INGRATA
CEZÁRIA
ÉVORA
COMPOSITOR:
CESÁRIA ÉVORA
PAÍS:
PORTUGAL (CABO VERDE)
ÁLBUM: CESÁRIA
ÉVORA
GRAVADORA:
MANDINGA RECORDS
GÊNERO:
FADO
ANO: 1995
Cesária
Évora (Mindelo,
27 de
agosto de 1941 –
Mindelo, 17 de dezembro de 2011) foi a cantora de
maior reconhecimento internacional de toda a história da música popular cabo-verdiana.
Apesar de ser sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora foi
maioritariamente relacionada com a morna, por isso também apelidada de "rainha da
morna". Era conhecida como a diva dos pés descalços. O filme Tchindas presta
tributo a sua música.
Cesária
Évora tinha quatro irmãos. O pai Justino da Cruz tocava cavaquinho,
violão e violino. Quando
jovem foi viver com a avó, que havia sido educada por freiras, e assim
acabou passando por uma experiência que a ensinou a desconsiderar a moralidade
excessivamente severa.
Entre
os amigos estava B.
Leza, o compositor favorito dos cabo-verdianos, que faleceu quando ela
tinha apenas sete anos de idade. Desde cedo, Cize, como era conhecida pelos
amigos, começou a cantar e a apresentar-se aos domingos na praça principal da
cidade, acompanhada pelo irmão Lela, no saxofone. Mas
a vida está intrinsecamente ligada ao bairro do Lombo, nas imediações do
quartel do exército português, onde cantou com compositores
como Gregório Gonçalves. Aos 16
anos, Cesária começou a cantar em bares e hotéis e, com a ajuda de alguns
músicos locais, ganhou maior notoriedade em Cabo Verde, sendo proclamada a
"Rainha da Morna" pelos fãs.
Aos
vinte anos foi convidada a trabalhar como cantora para o Congelo -
companhia de pesca criada por capital local e português -, recebendo conforme
as actuações que fazia. Em 1975, ano em que Cabo Verde conquistou a independência, Cesária,
frustrada por questões pessoais e financeiras, aliadas à dificuldade económica
e política do jovem país, deixou de cantar para sustentar a família. Durante
este período, que se prolongou por dez anos, Cesária teve de lutar contra o alcoolismo.
Cesária chamou a esse período de tempo, os Dark Years.
Encorajada
por Bana (cantor e
empresário cabo-verdiano radicado em Portugal),
Cesária Évora voltou a cantar, atuando em Portugal. Em Cabo Verde foi convidada
por José da Silva a ir para Paris onde acabou por gravar um novo álbum em 1988 "La
diva aux pieds nus" (A diva dos pés descalços) - que é como se apresenta
nos palcos.
Este álbum foi aclamado pela crítica, levando-a a iniciar a gravação do álbum
"Miss Perfumado" (1992). Desde então fixou residência na capital francesa.
Cesária tornou-se uma estrela internacional aos 47 anos de idade.
Em
2004 conquistou um
prémio Grammy de
melhor álbum de world music contemporânea. O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, distinguiu-a, em 2009, com a medalha da Legião de Honra entregue pela ministra da Cultura
francesa Christine Albanel.
Em
setembro de 2011, depois de cancelar um conjunto de concertos por se encontrar
muito debilitada, a editora, Lusafrica, anunciou que a cantora pôs
um ponto final na longa carreira.
Morreu
no dia 17 de dezembro de 2011, com 70 anos, por "insuficiência
cardiorespiratória aguda e tensão cardíaca elevada". Um jornalista
espanhol do jornal "Público" falou com ela 36 horas antes de sua
morte, em sua casa, em Mindelo.
Oh mar, oh mar, oh
menina
Dexam tchorá
Sodade di bo
m´crêtcheu
Quêl ingrata que bai
que dixâm
Que dixâm co sodade
na coraçon
Ma m'tem fé! Ma inda
el ta volta
Até um dia si deus
quiser!
Um dia molha o
florzinha
Que bai volver
Dam um consolo
na nha vida