O PATO
JOÃO GILBERTO
COMPOSITORES: JAYME
SILVA & NEUZA TEIXEIRA
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: O AMOR, O SORRISO E A FLOR
GRAVADORA: ODEON RECORDS
GÊNERO: BOSSA NOVA
ANO: 1960
João
Gilberto Prado Pereira de Oliveira (JuaZeiro,
10 de junho
de 1931
— Rio de
Janeiro, 6 de julho de 2019) foi um cantor,
violonista
e compositor
brasileiro.
Considerado um artista genial por musicólogos e jornalistas especializados,
revolucionou a música brasileira ao criar uma nova batida de violão
para tocar samba:
a "bossa nova".
O seu jeito suave de cantar também influenciou muitos dos cantores da MPB. Para a revista Rolling Stone Brasil, foi um dos 30 maiores
ícones brasileiros da guitarra e do violão e também o segundo maior
artista brasileiro de todos os tempos, seguindo Tom Jobim (também músico e o compositor e
arranjador dos maiores sucessos da carreira de João Gilberto).
Desde
o lançamento do compacto que continha Chega de Saudade e Bim Bom, munido apenas
da voz e do violão, começou uma revolução na música mundial. Dono de uma
sonoridade original e moderna, João Gilberto levou a música popular brasileira
ao mundo, principalmente para os Estados Unidos, Europa e Japão. Tido como um
dos músicos mais influentes no jazz americano do século XX, ganhou prêmios
importantes nos Estados Unidos e na Europa, como o Grammy, em meio à beatlemania.
O
escritor e pesquisador Ruy Castro, no livro Chega de Saudade, conta mais
detalhes: “O pato era uma relíquia do repertório dos Garotos da Lua desde
1948. Tinha sido levado na Rádio Tupi a Milton, o chefe do conjunto, por um dos
autores, um mulato alto, elegante e simpático chamado Jaime Silva
(...) Jaime disse que o samba era seu e de sua parceira, Neuza Teixeira,
que não estava com ele. Milton ouviu a música e gostou no ato. “O pato”
foi incorporado ao repertório dos Garotos da Lua, que a cantaram incontáveis
vezes na Tupi e nos seus shows, ainda com Jonas Silva como crooner. Mas nunca a
gravaram, nem mesmo em acetato. Quando Jonas teve de sair para a entrada
de João Gilberto, a música continuou por algum tempo no book do conjunto e
João cantou-a com eles à exaustão, até que a abandonaram"
Apresentado
à composição lá no Sitio do Poço Fundo, o mestre Jobim gostou e achou inclusive
que seria interessante inclui-la para equilibrar a elegância e sobriedade
das outras canções do disco.
Com
o repertório definido e os ensaios prontos, as gravações se iniciaram ainda em
dezembro daquele ano e avançaram pelo primeiro mês do ano seguinte.
O
disco saiu no começo de 1960 e o desconhecido e despretensioso
sambinha O Pato tornou-se um sucesso mundial.
Porém,
abrindo um parêntesis na nossa história, "despretensioso", em termos.
À primeira vista, essa canção pode parecer inferior ou banal, descartável. No
entanto, João Gilberto sabia por que a estava escolhendo.
Para
entender melhor, vejamos a explicação de Luiz Tatit, professor titular do
Departamento de Linguística da FFLCH da USP: "João Gilberto se
caracterizava por priorizar a sonoridade do texto, em detrimento da sua
semântica. A ausência de tensões semânticas é percebida na sua escolha de
repertório, com canções lírico-amorosas sem tensão passional, como Chega de
Saudade, canções quase infantis, como O Pato e Lobo Bobo, e suas próprias
composições, como Bim Bom. João se preocupava de tal forma com os detalhes do
texto das canções que cantava, valorizando excessivamente as unidades musicais
da canção, que ele mexia, alterava, traduzia idiossincraticamente os detalhes
de duração, frequência, intensidade e texto, quando omitia, acrescentava ou
mudava trechos ou palavras das canções, mudando o efeito, mas não a essência e
a identidade da canção" (Luiz Tatit, "O Cancionista", EDUSP,
2002)
O pato
Vinha cantando
alegremente
Quém! Quém!
Quando um marreco
sorridente pediu
Para entrar também
no samba
No samba, no samba
O ganso, gostou da
dupla
E fez também
Quém! Quém! Quém!
Olhou pro cisne
E disse assim: Vem!
Vem!
Que o quarteto
ficará bem
Muito bom, muito
bem
Na beira da lagoa
Foram ensaiar
Para começar
O tico-tico no fubá
A voz do pato
Era mesmo um
desacato
Jogo de cena com o
ganso era mato
Mas eu gostei do
final
Quando caíram
n'água
E ensaiando o vocal
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
O pato
Vinha cantando
alegremente
Quém! Quém!
Quando um marreco
sorridente pediu
Para entrar também
no samba
No samba, no samba
O ganso, gostou da
dupla
E fez também
Quém! Quém! Quém!
Olhou pro cisne
E disse assim: Vem!
Vem!
Que o quarteto
ficará bem
Muito bom, muito
bem
Na beira da lagoa
Foram ensaiar
Para começar
O tico-tico no fubá
A voz do pato
Era mesmo um
desacato
Jogo de cena com o
ganso era mato
Mas eu gostei do
final
Quando caíram
n'água
E ensaiando o vocal
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
Quém! Quém! Quém!
Quém!
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