SAMBA DA BENÇÃO
VINÍCIUS DE MORAES
AUTORES: VINICIUS DE
MORAES & BADEN POWELL
PAÍS: BRASIL
ÁLBUM: VINICIUS DE
MORAES
GRAVADORA: UNIVERSAL
SELO: MERCURY
GÊNERO: BOSSA NOVA
ANO: 1967
Vinicius de Moraes,
nascido Marcus Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913
— Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata,
cantor e compositor brasileiro.
Poeta essencialmente lírico, o que lhe renderia a alcunha
"poetinha", que
lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido
como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido
por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes
ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de
Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli,
Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta
Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.
Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música.
Ainda assim, sempre considerou que a poesia foi sua primeira e maior vocação, e
que toda sua atividade artística deriva do fato de ser poeta. No campo musical,
o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João
Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
É melhor ser alegre que ser
triste
Alegria é a melhor coisa que
existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com
beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
(Senão é como amar uma mulher
só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente
saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão)
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de
nada
O bom samba é uma forma de
oração
Porque o samba é a tristeza que
balança
E a tristeza tem sempre uma
esperança
A tristeza tem sempre uma
esperança
De um dia não ser mais triste
não
(Feito essa gente
que anda por aí brincando com a
vida
Cuidado, companheiro
A vida é pra valer
Não se engane, não
É uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
sem provar
muito bem provado com certidão
passada em cartório do Céu assinado em baixo: Deus!
E com firma reconhecida
A vida não é de brincadeira,
amigo
A vida é arte do encontro
embora haja tanto desencontro
pela vida
Há sempre uma mulher a sua
espera
com os olhos cheios de carinho
e as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua
vida,
como no seu samba)
Ponha um pouco de amor numa
cadência
E vai ver que ninguém no mundo
vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na
Bahia
E se hoje ele é branco na
poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração
(Eu, por exemplo, o capitão do
mato
Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô,
saravá!
A bênção, Senhora
A maior ialorixá da Bahia
Terra de Caymmi e João Gilberto
A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor
A bênção, Sinhô, A bênção
Cartola,
A bênção, Ismael Silva
Sua bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, Nelson Cavaquinho
A bênção, Geraldo Pereira
A bênção, meu bom Cyro Monteiro
Você, sobrinho de Nonô
A bênção, Noel, sua bênção, Ary
A bênção, todos os grandes
Sambistas do meu Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxum
A bênção, maestro Antonio
Carlos Jobim
Parceiro e amigo querido
Que já viajaste tantas canções
comigo
E ainda há tantas a viajar
A bênção, Carlinhos Lyra
Parceirinho cem por cento
Você que une a ação ao
sentimento
E ao pensamento, a bênção
A bênção, a bênção, Baden
Powell
Amigo novo, parceiro novo
Que fizeste este samba comigo
A bênção, amigo
A bênção, maestro Moacir Santos
Não és um só, és tantos como
O meu Brasil de todos os santos
Inclusive meu São Sebastião
Saravá!
A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus)
Ponha um pouco de amor numa
cadência
E vai ver que ninguém no mundo
vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na
Bahia
E se hoje ele é branco na
poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração.
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