ADEUS, CINCO LETRAS QUE CHORAM
FRANCISCO ALVES
COMPOSITOR: SILVINO NETO
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: DA SAUDADE
GRAVADORA: BRAZILIAN CLASSICS
GÊNERO: SAMBA-CANÇÃO
ANO: 2014
Francisco
de Morais Alves, mais conhecido por Francisco Alves, Chico Alves ou Chico Viola
(Rio de janeiro, 19 de agosto de 1898 — Pindamonhangaba, 27 de setembro de 1952),
foi um dos mais populares cantores do Brasil na primeira metade do Século XX,
e considerado por muitos o maior do país. A qualidade de seu trabalho lhe
rendeu em 1933, pelo radialista César Ladeira, a alcunha de "Rei da Voz". Foi, ainda, peça decisiva
para a construção de vários gêneros populares da música.
Alves
era uma figura alta e magra; andava sempre elegante e bem penteado; muito
sorridente e avesso às bebidas. Como seu ídolo Vicente
Celestino, tinha uma voz de tenor mas, com o tempo, consolidou-se em barítono.
De origem humilde, deixou uma vasta produção de mais de quinhentos discos; sua
morte trágica causou imensa comoção no país, num sentimento que um de seus
biógrafos, David Nasser (que também era amigo e compositor de
algumas músicas por ele interpretadas), escreveu: "Tu, só tu, madeira
fria, sentirás toda agonia do silêncio do cantor". A despeito disso,
muitos no meio artístico o consideravam bruto, de poucos amigos e vários
desafetos.
Foi
dele a primeira gravação de disco elétrico feita no Brasil. Graças a ele
compositores como Cartola, Heitor dos Prazeres ou Ismael
Silva vieram a ser consagrados, o mesmo ocorrendo com várias canções que
interpretou, como Ai! que saudade da Amélia, ou a primeira
gravação do samba Aquarela do Brasil do parceiro Ary
Barroso. Representava para o país, quando de sua morte, o que o cantor Maurice
Chevalier era para a França: um "caso raro" — como então registrou o Jornal
do Brasil.
Adeus, adeus, adeus
Adeus
Adeus, adeus, adeus
Cinco letras que choram
Num soluço de dor
Adeus, adeus, adeus
É como o fim de uma estrada
Cortando a encruzilhada
Ponto final de um romance de amor
Quem parte tem os olhos rasos d'água
Ao sentir a grande mágoa
Por se despedir de alguém
Quem fica, também fica chorando
Com o coração penando
Querendo partir também
Adeus, adeus, adeus
Adeus, adeus, adeus.
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