BELCHIOR - CORAÇÃO SELVAGEM

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CORAÇÃO SELVAGEM

BELCHIOR
COMPOSITOR: BELCHIOR
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: CORAÇÃO SELVAGEM
GRAVADORA: WEA
GÊNERO: MPB
ANO: 1968
 
        Antônio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior (Sobral, 26 de outubro de 1946Santa Cruz do Sul, 30 de abril de 2017), foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plástico e professor brasileiro. Um dos membros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e outros, Belchior foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados da década de 1970.
         Em certa época, Belchior fez uma brincadeira adicionando os sobrenomes dos pais ao seu, dizendo que seu nome completo seria: "Antonio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes", para dizer que seria o "maior nome da MPB".
       Seu álbum Alucinação, de 1976, produzido por Marco Mazzola, é considerado por vários críticos musicais como um dos mais revolucionário da história da MPB e um dos mais importantes de todos os tempos para a música brasileira. Em 2012, Belchior apareceu na posição 58 da lista As 100 Maiores Vozes da Música Brasileira pela Rolling Stone Brasil.
        A faixa-título contém os icônicos versos “Vida, pisa devagar/ Meu coração, cuidado, é frágil” e mantém a recorrente melancolia das reflexões de Belchior acerca da juventude: “Talvez eu morra jovem, em alguma curva do caminho”. Numa levada que lembra bastante o mega hit “Apenas um Rapaz Latino-Americano”, a canção tem riffs de guitarra bastante evidentes e um coral de vozes que lega à faixa um tom meio sacro.
       Em “Caso Comum de Trânsito”, num ritmo mais animado, Belchior mantém sua a acidez metalinguística e canta sobre as coisas simples e as alucinações do dia a dia. “Deita ao meu lado/ Dá-me o teu beijo/ Toda a noite o meu corpo será teu”, justificam o flerte de Belchior com o erotismo nessa fase da sua carreira. Na peculiar “Pequeno Mapa do Tempo”, Belchior canta em tom angustiante enquanto passeia pela geografia brasileira.
      Um dos hits presentes no disco é, sem dúvida, “Galos Noites e Quintais”. A faixa é um blues-rock bastante direto e construído pela levada marcada da bateria e teclados animados em que Belchior parece fazer uma ode a um passado rústico e menos complexo, “quando havia galos, noites e quintais”.
       A acidez política, tão presente mas ao mesmo tempo tão pouca explícita na obra de Belchior, aparece em “Populus”. Aqui o cearense empresta o termo da língua latina para batizar a faixa que reflete sobre as agruras do povo brasileiro e a incansável sina proletária da nossa realidade terceiro-mundista: “Populus meu cão/ O escravo indiferente que trabalha/ e, por presente, tem migalhas sobre o chão”. Grande fã de Drummond, Belchior ainda faz uma referência ao poeta mineiro e seu Congresso Internacional do Medo.
          “Carisma” fecha o álbum com um autêntico forró nordestino. “Eu nasci lá numa terra, onde o céu é o próprio chão”, são os versos finais do disco cantados por Belchior que, com frequência, externalizava as raízes cearenses em suas canções. Com grande impacto para a consolidação de sua carreira, Coração Selvagem manteve Belchior em evidência no cenário musical brasileiro da segunda metade dos anos 70. O álbum teve a participação sempre cirúrgica de Marco Mazzola na produção, e foi o primeiro dos lançamentos do cantor pela Warner.
Meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja
No seu copo, no seu colo e nesse bar
 
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa, eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde
Eu quero o corpo, tenho pressa de viver
 
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro ver e saber que eu te amo
 
Meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem
E o meu coração selvagem tem essa pressa de viver
 
Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida:
"Vida, pisa devagar, meu coração, cuidado, é frágil"
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela
 
Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
 
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo, vem morrer comigo
Meu bem, meu bem, meu bem
 
Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho
Algum punhal de amor traído completará o meu destino
 
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo, vem morrer comigo
Meu bem, meu bem, meu bem
 
Meu bem, meu bem, meu bem
Que outros cantores chamam baby
Que outros cantores chamam baby
Que outros cantores chamam baby. 

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