MARINÊS - PEBA NA PIMENTA

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PEBA NA PIMENTA

MARINÊS
COMPOSITORES: Adelino Rivera; João Do Vale & José Batista
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: MARINÊS
GRAVADORA: COLUMBIA RECORDS
GÊNERO: FORRÓ
ANO: 1960
 
     Marinês, nome artístico de Inês Caetano de Oliveira (São Vicente Férrer, 16 de novembro de 1935—Recife, 14 de maio de 2007), foi uma cantora, atriz, apresentadora e bacharel em direito brasileira.
         Inês Caetano de Oliveira, nascida em São Vicente Férrer-PE, no dia 15 de novembro de 1935, mas por nascer em um domingo foi registrada numa segunda-feira dia 16 de novembro de 1935. Criada na cidade de Campina Grande-PB, viveu numa casa muito humilde no bairro da Liberdade, onde desde menina ajudava seu pai Manoel Caetano, na fabricação de armas e munições para o exército e posteriormente para o cangaço. Marinês cantou pela primeira vez, em um concurso de calouros da cidade, onde ouviu o anúncio no serviço de autofalantes do bairro. Anos depois, em plena situação de miséria, ela descobriu outro concurso de calouros da Rádio Difusora da cidade, onde o prêmio em 1º lugar ganharia na época cem mil reis em dinheiro e emprego na rádio Difusora.                            Marinês se inscreveu combinando com O irmão mais velho Ademar Caetano que a convidasse para ir passear no centro de Campina Grande para fazer a inscrição no concurso. Por saber que seu pai ouvia a programação da rádio, ela trocou o nome em sua inscrição, pois na família, era a única que não tinha o nome Maria. Então na inscrição, ela colocou Maria Inês. Que no dia de sua apresentação, o locutor da rádio, por engano, anunciou o nome dela como Marinês. Aonde ganhou em primeiro lugar, empatado com o Genival Lacerda. O prêmio foi dividido em partes iguais para cada um. Genival já era empregado de outra rádio, então Marinês ganhou a metade do prêmio e também tomou posse do cargo, como cantora oficial do Regional da Rádio Borborema, cantando chorinho, serestas e músicas românticas, onde iniciou sua carreira como cantora e ajudou a sua família. Em 1950, conheceu o mestre Abdias do acordeon (Abdias dos 8 baixos) paraibano que vinha de Alagoas para um recital na Rádio Difusora, onde foi paixão À primeira vista por Marines. E em 1 ano, namoraram, noivaram, se casaram e tiveram 1 filho, Marcos Farias. Abdias apresentou a Marinês um repertório de um cantor que fazia sucesso no país, Luiz Gonzaga, que a encantou. A partir daí, ela passou A ser a voz feminina da música nordestina, montando a Patrulha de Choque do Rei do Baião. Anos depois foi convidada por Gonzaga, a integrar as suas apresentações, seguindo para o Rio de Janeiro e foi coroada pelo mesmo, como a Rainha do Xaxado (dança típica dos cangaceiros de Lampião).       
   Em 1957, após muito destaque em suas apresentações, foi convidada para gravar seu primeiro Longplay pela gravadora SINTER, onde teve a inédita façanha de estourar duas obras em um só disco, Pisa na Fulô e Peba na Pimenta de João do Vale (autor até então desconhecido, lançado por Marinês). Participou de filmes da Atlântida, seguidos de mais de 45 discos gravados, todos com grandes sucessos. Sendo musa inspiradora de vários artistas como: NARA LEÃO, GAL COSTA, MARIA BETHÂNIA, CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, LULU SANTOS, AMELINHA e ELBA RAMALHO, e esta última com parcerias em disco, shows pelo Brasil e Canecão no Rio de Janeiro. Marinês é pesquisada até hoje, por artistas de todos os estilos musicais, por sua voz, forte e extremamente afinada, por sua garra, pelo seu caráter digno e conservador. Como disse Gilberto Gil, Marinês é a grande Mãe da Música Nordestina, o Luiz Gonzaga de Saia.

Seu Malaquia preparou
Cinco peba na pimenta
Só do povo de Campina
Seu Malaquia convidou mais de quarenta
Entre todos os convidados
Pra comer peba foi também Maria Benta
Benta foi logo dizendo
Se ardê, num quero não
Seu Malaquia então lhe disse
Pode comê sem susto
Pimentão não arde não
Benta começou a comê
A pimenta era da braba
Danou-se a ardê
Ela chorava, se maldizia
Se eu soubesse, desse peba não comia
 
Ai, ai, ai seu Malaquia
Ai, ai, você disse que não ardia
Ai, ai, tá ardendo pra daná
Ai, ai, mas tá fazendo uma arrelia
Depois houve arrasta-pé
O forró tava esquentando
O sanfoneiro então me disse
Tem gente aí que tá dançando soluçando
Procurei pra ver quem era
Pois não era Benta
Que inda estava reclamando?
 
Ai, ai, ai seu Malaquia
Ai, ai, você disse que não ardia
Ai, ai, tá ardendo eu sei que tá
Ai, ai, mas tá me dando uma agonia
 
(Ô sujeito, tu não disseste que esse peba não ardia?)
(E ardeu, Benta?)
(Ardeu)
(Mas tu gostou)
(Eu gostei. Gostei, mas tô com o seixo pegando fogo)
 
Depois houve arrasta-pé
O forró tava esquentando
O sanfoneiro então me disse
Tem gente aí que tá dançando soluçando
Procurei pra ver quem era
Pois não era Benta
Que inda estava reclamando?
 
Ai, ai, ai seu Malaquia
Ai, ai, você disse que não ardia
Ai, ai, tá ardendo pra daná
Ai, ai, mas tá me dando uma agonia
Ai, ai, ai seu Malaquia
Ai, ai, mas tá fazendo uma arrelia
Ai, ai, que tá bom eu sei que tá
Ai, ai, mas tá me dando uma agonia.

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