PELE QUE HÁ EM MIM
Márcia
COMPOSITORA: MÁRCIA
PAÍS: PORTUGAL
PAÍS: PORTUGAL
ÁLBUM; DÁ
GRAVADORA: PARLOPHONE
PORTUGAL
GÊNERO: MÚSICA
PORTUGUESA INOVADORA
ANO: 2011
A musicoteca
atravessou o atlântico para apresentar pra vocês uma fofura de cantora que tem
tudo a ver com o Brasil e não é apenas pelo parentesco da
língua! Considerada a maior reveleção da música portuguesa atual, Márcia
consolidou seu estatus com o disco “Dá”, lançado em 2011. Dona de uma linda e
melodiosa voz, ela se destaca especialmente por revolucionar a forma de cantar.
A Música portuguesa sempre com tom formal, teve sua tradição colocada na
berlinda, por esta “cantatoura” que escrachou o jeito português de cantar (no
melhor sentindo) – por isto também acabou sendo comparada aos cantores
brasileiros.
Cantatoura?
Cantatoura é um termo usado em italiano adotado em Portugal para cantoras que
também são compositoras. O que para nós seria algo pra lá de comum, é na
verdade, outra barreira quebrada por Márcia. Na tradição Portuguesa, cantoras
cantam composições feitas por outras pessoas (exclusivamente compositores, em
sua maioria homens), ou seja, cantora e compositora, tão comum no Brasil, é
algo quase inexistente em Portugal. Ou era.
Quando
o dia entardeceu
E o
teu corpo tocou
Num
recanto do meu
Uma
dança acordou
E o
sol apareceu
De
gigante ficou
Num
instante apagou
O
sereno do céu
E a
calma a aguardar lugar em mim
O
desejo a contar segundo o fim.
Foi
num ar que te deu
E o
teu corpo no meu
Uma
trança arrancou
E o
sangue arrefeceu
E o
meu pé aterrou
Minha
voz sussurrou
O meu
sonho morreu
Dá-me
o mar, o meu rio, minha calçada.
Dá-me
o quarto vazio da minha casa
Vou
deixar-te no fio da tua fala.
Sobre
a pele que há em mim
Tu não
sabes nada.
Quando
o amor se acabou
E o
meu corpo esqueceu
O
caminho onde andou
Nos
recantos do teu
E o
luar se apagou
E a
noite emudeceu
O frio
fundo do céu
Foi
descendo e ficou.
Mas a
mágoa não mora mais em mim
Já
passou, desgastei
Para
lá do fim
É
preciso partir
É o
preço do amor
Para
voltar a viver
Já nem
sinto o sabor
A suor
e pavor
Do teu
colo a ferver
Do teu
sangue de flor
Já não
quero saber.
Dá-me
o mar, o meu rio, a minha estrada.
O meu
barco vazio na madrugada
Vou
deixar-te no frio da tua fala.
Na
vertigem da voz
Quando
enfim se cala.
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