VICENTE CELESTINO - O CIGANO

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O CIGANO
VICENTE CELESTINO
COMPOSITORES: MARCELO TUPINAMBÁ & JOÃO DO SUL
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: NOITE CHEIA DE ESTRELAS
GRAVADORA: REVIVENDO
GÊNERO: M. P. B.
ANO: 1994

Antônio Vicente Filippe Celestino (Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1894 — São Paulo, 23 de agosto de 1968) foi um cantor Ítalo-brasileiro famoso na primeira metade do século XX.
Celestino nasceu na rua do Paraíso no bairro de Santa Teresa em 12 de setembro de 1894, embora tenha sido registrado como nascido no dia 22 do mesmo mês e ano. Outra divergência encontra-se na ordem de seus prenomes, pois foi registrado como "Filippe Antônio Vicente", mas durante sua vida assinou "Antonio Vicente Filippe". Primeiro filho de José Celestino e Serafina Gammera, imigrantes italianos originários da Calábria, Celestino teve onze irmãos, dos quais cinco eram mulheres e seis eram homens. Cinco De seus irmãos homens dedicaram-se ao canto e um ao teatro um exemplo foi seu irmão Amadeu Celestino). Desde os oito anos, por sua origem humilde, Celestino teve de trabalhar como sapateiro, vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de calçados.
Começou cantando para conhecidos e era fã de Enrico Caruso. Antes do teatro cantava em festas, serenatas e chopes-cantantes. Estreou profissionalmente cantando a valsa Flor do Mal no teatro São José e fez muito sucesso e, também, entrou no seu primeiro disco vendendo milhares de cópias em 1915 na Odeon (Casa Edison).
Foi o primeiro cantor a gravar o hino nacional brasileiro.
Há 100 anos, em 1920 aos 26 anos, Vicente montou uma companhia de operetas, mas sem nunca deixar o carnavalesco de lado, emplacando sucessos como Urubu Subiu. Rapidamente, depois de oportunidade no teatro, alcançou renome. Formou companhias de revistas e operetas com atrizes-cantoras, primeiro com Laís Areda e depois com Carmen Dora. As excursões pelo Brasil renderam-lhe muito dinheiro e só fizeram aumentar sua popularidade. Nos anos 20, reinava absoluto como ídolo da canção. Vicente Celestino teve uma das mais longas carreiras entre os cantores brasileiros. Quando morreu, às vésperas dos 74 anos, no Hotel Normandie, em São Paulo, estava de saída para um show com Caetano Veloso e Gilberto Gil, na famosa gafieira "Pérola Negra", que seria gravado para um programa de televisão.
Na fase mecânica de gravação, fez cerca de 28 discos com 52 canções. Com a gravação elétrica, em 1927, sentiu uma certa inaptação quanto ao rendimento técnico, logo superada. Aí recomeçaria os sucessos cantados em todo o Brasil. Em 1935 a RCA Victor contratou-o, sendo praticamente sua única gravadora até morrer. No total, gravou em 78 RPM cerca de 137 discos com 265 canções, mais dez compactos e 31 LPs, nestes também incluídas reedições dos 78 RPM.
Vicente Celestino, que tocava violão e piano, foi o compositor inspirado de muitas das suas criações. Duas delas dariam o tema, mais tarde, para dois filmes de enorme público: O Ébrio(1946), que foi transformada em filme por sua esposa, e Coração Materno (1951). Neles Vicente foi dirigido por sua mulher Gilda Abreu (1904-1979), cantora, escritora, atriz e cineasta.
Celestino passaria incólume por todas as fases e modismos, mesmo quando, no final dos anos 50, fiel ao seu estilo, gravou "Conceição", "Creio em Ti" e "Se Todos Fossem Iguais a Você". Seu eterno arrebatamento, paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como A Voz Orgulho do Brasil.
Em 1965, recebeu o título de Cidadão Paulistano pela Câmara de Vereadores daquela cidade.
Nunca saiu do Brasil e manteve sua voz de tenor que era marca registrada independente do estilo musical que estava executando. Teve suas canções regravadas por grandes nomes, como Caetano Veloso, Marisa Monte e Mutantes.
Um dia
Eu em Andaluzia
Ouvi um cigano cantar
Havia
No cantar nostalgia
De castanholas batidas ao luar
Mas era
A canção tão sincera
Que eu a julguei para mim
E agora que a minh'alma te chora
Ouve bem a canção que era assim

O amor tem a vida da flor
Não sonhe alguém
Do seu sonho o colher
Do seu sonho o colher
Pois bem
Como acontece à flor
O lindo amor
Principia a morrer
Principia a morrer

Cigano
Que sabias o engano
Por que me fizeste tão mal?
Não fora
A canção traidora
E o meu sonho seria eternal
Quem há de
Fugir à realidade
Que vem desmentir a ilusão?
E hoje
Que teu beijo me foge
Cantarei
Do cigano, a canção!

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