ENGENHEIROS DO HAWAII - PIANO BAR

, , Sem Comentários
PIANO BAR
ENGENHEIROS DO HAWAII
COMPOSITOR: HUMBERTO GESSINGER
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: VÁRIAS VARIÁVEIS
GRAVADORA: RCA RECORDS
GÊNERO: POP ROCK
ANO: 1991

Engenheiros do Hawaii foi uma banda brasileira de rock, formada em 11 de janeiro de 1985 na cidade de Porto Alegre por Humberto Gessinger (vocal e baixo), Carlos Stein (guitarra), Marcelo Pitz (baixo) e Carlos Maltz (bateria), que alcançou grande popularidade com suas canções líricas e críticas. Antes de chegarem à sua formação final, a banda passou por algumas mudanças, sendo Gessinger o último integrante da formação original a permanecer na banda até a "pausa" ocorrida em 2008, por motivos particulares da banda.
Um adendo sobre A Revolta dos Dândis: nessa fase da banda, a influência do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre foi muito presente. Na canção “Infinita highway”, que mudou definitivamente a trajetória dos Engenheiros, por exemplo, há trechos como “a dúvida é o preço da pureza”, uma frase da obra O Muro, de Sartre. Esta música permite induzir a presença de uma temática existencial. Além da citação de O Muro em “Infinita highway”, Sartre é mencionado em “Guardas da fronteira” (“Acontece que eu não tenho escolha / Por isso mesmo é que eu sou livre / Não sou eu o mentiroso / Foi Sartre quem escreveu o livro”). O próprio Humberto Gessinger, líder da banda Engenheiros do Hawaii, afirma que "Infinita Highway" coloca sobre uma base musical progressiva reflexões existencialistas inspiradas por Sartre. O segundo disco da banda, A Revolta dos Dândis, um dos mais aclamados pela crítica nacional, também é o que mais deixa transparecer as preferências de Humberto por Sartre. Ao mesmo tempo, o grupo foi acusado de elitista e fascista devido ao conteúdo de suas letras. Em resposta, Gessinger afirmou que o povo brasileiro entende tanto de existencialismo como de boxe, sendo os dois produtos de consumo. Entre as faixas que mais nitidamente evidenciam a filosofia existencial estão: Infinita Highway, Terra de Gigantes, Refrão de Bolero e a faixa que dá nome ao álbum, A Revolta dos Dândis.
Assim, do mesmo modo estão presentes no trabalho dos Engenheiros do Hawaii a filosofia de Camus, Nietzsche e Sartre; a linguagem social dos livros de Ferreira Gullar, John Fante, Arthur Rimbaud e George Orwell; bem como os aspectos regionais e nacionais, característicos das obras de Moacyr Scliar, Carlos Drummond de Andrade e Josué Guimarães.
Quando surgiu a banda Engenheiros do Hawaii, Gessinger utilizou-se de um experimentalismo de sons herdados da Bossa-Nova, Jovem Guarda, Tropicalismo e do Rock Progressivo, do qual ainda traz como marca em suas composições o conceitualismo, isto é, um engajamento em torno de um tema.
Várias Variáveis é o quinto álbum de estúdio da banda de rock gaúcha Engenheiros do Hawaii, produzido e lançado em 1991.
O disco marcou uma sonoridade mais pesada por parte da banda, deixando a influência da música eletrônica de lado, o que tornou o som dos Engenheiros bastante característico do começo da década de 90. Suas principais canções são: "Herdeiro da Pampa Pobre" (regravação de Gaúcho da Fronteira), "Piano Bar", "Sampa no Walkman" (referência a Caetano Veloso e a canção "Sampa") e "Ando Só".
Assim como o álbum anterior, O Papa é Pop, e o posterior Gessinger, Licks & Maltz, este disco foi auto-produzido pela banda.
O que você me pede eu não posso fazer
Assim você me perde e eu perco você
Como um barco perde o rumo
Como uma árvore no outono perde a cor

O que você não pode, eu não vou te pedir
O que você não quer, eu não quero insistir
Diga a verdade, doa a quem doer
Doe sangue e me dê seu telefone

Todos os dias eu venho ao mesmo lugar
Às vezes fica longe, difícil de encontrar
Mas quando o neon é bom
Toda noite é noite de luar

No táxi que me trouxe até aqui
Julio Iglesias me dava razão (yo soy un hombre solo)
No clip Paul Simon tava de preto
Mas na verdade não era não
Na verdade nada é uma palavra esperando tradução

Toda vez que falta luz
Toda vez que algo nos falta (alguém que parte e não volta)
O invisível nos salta aos olhos
Um salto no escuro da piscina

O fogo ilumina muito, por muito pouco tempo (muito pouco tempo)
E muito pouco tempo
O fogo apaga tudo, tudo um dia vira luz
Toda vez que falta luz, o invisível nos salta aos olhos

Ontem à noite, eu conheci uma guria
Já era tarde, era quase dia
Era o princípio num precipício
Era o meu corpo que caía

Ontem à noite, a noite tava fria
Tudo queimava, nada aquecia
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

Ontem à noite eu conheci uma guria
Que eu já conhecia de outros carnavais
Com outras fantasias
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

No início era um precipício, um corpo que caía
Depois virou um vício (foi tão difícil)
Acordar no outro dia
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão.

0 comentários:

Postar um comentário