estados Unidos. Neste mesmo ano, actuou no Radio
City Music Hall em Nova Iorque por 4 meses. Na década de 1970, embora estivesse
no auge da sua fama internacional, sua imagem em Portugal foi afetada por
falsos rumores de que Amália tinha ligações com o regime do ditador António de
Oliveira Salazar. Na verdade, muitos dos seus fados foram censurados pelo
ditador. Amália reconquistou a popularidade com o povo português, cantou o hino
da Revolução dos Cravos, a canção "Grândola Vila Morena" e deu
dinheiro para o Partido Comunista Português clandestinamente.
Até a sua morte, em outubro de 1999, 170 álbuns haviam
sido editados com seu nome em 30 países, vendendo mais de 30 milhões de cópias
em todo o mundo, número 3 vezes maior que a população de Portugal.
De cantigas e saudades
Vive esta linda Lisboa!
Faz loucuras e maldades,
Mas, no fundo, pura e boa
Nas suas leviandades!
Burguesinha no Chiado
No seu pátio, costureira,
Nos retiros, canta o fado,
No mercado é regateira
E o Tejo é seu namorado.
Faz das cantigas pregões,
Gosta do sol e da lua,
Vai com fé nas procissões,
Doida nas marchas da rua,
Tem ciúmes e paixões.
Viva esta linda Lisboa
Diferente de outras cidades.
É vaidoso o Madragoa,
Defeitos e qualidades,
Tudo tem esta Lisboa.
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