ESTRELA
DA TARDE
CARLOS DO
CARMO
COMPOSITORES:
ARY
DOS SANTOS & FERNANDO TORDO
PAÍS:
PORTUGAL
ÁLBUM:
UMA CANÇÃO PARA A EUROPA
GRAVADORA:
UNIVERSAL MUSIC PORTUGAL
GÊNERO:
FADO
ANO: 1976
Carlos
do Carmo, nome artístico de Carlos do Carmo de Ascensão Almeida, COMIH•GOM (Lisboa, 21 de dezembro de 1939 – Lisboa, 1 DE janeiro de 2021)
foi um cantor e intérprete de fado português.
No
início de 1990, sofreu um acidente durante um espetáculo em Bordéus,
caindo do palco para a primeira fila da plateia, uma queda de uma altura
equivalente a um andar, que o obrigou a uma longa recuperação. Em março de
1991, fez o seu regresso no Casino
Estoril, apresentando um espectáculo intitulado Vim Para o Fado e Fiquei.
Regressou
à televisão, com um programa como o seu próprio nome — Carlos do Carmo —
transmitido em mais de trinta emissões entre 1997 e 1998, onde conversa com
diversos convidados, sobre temas que vão desde o Fado, à música em geral, mas
também a outras vertentes artísticas.
Em
2007, Carlos do Carmo apresentou, no Museu
do Fado, um álbum intitulado À Noite, que reuniu textos inéditos de Nuno
Júdice, Fernando Pinto do Amaral, Maria do Rosário Pedreira, Júlio
Pomar, Luís Represas, José Luís Tinoco e José Manuel Mendes, para as músicas de fados
tradicionais da autoria de Armandinho, Joaquim Campos e Alfredo Marceneiro.
Em
2010, juntou-se ao pianista e compositor Bernardo
Sassetti para fazer o álbum Carlos do Carmo & Bernardo Sassetti, onde
recriou canções marcantes de outros intérpretes, entre elas Cantigas do Maio (Zeca
Afonso), Lisboa que amanhece (Sérgio
Godinho), Porto sentido (Rui Veloso), Foi por ela (Fausto Bordalo Dias), Quand On N'a Que L'Amour (Jacques
Brel) ou Gracias a la vida (Violeta
Parra).
Desde
o início da década de 2000, numa relação próxima com as novas gerações do Fado, promoveu
atuações conjuntas com novos fadistas. Foi o caso de Mariza; — Gala de
Fado do Casino Estoril, a 8 de junho de 2004, por exemplo —
ou Camané;
concerto de encerramento das Festas de Lisboa, nos jardins
da Torre de Belém, em 2006, por exemplo.
Essas
ligações seriam reforçadas com a edição, em 2014, do álbum Fado é amor,
apresentado nesse ano no Coliseu dos Recreios, onde o fadista
apresentou temas gravados com Camané, Mariza, Ana Moura,
Aldina
Duarte, Cristina Branco, Mafalda
Arnauth, Ricardo Ribeiro, Marco
Rodrigues, Raquel Tavares e Carminho.
Anunciou
em 7 de fevereiro de 2019 o fim de atuação em palcos. Os seus últimos concertos
foram a 12 de outubro no Theatro Circo, a 2 de novembro no Coliseu
do Porto e a 9 de novembro no Coliseu dos Recreios.
Morreu
em 1 de janeiro de 2021 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, devido
a um aneurisma.
Era a tarde mais
longa de todas as tardes
Que me acontecia
Eu esperava por ti,
tu não vinhas
Tardavas e eu
entardecia
Era tarde, tão tarde,
que a boca,
Tardando-lhe o beijo,
mordia
Quando à boca da
noite surgiste
Na tarde tal rosa
tardia
Quando nós nos
olhamos tardamos no beijo
Que a boca pedia
E na tarde ficamos
unidos ardendo na luz
Que morria
Em nós dois nessa
tarde em que tanto
Tardaste o sol
amanhecia
Era tarde demais para
haver outra noite,
Para haver outro dia.
(Refrão)
Meu amor, meu amor
Minha estrela da
tarde
Que o luar te
amanheça e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a
certeza
Se tu és a alegria ou
se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a
certeza.
Foi a noite mais bela
de todas as noites
Que me aconteceram
Dos noturnos
silêncios que à noite
De aromas e beijos se
encheram
Foi a noite em que os
nossos dois
Corpos cansados não
adormeceram
E da estrada mais
linda da noite uma festa de fogo fizeram.
Foram noites e noites
que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de
todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais
clara daqueles
Que à noite amando se
deram
E entre os braços da
noite de tanto
Se amarem, vivendo
morreram.
(Refrão)
Eu não sei, meu amor,
se o que digo
É ternura, se é riso,
se é pranto
É por ti que adormeço
e acordo
E acordado recordo no
canto
Essa tarde em que
tarde surgiste
Dum triste e profundo
recanto
Essa noite em que
cedo nasceste despida
De mágoa e de
espanto.
Meu amor, nunca é
tarde nem cedo
Para quem se quer
tanto!
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