FOI DEUS
AMÁLIA RODRIGUES
COMPOSITOR: ALBERTO JANES
PAÍS: PORTUGAL
AO VIVO: CANECÃO
ÁLBUM: UM AMOR DE AMÁLIA
GRAVADORA:
GÊNERO: FADO
ANO: 1973
Amália da Piedade Rodrigues GCSE • GCIH (Lisboa, 1 de
Julho de 1920 — Lisboa, 6 de Outubro de 1999) foi um fadista, cantora e actriz portuguesa,
geralmente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras
do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses
ilustres.
Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do
Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura
portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras
no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não
só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda
canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música
de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, italiana, mexicana e
brasileira). Marcante contribuição sua para a história do Fado, foi a novidade
que introduziu de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados,
depois de musicados, de que é exemplo a lírica deBLuís de Camões ou as cantigas
e trovas de D. Dinis. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos
maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro
Homem de Mello, José Carlos Ary dos Santos, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre.
Rodrigues falava e cantava em castelhano, galego, francês, italiano e inglês.
Não sei
Não sabe ninguém
Porque canto o fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste tormento,
Todo o sofrimento
Eu sinto que a alma
Cá dentro se acalma
Nos versos que canto
Foi Deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou as rosas
Deu o oiro ao Sol
E prata ao luar
Foi Deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
E pôs as estrelas no céu
E fez o espaço sem fim
Deu luto as andorinhas
Ai, deu-me esta voz a mim
Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade, ternura e talvez amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando,
Se tem um desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor
Foi Deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E deu o azul às ondas do mar
Foi Deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores à Primavera
Ai, deu-me esta voz a mim.
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